A Administração Pública
Por: Nandofc • 23/10/2019 • Resenha • 1.147 Palavras (5 Páginas) • 108 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Fichamento de Estudo de Caso
Orlando Ferreira
Trabalho da Disciplina:
Controle Externo e Interno
Rio de Janeiro
2017
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Governando o “Sonho Chinês”: Corrupção, Desigualdade e a Lei.
Di tella,Rafael; Rithmire, Ameg; Szydlowski Kait, Harvard Business School. 2015.
O trabalho do autor baseia-se em análise de textos nos períodos da história chinesa. No primeiro, diante do objetivo de repelir as potências invasoras e restaurar a soberania chinesa, houve uma disputa entre os defensores do autofortalecimento e a ala conservadora, que temia que a assimilação do conhecimento estrangeiro pudesse sacrificar as instituições chinesas. No segundo, com o objetivo de reconstruir o país e assegurar a ordem, a segurança e o desenvolvimento do país num ambiente de Guerra Fria, as duas principais alas do Partido Comunista (cujos maiores expoentes foram Mao Zedong e Liu Shaoqi, respectivamente) divergiam a respeito dos modelos de desenvolvimento econômico, de modernização militar e de organização política e social a serem adotados.O autor divide seu texto em fases históricas dos períodos da história chinesa, a última fase da era imperial, liderada pela Dinastia Qing (1839-1911) e o período pós-revolucionário (19492012).Em cada um desses períodos é lembrado períodos de decadência e queda da Dinastia Qing (1839-1911) e pós-Revolução (1949-2012). Na primeira época analisada, não se identifica a predominância de uma das tendências em períodos menores, embora ambas influenciassem diretamente o debate político. Embora o movimento de autofortalecimento iniciado em 1860 tenha logrado iniciar uma série de reformas modernizadoras, essas nunca contaram com o apoio de toda a elite política, pois boa parte da corte temia que a assimilação de elementos do exterior pudesse sacrificar a cultura e as instituições chinesas. Já após a revolução, podem-se identificar três diferentes períodos com relação à tendência predominante de política externa. A primeira foi de aproximação com o mundo comunista, pelo contexto político regional e global da Guerra Fria e pela necessidade de reconstrução nacional, na qual a parceria com a União Soviética se fazia fundamental. A seguir, a chantagem nuclear estadunidense e o fracasso na parceria com a União Soviética que se tornaria rivalidade, favoreceram a adoção de uma política externa isolacionista e de um modelo de desenvolvimento que se pretendia autossuficientes. Mais do que isso, a Revolução Cultural buscava refundar a China, destruindo a cultura chinesa clássica e criando uma nova cultura baseada em sua interpretação –supostamente chinesa –do comunismo e da revolução permanente, que daria coesão social ao povo chinês por meio da ideologia. Ao fracasso desse modelo e como resposta à necessidade de desenvolver o país e balancear a União Soviética, seguiu-se uma revisão da política externa chinesa. O resultado foi a aproximação com os Estados Unidos e, posteriormente, a inserção gradual na Revolução Científico-Tecnológica com o objetivo de desenvolver a economia e modernizar as capacidades do Exército de Libertação Popular (ELP), particularmente no que tange às suas capacidades convencionais.O autor trabalha ainda assuntos como à retomada dos pontos principais dos períodos analisados e procura-se compará-los. Por fim, há uma análise do governo Xi Jinping, cujos objetivos estratégicos são diferentes dos demais períodos e cujo modelo de inserção internacional parece inédito com relação ao padrão observado nos períodos anteriores.Depois de suas conclusões onde, Sobre o governo Xi Jinping,que surge como uma agenda de pesquisa para futuros trabalhos,é necessário avaliar que realizou uma mudança no paradigma de política externa da China com relação ao período da reforma, particularmente o período pós-guerra Fria.De uma política de baixo perfil, a China passou a atuar de forma ativa para buscar seus objetivos externos(YAN, 2014). Uma série de modificações recentes na política externa e de segurança da China demonstra esse novo perfil.Foi adotada a Defesa Ativa(2015), que representa uma alteração substantivo na doutrina chinesa, ao dar prioridade à capacidade de ataque, ainda que em contexto de defesa estratégica(FEDDERSEN et al, 2015).Foi criada também a Zona de Identificação de Defesa Aérea no Leste Asiático(2013). Ainda em 2014, a China esteve à frente da construção do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (BAII ou AIIB) e do Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS. Essas novas instituições se configuram como alternativas ao sistema de governança criado pelos Estados Unidos (Fundo Monetário-e pelo Japão, no caso do Leste Asiático. Isso, portanto, significaria um rompimento da China com as instituições vigentes, embora tivesse insistido pela reforma dos regimes internacionais. Simultaneamente, o crescente papel da China na política e na economia global torna muito difícil a adoção de uma tendência isolacionista na política externa, isto é, a proteção das instituições chinesas pela redução da interação do país com o sistema internacional. O que ocorre atualmente é o aprofundamento das relações da China com países de todas as regiões do mundo.Por essas razões, argumento que o governo Xi Jinping –ao menos, até este momento –não se enquadra em nenhuma das tendências de política externa apresentadas neste artigo. Isso se dá pelo fato de haver uma mudança ainda mais profunda no perfil da política e de segurança da China, que diz respeito a uma nova forma de lidar com o ambiente internacional. Entre 1839 e 2012, a China inseriu-se no sistema internacional de uma subordinada, isto é, com limitadas condições de influenciar o dinâmica do sistema e, por essa razão, adotou posturas reativas. O governo Xi Jinping ascendeu, como analisado anteriormente, como resultado do esgotamento não apenas de um modelo de desenvolvimento, mas de um modelo de inserção internacional. Além do exposto acima, o novo mote do“sonho chinês”,lançado por Xi e que consiste no “rejuvenescimento nacional”(XI, 2014, p. 37-38;69-70)pode indicar que a China está preparada para assumir um novo papel externo de liderança.
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