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Administrador: Habilidades e características

Por:   •  3/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.650 Palavras (7 Páginas)  •  385 Visualizações

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Administrador: Habilidades e características

1 Habilidades Gerenciais As habilidades gerenciais são necessárias para a gestão das organizações contemporâneas que visam alcançar vantagens competitivas, como apontado por Maximiano (2000). Nesse sentido, de acordo com McGregor (1992, p. 191), [...] “a principal finalidade da instrução formal para o gerente é aumentar a sua capacidade e ajudar os seus subordinados a aprenderem da experiência.” Isto compreende dar-lhe a possibilidade de aprender como criar um ambiente propício ao seu crescimento. A aquisição do conhecimento intelectual, segundo McGregor, é um processo simples e direto, desde que o indivíduo deseje o novo conhecimento; caso contrário existirão muitas dificuldades para fazê-lo aprender. Para aquisição de conhecimento ou informação, é importante que haja da parte do aprendiz motivação, que pode ser intrínseca ou extrínseca. Dessa forma, McGregor (1992, p. 194) afirma que “a educação eficaz é sempre um processo de influência por integração e autocontrole.” Segundo esse autor, existem vários tipos de aprendizagem, como a aquisição de conhecimento intelectual, a aquisição de habilidades manuais, a aquisição de habilidades em solução de problemas, a aquisição de habilidades de interação social, entre outras. Para tanto, são necessárias técnicas e métodos distintos para atingir o aprendizado efetivo, pois devem variar conforme o tipo de aprendizado desejado. Nesse sentido, destacam-se as habilidades técnica, humana e conceitual. 1.1 Habilidade Técnica A habilidade técnica relaciona-se à atividade específica do gestor. Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas, tecnologia e equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através de sua instrução. As habilidades técnicas representam o conhecimento específico de um cargo normalmente associado à área funcional de sua especialidade, de acordo com Katz (1955). Na área funcional encontram-se os gestores de nível de supervisão ou de nível técnico. O nível técnico, também denominado de nível operacional, é onde as tarefas são executadas, os programas são desenvolvidos, as técnicas são aplicadas, onde é dada especial atenção à execução das operações de tarefas, voltadas ao curto prazo, em que se seguem os programas e rotinas desenvolvidas no nível gerencial, ou tático. Boog (1991) explica a utilização da habilidade técnica em três áreas: produção (conhecimento de métodos, processos, matérias-primas, equipamentos, etc.), contabilidade (demonstrativos contábeis, legislação tributária, lançamentos, etc.) e recursos humanos (técnicas de entrevista, metodologia de treinamento, estatística para cargos e salários, legislação trabalhista etc.). Segundo Boog, ao afirmar-se que determinada pessoa é do ramo, significa que a mesma domina adequadamente as habilidades técnicas do setor em que atua. 1.2 Habilidade Humana De acordo com Katz (1955), essa habilidade consiste na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz. As habilidades humanas representam a habilidade que o administrador deve ter no trato com pessoas. Se ele deve atingir resultados através das pessoas, é preciso que estas pessoas sejam lideradas, motivadas, recebam as comunicações necessárias ao seu trabalho, ora sendo valorizadas como indivíduos, ora sabendo trabalhar como uma equipe coesa. Esta habilidade é responsável em grande parte pelo sucesso do nível gerencial ou administração de nível intermediário, situado entre os níveis institucional e técnico, cuidando do relacionamento e da integração desses dois níveis. Uma vez tomadas as decisões no nível institucional, o nível gerencial é o responsável pela sua transformação em planos e em programas para que o nível técnico os execute. O nível gerencial trata do detalhamento dos problemas, da captação dos recursos necessários, alocando-os dentro das diversas partes da organização, e da distribuição e colocação dos produtos e serviços da organização. Segundo Boog (1991), no início de uma carreira gerencial, estas habilidades tendem a ser basicamente intra-grupais, ou seja, se concentram na relação do gerente com seu grupo de subordinados. Ë a habilidade humana que se exemplifica numa filial de vendas, onde o supervisor local se relaciona com a equipe de vendedores sob seu comando. Já quando o gerente se aproxima do topo hierárquico, suas habilidades humanas precisam se deslocar para seu superior e seus colegas de mesmo nível, ou seja, são habilidades inter-grupais. É a habilidade de relacionar a missão de uma gerência geral com outras e dar um sentido de unidade de ação nas operações organizacionais. 1.3 Habilidade Conceitual Segundo Katz (1955) e Maximiniano (2000), a habilidade conceitual consiste na habilidade para compreender as complexidades da organização total e não apenas de acordo com os objetivos e necessidades de seu grupo imediato. Trata-se da necessidade do administrador de ter uma visão do todo. É a habilidade de olhar além das fronteiras de seu setor, departamento ou empresa, saber como a organização se relaciona com o meio ambiente e entender suas relações. Para Maximiano (2000), essa habilidade envolve a criatividade, planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do contexto, ou seja, é a capacidade de se pensar analiticamente, resolver problemas etc. Esta habilidade é em grande parte responsável pelo sucesso da alta direção ou nível institucional – também conhecido por nível estratégico (nível mais alto da empresa) – composto pelos dirigentes e/ou de altos funcionários, responsáveis pela definição dos principais objetivos e das estratégias da organização. A habilidade conceitual lida com os assuntos relacionados com o longo prazo e com a totalidade da organização. É o nível que se relaciona com o ambiente externo da organização. 