A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA NOS BANCOS ESCOLARES DO SÉC XXI
Por: vacaloucaeu • 13/10/2015 • Trabalho acadêmico • 2.225 Palavras (9 Páginas) • 315 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA PSICOPEDAGOGIA NOS BANCOS ESCOLARES DO SÉC XXI
Ligia Costa Curvello
RESUMO
O objetivo do presente artigo é refletir sobre as relações entre escola, educandos e psicopedagogos. A importância de tal profissional no âmbito escolar, na busca pela compreensão do processo de ensino/aprendizagem, bem como das falhas deste processo durante a sucessão de estados e mudanças. No que se refere aos portadores de déficit de aprendizagem, busca-se, em um atendimento especializado, viabilizar o entendimento e sanar as preocupações das instituições quanto às ações que nortearão o trabalho com esses discentes, na procura pelo desenvolvimento cognitivo.
Palavras Chave: Psicopedago; Escola; Atendimento Educacional Especializado.
ABSTRACT
The aim of this paper is to discuss the relationships between school, students and educational psychologists. The importance of such work in the school, in seeking to understand the process of teaching / learning as well as the failures of this process during the succession of states and changes. With regard to people with learning disabilities, to search in a specialized care, facilitate the understanding and remedy the concerns regarding the actions of the institutions that will guide the work with these students in a quest for cognitive development.
Keywords: Psicopedago; School; Educational Service Specialist.
INTRODUÇÃO
O psicopedagogo atuante e consciente de seu papel no ambiente educacional procura envidar esforços, possibilitando ao sujeito aprendente à autonomia na aquisição do conhecimento no processo educacional. Com o intuito de desenvolver novas habilidades, percepções, entendimento emprega-se resoluções de desafios e aplicam-se atividades que envolvam a criança. Seu desempenho na área da educação especial, com indivíduos com deficiência, torna-se mais desafiador quando se leva em conta as potencialidades e limites do indivíduo envolvido e da equipe gestora, no mesmo contexto. Por isso, o alvo situacional com portadores de deficiência e déficit de aprendizagem precisa de planos de ação que tenha parceria com as instituições escolares. (FIGUEREDO, 2010)
Observa-se que, nas unidades escolares, sempre há alunos que não desenvolvem potencialidades em sala de aula e/ou não acompanham o ritmo exigido pelo professor. Os motivos são os mais adversos e vão desde a problemas mais sérios de incapacidade intelectual até pequenas desadaptações. No entanto, é importante notar que um Atendimento Educacional Especializado (A.E.E.) oferece a estes educandos oportunidades de ampliarem seus conhecimentos e de se posicionarem como agentes no processo de aprendizagem. (MANTOAN, 2010)
A finalidade do trabalho do psicopedagogo é de colaborar com planos de atuação para que exista convívio, harmonia e o cumprimento dos direitos daqueles considerados "especiais" ou com baixo rendimento intelectual. Isso proporcionará a Unidade Escolar benefícios, para que ela ofereça igualdade de oportunidades para todos. (BUTELMAN, 2010)
Segundo Ida Butelman (2010) a psicopedagogia institucional é “um modelo teórico-prático que permite um questionamento, um diagnóstico e uma elaboração de recursos para a solução de problemas em situações de carência, conflito e crise, em instituições educacionais”. Tal afirmação valida à importância do psicopedagogo institucional nas escolas.
DESENVOLVIMENTO
1. COMO TUDO COMEÇOU
1.1 – A ESCOLA
A Escola, como organização institucional, surge com o estado democrático burguês, em consequência da Revolução Francesa. Seus primórdios evidenciam a relação entre e a sociedade que a cercava durante este período, visto que a burguesia concebia a educação com uma conquista que ocasionaria seu processo de ascensão social. Durante o século XIX, a escola conquistaria alicerce mais forte, valorizando seu compromisso com a sociedade burguesa de formar seus filhos. Tal atitude reforçaria o poder desta classe, que sempre fora exercido sobre o proletariado a partir dos progressos da Revolução Industrial. (PORTO,2006)
No Brasil a educação escolar, com algumas iniciativas jesuíticas, tem seu início no período colonial. A mesma se consolidará na sociedade com a vinda da corte (início do século XIX), reforçando o compromisso da educação com os interesses da classe dominante. No século XX o processo de estruturação da escola sofre alguma alteração com ascensão do estado socialista estabelecida depois da revolução russa de 1917, que modificaria a estrutura política europeia e a comunidade da época. (MUSSUMENI,1963)
Logo após este século, a divisão de conceitos entre o capitalismo e o socialismo se acentua com a Guerra Fria. Neste contexto os marxistas defendiam programas de “educação de base” e os capitalistas buscaram programas de “universalização do ensino” e “educação para todos”, orientados pelo princípio filosófico que associa a educação uma oportunidade que resultará no crescimento econômico do indivíduo.
Em nossos dias, o estado capitalista pós-moderno, resultante de uma economia globalizada, exige da escola novos posicionamentos. Os grandes desafios oferecidos pela sociedade a esta instituição com a inclusão, que permeiam os seus diversos aspectos organizacionais e intelectuais, traz novos rumos à educação. (MENEZES, 2002).
Segundo Rita Vieira de Figueredo, Professora da Universidade Federal do Ceará, “a escola que inclui valoriza o papel social do aluno, pois repousa sobre o princípio da contribuição”. Sobre este assunto ela ainda afirma:
A inclusão se traduz pela capacidade da escola em dar respostas eficazes à diferença de aprendizagem dos alunos. Ela demanda que a escola se transforme em espaço de trocas o qual favoreça o ato de ensinar e de aprender. Transformar a escola significa criar as condições para que todos participem do processo de construção do conhecimento independente de suas características particulares. A inclusão requer também mudanças na gestão da escola, tornando-a mais democrática e participativa, compreendendo o espaço da escola como um verdadeiro campo de ações pedagógicas e sociais, no qual as pessoas compartilham projetos comuns. (FIGUEREDO, 2010)
No padrão proposto pela inclusão, ao mencionar os benefícios ocasionados pela junção de crianças diferentes no ambiente escolar, esta promoverá o desenvolvimento social / intelectual de todos os envolvidos. São as diferenças apresentadas pelos discentes que impulsionam as mudanças decorrentes na escola e na metodologia de ensino por ela oferecida.
1.2 – A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL
No Rio de Janeiro, no período que segue até a década de 80, todos os esforços acadêmicos tratavam somente de assuntos relacionados ao conhecimento obtido na prática com aprendentes pertencentes a então denominada Educação Especial, em sua maior parte que envolviam crianças com deficiência mental. Muitos dos casos analisados naquela época apresentavam limitações ocasionadas por deficiências físicas e/ou dificuldades sócio/culturais, que eram mal interpretadas e administradas pela escola e profissionais que lidavam com os pequeninos em clínicas institucionais. (MASINI, 1993)
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