Hermenêutica

O que é Ciência Normal?

Define o período durante o qual se desenvolve uma atividade científica baseada num paradigma. Esta fase ocupa a maior PARTE da comunidade científica, consistindo em trabalhar para mostrar ou pôr à prova a solidez do paradigma no qual se baseia.

Crise: período de acumulação de anomalias

Anomalias: casos problemáticos

Revolução: aceitação pela comunidade científica de um novo paradigma

Pré-ciência: tipo de atividade desorganizada que tenta fundamentar ou explicar os fenômenos ainda em um estágio que Kuhn chama de mítico ou irracional

Exemplo: o paradigma copernicano que se centra na tese heliocêntrica substituiu o paradigma ptolomaico que se centra na tese geocêntrica.

HERMENÊUTICA:

O conceito de hermenêutica mudou muito ao longo dos séculos. Na Grécia antiga, era considerada a arte e a teoria de interpretar textos. Na Idade Média, vira sinônimo de exegese bíblica. Em sua versão moderna, toma para si a defesa das ciências humanas enquanto forma de conhecimento distinto das ciências naturais, calcada na interpretação e não na explicação. Essa tradição avança com Schleiermacher e com Dilthey, mas só ganharia um status ontológico a partir de Heidegger e seu discípulo Gadamer. É quando deixa de ser tratada como método e passa a ser encarada em sua amplitude, referindo-se ao todo da experiência do ser humano no mundo.

Como teoria da interpretação, a hermenêutica remonta à antiga filosofia grega. O termo provém de hermeneuein, e é percebido modernamente como a teoria ou a filosofia da interpretação viabilizando a percepção do texto além de suas palavras, de sua simples aparência. Sua origem grega expressa à compreensão do fato não perceptível.

Na mitologia grega, o deus grego Hermes era o mensageiro e era respeitado pelos demais como sendo aquele que descobriu o meio de compreensão humana no sentido de alcançar o significado das coisas e para transmiti-lo aos demais seres. Assim, Hermes seria um "deus intérprete" pela sua capacidade de traduzir, decifrar o incompreensível, ou seja, vinculava-se a sua figura a função de transmutação, de transformação de tudo aquilo que a compreensão humana não alcançava em algo que esta conseguisse compreender.

Na Idade Média e na Renascença, a hermenêutica emerge como um ramo dos estudos bíblicos, na interpretação do antigo e novo testamento.

Somente no início do século XIX, com Friedrich Schleiermacher, que a hermenêutica vai assumir uma dimensão filosófica mais coerente. É ele quem articula uma concepção de hermenêutica universaldesvinculada de um tipo particular de texto, como a Bíblia. Ele interpretou, por exemplo, Heráclito e Platão, utilizando a ideia (que já aparecia em Lutero)do círculo hermenêutico: só podemos compreender uma passagem de texto seconhecermos o texto como um todo; só podemos conhecer o texto como um todose conhecermos determinadas passagens. Como o círculo é vicioso, precisamosir e voltar a cada palavra, cada frase, cada texto, necessitamos conhecer a vidae obra do autor, os textos que ele leu, a cultura à qual pertence. Cada nível deinterpretação contém uma circularidade e assim também ocorre entre os níveis deinterpretação.

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