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O FORDISMO E SUAS FACETAS: Como A Linha de Montagem de Henry Ford Se Articula Além da Indústria.

Por:   •  18/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.319 Palavras (14 Páginas)  •  766 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

A administração é um ramo muito vasto, onde várias informações e conhecimentos devem ser levados em consideração para uma boa compreensão dela. Entretanto, nesse semestre, o objeto de estudo de maior destaque foi o estudo do Fordismo. Afinal, ele foi crucial para o desenvolvimento de vários aspectos administrativos que não eram valorizados por indústrias que vieram antes da Ford. Henry Ford foi tão importante como administrador que sua linha de montagem serviu como base para o modelo administrativo criado por Frederick Taylor, conhecido como Abordagem Científica da Administração, que prezava a eficiência na utilização de recursos, como matéria prima, fundos, quantidade de funcionários e, principalmente, tempo e também qualidade nos produtos. O Fordismo foi o modelo de gestão industrial de maior influência no mundo contemporâneo e, mesmo décadas após sua primeira aplicação no mercado e sendo considerado por muitos estudiosos um modelo de gestão defasado e por outros (mais radicais) como sendo algo totalmente contra a natureza humana, muitas de suas principais características continuam presentes no mercado atual, até mesmo fora das indústrias.

O Fordismo, apesar de não ser unanimidade entre os sociólogos e outros críticos, foi de suma importância para a administração de maneira geral, já que foi uma das primeiras formas aplicadas da Administração cientifica e, justamente por não ser perfeita, incentivou o desenvolvimento de novas Teorias que, tentarem aperfeiçoarem-na, para que houvesse maior harmonia entre os interesses dos empresários e da classe operária.

Após a “superação” do Fordismo, vários aspectos administrativos ganharam força, como os recursos humanos e o controle de qualidade, porém, mesmo assim, algumas de suas características ainda fazem parte do mercado de trabalho atualmente, como o ramo de serviços e o trabalho informal, dando início ao que Fraga chama de sistema de produção flexível, que agrega características fordistas e características pós-fordistas (a partir da década de 1970, com o início da globalização, quando o fordismo deixa de ser hors-concours no mercado).

Desejo, com esse trabalho, realizar a identificação, através de tudo o que foi estudado nas disciplinas do 1º semestre do curso e do artigo do professor Alexandre Fraga, identificar as articulações e influências do Fordismo no atual sistema de produção flexível, no trabalho informal e ramo de serviços.

2 DESENVOLVIMENTO

Como afirma Fraga (2006), o Fordismo passa a perder força e deixa de ser unanimidade no mercado em meados da década de 1970, quando, com a modernização das máquinas e a dinamização que o mercado passava a exigir na maneira de alcançar resultados, o Fordismo puro passa a ser considerado defasado, visto que ia de encontro à nova filosofia mercadológica ditada a partir desse momento. Por ser extremamente estático e por não exigir do trabalhador nenhum tipo de conhecimento além do que dizia respeito à sua função na linha de montagem, não podia mais atender às novas demandas que passaram a surgir. O Fordismo passa a ser gradativamente substituído por outros modelos de produção que supriam de maneira mais sustentável as exigências do mercado desde então. Como já dito na Introdução desse trabalho, articularei, daqui para frente, os estudos realizados em cada disciplina com o artigo “Da Rotina à Flexibilidade: Análise das Características do Fordismo fora das Indústrias” do Professor Alexandre Barbosa Fraga.

2.1 FUNDAMENTOS E TEORIA ORGANIZACIONAL:

2.1.1 Discorrendo sobre o Fordismo e pós-Fordismo sob a ótica da disciplina:

A primeira disciplina estudada nesse primeiro semestre do curso é a disciplina que, de fato, ensina sobre os modelos de gestão e principalmente, sobre a influência do Fordismo e Taylorismo nas empresas.

Como visto na disciplina, o Fordismo possui três características principais, sendo elas:

a) Alto distanciamento entre diretoria e subordinados, pro atividade e obediência a ordens;

b) Grande número de funcionários e uniformização da execução, tornando a mão-de-obra quase mecânica, sem reflexão por parte do operário sobre o trabalho executado, apenas focando-se nos movimentos físicos exigidos para a execução das tarefas e;

c) Foco na máxima produção e eficiência na utilização dos recursos, bem como no máximo consumo dos bens produzidos. Rotinas de trabalho meticulosamente predefinidas e irredutíveis.

Logicamente, essas são as características do Fordismo relacionadas ainda ao recorte de tempo em que ele estava em seu auge, no início do séc. XX até metade do mesmo século. Entretanto, como Futata (2005) afirma, a linha de montagem Fordista passou a não atender mais os requisitos do mercado no mundo após a “terceira fase” da Revolução Industrial, com a modernização da telemática e das máquinas e a globalização. Devido à entrada cada vez maior das máquinas nas linhas de montagem e da modernização delas, as empresas passaram a substituir o trabalho humano pelo trabalho automatizado dos robôs. Isso também foi uma forma de retenção maior do capital gerado pela indústria, uma vez que a produção parou de crescer desenfreadamente como antes e não foram encontradas maneiras mais rentáveis de geração de receita a curto/médio prazo. Com isso, o Fordismo foi substituído pelo Toyotismo, que tinha características mais compatíveis com o novo mercado globalizado.

Entretanto, não se pode dizer que a filosofia Taylorista e as características Fordistas deixaram de existir em sua totalidade, pelo contrário. Podemos perceber várias delas no sistema flexível e no ramo de serviços. Por exemplo, nas redes de restaurantes fast-food, as características fordistas ficam bastante explícitas em seu modelo de produção, onde existem metas de atendimento para entrega das refeições e também quanto às características do consumo, que é feito de maneira massiva e à homogeneização do produto e do consumidor.

E também vemos essas características, segundo o autor do artigo-base desse trabalho, em algumas atividades informais que passaram a surgir no final do séc. XX e início do XXI. Na venda de doces e balas nos sinais de semáforos em grandes centros urbanos, como no Brasil. Ao caminharem por entre os corredores formados pelas filas de carros parados no semáforo, deixando os produtos embalados apoiados sobre os vidros dos carros e recolhendo-os e os doces após a abertura do sinal, caracteriza-se um típico movimento de execução de trabalho Fordista, onde, como já descrito anteriormente,

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