Floricultura, solução empreendedora para agricultores familiares

Floricultura, solução empreendedora para agricultores familiares

João Vitor Gonçalves1, Marcela

1Faculdade Tecnológica de Taquaritinga
Av. Dr. Flavio Henrique Lemos, 585 Portal Itamaracá – CEP 15900-000 – Taquaritinga – SP – Brasil

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 Introdução

A produção de flores no Brasil tem seu início no final do século XIX, com relatos sobre o cultivo de orquídeas na região de Petrópolis, Rio de Janeiro. A floricultura, porém, firmou-se, efetivamente, como uma atividade comercial por volta dos anos 60, com a chegada dos imigrantes holandeses no país e a profissionalização da atividade (VENCATO et. Al., 2006).

Esse setor tem merecido destaque na economia nacional, pois apresenta uma elevada taxa de crescimento, por volta de 10%  no ano de 2017, sobrevivendo a crise e considerada uma das maiores no setor agrícola, movimentando cerca de R$ 7,2 bilhões e é responsável por 199.100 empregos diretos, dos quais 78.700 (39,53%) relativos à produção, 8.400 (4,22%) à distribuição, 105.500 (53,00%) ao
varejo e 6.500 (3,26%) em demais funções, na maior parte como apoio(IBRAFLOR, 2017).

As maiores vantagens observadas para a produção de flores no país estão relacionadas à boa qualidade do solo, o que possibilita o cultivo de diferentes espécies, à diversidade climática, o que permite seu cultivo praticamente durante todo o ano, diminuindo assim os custos da produção, o interesse crescente dos consumidores, tanto internos quanto externos, além de inúmeros outros fatores como disponibilidade de recursos naturais, mão de obra e tecnologia agronômica.

O objetivo do presente estudo é mostrar, através da revisão bibliográfica, a possibilidade do uso da floricultura como uma ferramenta empreendedora que auxilia no desenvolvimento socioeconômico de pequenos produtores rurais.

Material e Métodos

A metodologia utilizada para a elaboração do presente trabalho foi a revisão bibliográfica, através de livros, artigos científicos, bases eletrônicas de dados e do estudo de caso “Flores de Pilões” onde encontramos a historia de 21 mulheres que conseguiram mudar a economia local usando a floricultura de forma empreendedora.

Resultados e Discussão

O estudo de caso realizado foi referente à uma comunidade carente, localizada na cidade de Pilões, na Paraíba. Por estar localizada no brejo paraibano, a comunidade não contava com grandes expectativas de desenvolvimento econômico, tendo sua economia baseada apenas no trabalho realizado na usina de cana de açúcar local, que, ao encerrar suas atividades, deixou a pequena cidade sem perspectivas de crescimento.

Para superar as dificuldades, uma recém chegada na comunidade, Karla Cristina Paiva, concebeu a ideia empreendedora da fundação de uma cooperativa feminina que voltou suas atividades à floricultura. Com esforço e espírito empreendedor, a cooperativa deu início à produção de flores, superando as dificuldades financeiras e sociais, transformando assim o panorama econômico do município.

Hoje a Cooperativa de Flores de Pilões, conta com 28 mulheres e produze 12 tipos diferentes de flores que garantem o desenvolvimento da região e renda para as famílias, o projeto pioneiro é sinônimo de sucesso, e conta com o apoio do Banco do Brasil e do Governo da Paraíba, de acordo com a cooperativa, por mês são produzidos, em média, 700 pacotes de flores.

A fundadora da  COFEP (Cooperativa  de Floricultores do Estado da Paraíba) foi a vencedora do prêmio “ SEBRAE – Mulher Empreendedora” do ano de 2005 e também foi tema para o documentário “Flores de Pilões” de 2012, e mais recentemente se tornou um longa-metragem lançado no ano de 2015 e produzido pela Europa Filmes.