Sustentabilidade no Reaproveitamento do Pallet

Sustentabilidade no Reaproveitamento do Pallet

Lucas Targa Vianna

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo o estudo para um melhor reaproveitamento dos pallets descartados, ou seja, pallets que não atendem os requisitos impostos pelo Cliente. Pensando na sustentabilidade, no atendimento de normas impostas pelo governo ante ás fábricas e na diminuição dos custos operacionais ou de compra direta com os mesmos. Iremos entrar no campo da sustentabilidade, atingindo o ponto do desmatamento necessário para a fabricação dos novos pallets, o estudo financeiro com a viabilidade em remontar pallets com problemas de qualidade, tamanho ou quebras no seu fluxo logístico.

Palavras–chave: Sustentabilidade. Pallet. Custo Operacional. Logística Reversa.

1 INTRODUÇÃO

No ano de 2012, devido ao aumento da produção de seus clientes, a empresa Fabril X percebeu a necessidade de instalar uma planta de fabricação na cidade de Porto Real, localizada no estado do Rio de Janeiro. Dentro dessa necessidade, foi criada e instalada duas linhas de produções distintas, ao qual, cada linha atende a necessidade de cada cliente. A mesma trabalha com dois clientes fixos, ou seja, duas montadoras de grande porte no setor automobilístico. Com a implantação dessa planta fabril em Porto Real, houve a necessidade de criar um armazém para seu estoque de componentes, ao qual esse estoque é obrigado a seguir uma série de recomendações e diretrizes da empresa, como por exemplo a forma de recebimento, a forma de armazenagem e a cultura de respeitar o modelo de gestão FIFO(First In, First Out).

Dentro desse modelo de estoque, necessitou-se da implantação de vários outros modelos de gestão para esses componentes, como por exemplo o valor de estoque máximo que a planta pode possuir em seus domínios, o budget definido de transporte para esses componentes, e dentro desses fretes, engloba o acondicionamento desse material a partir do momento de coleta no fornecedor até a chegada na planta Fabril X.

Dentro desse âmbito de manuseio e acondicionamento da carga, uma grande opção a ser estudada e decidida pela gerência da planta foi a divisão de recebimento de cada componente dentro de um múltiplo estabelecido pelo cliente, isso quando se tratar de itens que são vendidos para o cliente sem nenhum tipo de produção pela Fabril X, e múltiplo estabelecido pela gerência da planta, quando se tratar de itens de fabricação e consumo das linhas de produções da planta de Porto Real.

A partir do momento da definição dos múltiplos estabelecidos, os fornecedores começam a serem obrigados a enviar esses componentes dentro de embalagens plásticas, definidas pela planta, e essas embalagens são paletizadas e enviadas para a fábrica no múltiplo definido e cadastrado no sistema.

Ao receber essas cargas, o setor de recebimento da Fabril X retira todo esse material dos pallets, conferem com a nota fiscal para garantir a quantidade recebida com a quantidade fiscal, armazenam esses materiais em flats identificados e com total estrutura para o respeito do FIFO e todos esses pallets que são recebidos dos fornecedores, são armazenados em uma área coberta e de fácil acesso.

A oportunidade percebida pela gerência da planta é a de reutilização dos pallets recebidos dos fornecedores, para o envio dos componentes que não passam por fabricação para seus clientes, sendo assim, evita-se o gasto de comprar pallets para enviar aos clientes e gera um melhor fluxo para os pallets, evitando um descarte desnecessário e uma maior agressão a natureza, visto que há necessidade de derrubar arvores para a fabricação de pallets.

Nesse processo de recebimento e expedição de componentes, a reutilização dos pallets esbarra em um problema fundamental para o cliente: todos os pallets são obrigados a serem “pallets padrões”, ou seja, todos precisam possuir a mesma dimensão entre largura e comprimento, precisam possuir o mesmo molde de fabricação, para não acontecer problemas gerados desde o recebimento na fábrica do cliente, quando o mesmo descarregar o veículo com uma empilhadeira, até o problema de local de armazenagem, onde não podem correr o risco de o tamanho do pallet ser maior que o tamanho disponível para a estocagem daquele componente.

Foi observado que alguns pallets que os fornecedores enviam para a planta da Fabril X não são considerados pallet padrão, outros pallets são recebidos sem nenhuma condição de envio para o cliente, pois chegam sujos ou quebrados na planta, e dentro dessa ótica, cria-se um problema de armazenagem e descarte desses pallets para a planta Fabril X.

Como a planta Fabril X pode sanar seus problemas de descarte e a diminuição dos custos de compra de pallet padrão e custos operacionais como a mão-de-obra para a separação de pallets ruins e bons e espaço destinado para a segregação de pallet ruim?

2 DESENVOLVIMENTO

“ No século XVIII, ocorreu outra grande transformação na capacidade produtiva humana. Aconteceu outra grande Revolução Científico-Tecnológica, a segunda, que também é conhecida como a Revolução Industrial. Ela surgiu inicialmente na Inglaterra, se espalhou e dominou o cenário durante os séculos XIX e XX, provocando profundas alterações no meio ambiente natural, que na realidade apontou para a perspectiva de sua destruição.” (DIAS, REINALDO 2010 GESTÃO AMBIENTAL). Como denominamos a sustentabilidade? Com o passar de gerações e a alta tecnologia sendo descoberta e aprimorada, desenvolvemos diversos produtos e uma alta gama de sofisticação em cada projeto fábril. Entendemos que o conforto da sociedade e a solicitação de um melhor produto passa por estudos direcionados ao aproveitamento do meio ambiente na composição de produtos, ora sendo matéria-prima, ora sendo a melhor maneira de realizar um descarte.

O assunto que ainda não dominamos por completo e necessariamente é a maior busca no século XXI é a chamada sustentabilidade. Primeiro necessitamos entender o que significa essa palavra tão pronunciada no meio industrial e por que a mesma está sendo tão buscada por empresas que pretendem manter sua marca como destaque por longas gerações.

A sustentabilidade é o conceito de atingir a necessidade da sociedade, maximizando seus lucros, minimizando seus custos e não agredindo a meio ambiente, ou seja, produzir de uma maneira ao qual não comprometemos o futuro das próximas gerações. Segundo Reinaldo Dias (2010), “a penetração do conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem se pautado mais como um modo de empresas assumirem formas de gestão mais eficientes, como práticas identificadas com a eco eficiência e a produção mais limpa, do que uma elevação do nível de consciência do empresariado em torno de uma perspectiva de um desenvolvimento econômico mais sustentável”. Seguindo o conceito e o entendimento do que é ser sustentável, necessitamos dominar três aspectos industriais para a maximização de seus processos e lucros.