A Função do trabalho na sociedade capitalista
Por: andre boeck • 1/3/2018 • Relatório de pesquisa • 1.196 Palavras (5 Páginas) • 1.959 Visualizações
A função do trabalho na sociedade capitalista
Ao analisarmos a história da humanidade, percebemos que o trabalho faz parte da natureza humana, por exemplo, no período medieval, o trabalho se resumia na produção de alimentos ou de itens de consumo relacionados a necessidade daqueles que os produziam.
O comércio tinha como base o sistema de troca de produtos produzidos por outros trabalhadores, assim, o trabalhador mantinha contato direto com o que produzia. Tratava-se de uma relação próxima entre produto, produção e consumo. Nesse período o homem não produzia em função do lucro ou do acumulo de capital, mas apenas para consumo próprio.
Com a Revolução Industrial, houve uma grande mudança nas relações sociais e consequentemente nas relações de trabalho. Com o surgimento das cidades muitos dos trabalhadores da terra se deslocam para as cidades gerando o êxodo rural, esses passaram a viver nas margens da cidades gerando as periferias.
Segundo Marx, como esse novo homem urbano perdeu seu acesso à terra, surgiu uma classe de trabalhadores que deveria vender sua força de trabalho. Para ele o trabalho é definido como a atividade sobre a qual o ser humano emprega sua força para produzir os meios para o seu sustento.
[pic 1] A relação entre trabalho e subsistência, ou sobrevivência, é direta. Foi por essa razão que Marx definiu a força de trabalho como o bem “inalienável” do ser humano. A partir dessa perspectiva, o trabalho seria o bem mais importante do homem e aliená-lo, isto é, transferir o direito de proveito dos frutos desse trabalho para outra pessoa, seria o mesmo que alienar o direito à própria vida.
Para Marx, existe uma diferença histórica entre as relações de produção capitalistas e as relações de produção pré-capitalistas. A forma de produção capitalista caracteriza-se pela impessoalidade do trabalhador com o que produz, isto é, ele não possui nenhum envolvimento pessoal com o que está produzindo, pois não encabeça todo o processo de produção. Nas relações de produção pré-capitalistas, o produto do trabalho estava intimamente associado ao trabalhador, que era o mentor de toda a cadeia produtiva. Essa diferença, segundo Marx, é a que rege as relações de trabalho dentro de uma sociedade capitalista, na qual o trabalhador que não dispõe dos meios de produção para produzir o que necessita para sobreviver passa a vender a única “mercadoria” que tem, sua força de trabalho.
Essa nova forma de se relacionar com o trabalho transforma as relações sociais em todos os aspectos. O sujeito, antes intimamente ligado ao seu labor, agora se vê desconectado do que produz, nunca colhendo os frutos de seu trabalho. Esse trabalho, por sua vez, agora é comprado por um salário, que, na maior parte das vezes, é suficiente apenas para que se mantenha vivo.
Já para Weber somos os indivíduos nascidos dentro dos mecanismos da ordem econômica da produção. A racionalidade deveria governar o trabalho e a vida social. Mas não é o que acontece. As pessoas, as sociedades e as culturas são extremamente complexas. O trabalho se constitui em uma forma do homem obter recursos para atingir objetivos que a atual sociedade considera fundamental, status, realização pessoal e financeira.
O homem deve, para estar seguro de seu estado de graça, ‘trabalhar o dia todo em favor do que lhe foi destinado. Não é, pois, o ócio e o prazer, mas apenas a atividade que serve para aumentar a glória de Deus (…) É condenável a contemplação passiva, quando resultar em prejuízo para o trabalho cotidiano, pois ela é menos agradável a Deus do que a materialização de Sua vontade de trabalho (WEBER, 1967: 112)
Acreditando em si, cada um devia dedicar-se ao trabalho, para adquirir a independência e o sucesso na vida terrestre. O capitalismo produziu o sentimento de que o trabalho é produtivo. No capitalismo primitivo, o trabalho era um meio para a sobrevivência, já no capitalismo moderno, o trabalho se tornou um dever, algo que todos devem ter para alcançar a realização de seus objetivos de vida. (Thiry Cherques, p. 908)
Para Durkheim, os princípios da divisão do trabalho são mais morais do que econômicos. Quanto maior e mais complexa for uma sociedade, maior será a divisão social do trabalho presente na mesma, pois é o crescimento populacional o responsável pela divisão do trabalho.
Segundo ele existe um conflito em todas as sociedades, de um lado o indivíduo pretende satisfazer todos os seus desejos e ambições e, por outro, a sociedade não o permite e obriga-o a seguir determinadas normas por ela impostas. Existem dois tipos de sociedade; a mecânica que não possui divisão do trabalho social e apresenta uma forte consciência coletiva, e a orgânica que possui divisão do trabalho social e apresenta uma forte consciência individual, e preocupação com os interesses dos indivíduos, além de, atribuir valor supremo à dignidade individual, à igualdade de oportunidades e à justiça social.
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