1.4 Ênfase nas habilidades A adequada combinação dessas habilidades varia à medida que um indivíduo sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. À medida que se alcançam níveis mais elevados na organização, diminui-se a necessidade de habilidades técnicas, enquanto se aumenta a necessidade de habilidade conceitual. Nos níveis inferiores ou níveis técnicos, os supervisores precisam de considerável habilidade técnica para poder instruir e formar técnicos e demais subordinados. Nos níveis mais altos, os executivos não precisam conhecer em detalhes as tarefas específicas executadas no nível operacional. Embora varie a proporção das habilidades técnicas e conceituais necessárias aos diferentes níveis da organização, o denominador comum aparentemente crucial em todos os níveis é a habilidade humana. Para Hersey (1986) a ênfase nas habilidades técnicas e conceitual varia em função dos diferentes níveis gerenciais e o denominador comum cuja importância permanece constante em todos os níveis é a habilidade humana. Dessa forma, segundo Boog (1991), a importante mensagem é que o gerente começa sua carreira dando um peso grande à área técnica e humana, mas, à medida que o tempo passa e ele ascende profissionalmente, deve dar cada vez menos peso à área técnica, que vai sendo gradativamente substituída pela habilidade conceitual. A habilidade humana permanece constante, apenas se transforma de intra-grupal para inter-grupal, uma vez que a constelação de relacionamento gerenciais é constante. 2 A Pesquisa Segundo Malhotra (2001), no que concerne à definição da pergunta de pesquisa, este estudo é caracterizado como uma pesquisa descritiva, que compreende o tipo de pesquisa que tem como principal objetivo descrever as características de grupos relevantes, como alunos de ensino superior. Trata-se, portanto de um tipo de pesquisa conclusiva, que tem como principal objetivo a descrição de características de determinada população. A pesquisa descritiva é realizada para estimar a porcentagem de unidades numa população específica que exibe um determinado comportamento ou as percepções de características sobre produtos ou serviços. Pode ser realizada para determinar até que grau determinadas variáveis estão associadas e fazer previsões específicas. Quanto à dimensão de tempo, de acordo com a classificação de Malhotra (2001), a pesquisa descritiva pode ter duas formas: 1) ocasional (transversal único ou múltiplo) e 2) evolutiva (painel ou longitudinal). Neste estudo são utilizados os procedimentos da pesquisa ocasional. Em relação ao método em sentido específico, esta pesquisa utilizouse do levantamento de dados, para obtenção de informações. Este trabalho se baseia no “interrogatório dos participantes, aos quais se fazem várias perguntas sobre seu comportamento, intenções, atitudes, percepção, motivações, e características demográficas e de estilo de vida” de acordo com Malhotra (2001, p. 179). As perguntas e respostas podem ser realizadas e obtidas de três formas: verbalmente, por escrito ou via computador. Utilizou-se um questionário, estruturado visando a uma certa padronização no processo de coleta de dados; as informações foram coletadas em salas de aulas, aplicado aos alunos que estavam presentes no momento da pesquisa. No que se refere à procedência dos dados, de acordo com Malhotra (2001), os dados são classificados em dois grandes grupos: dados primários e dados secundários. Nesta pesquisa foram utilizado os dois tipos. Os dados primários são aqueles que não foram coletados anteriormente e que são obtidos com o propósito de atender à necessidade específica da pesquisa. E os dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados e até avaliados, que estão catalogados à disposição dos interessados. De acordo com à natureza das variáveis, esta pesquisa foi predominantemente quantitativa, pois segundo Malhotra (2001, p. 155) [...] “procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise descritiva”. Os dados foram obtidos através de um grande número de respondentes, representados por 140 (cento e quarenta) alunos de graduação de Administração, que foram submetidos a análises estatísticas formais, porque é uma metodologia adequada para pesquisa descritiva, estruturada e com amostras significativas, para promover critérios e compreensão do cenário problema. Esse número de alunos pesquisados representa mais de 50% do total dos alunos que cursavam a última série do curso de administração das Instituições de Ensino Superior analisadas no período. 3 Resultados e Discussão São apresentados os resultados da coleta de dados e as análises correspondentes dos seguintes itens: perfil do alunos dos cursos de Administração da IES Privada e Pública formandos em 2002 e as médias obtidas nas escalas de avaliação das habilidades técnica, humana e conceitual. Para análise dos dados foi utilizada a distribuição de freqüência simples (ocorrência de valores em um determinado intervalo) dos dados demográficos e gerais; as médias dos grupos de alunos da IES Privada e Pública nas habilidades gerenciais e o desvio padrão dos mesmos. Foi utilizado o teste t de student (bi-caudal) dos itens representativos das habilidades, para verificar as diferenças significativas entre as médias dessas duas populações, considerando a significância igual ou inferior a 5%.

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