A Importância das Ciências Humanas e Sociais para o pensamento estratégico
Por: Aninha Lima • 23/10/2019 • Trabalho acadêmico • 900 Palavras (4 Páginas) • 222 Visualizações
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS
MESTRADO EXECUTIVO EM GESTÃO EMPRESARIAL
CSH E ESTRATÉGIA EMPRESARIAL:
A importância das Ciências Humanas e Sociais para o pensamento estratégico
do gestor de empresas
TRABALHO ENTREGUE NA MATÉRIA DE ANTROPOLOGIA DO CONSUMO
Professora Marisol Goia
ANA MARIA PASCHOAL LIMA
Rio de Janeiro – 2019
Ciências Sociais e Estratégia Empresarial
As ciências sociais e humanas adotam uma forma de debruçar o olhar sobre a sociedade e a cultura que preza pela aproximação e compreensão. Essa forma de encarar os fenômenos sociais e entendê-los, quando adotado pelo gestor de uma empresa, pode tornar-se um diferencial estratégico relevante.
Nesse sentido é preciso considerar que há um movimento constante em busca de melhor lucratividade dos negócios e que o papel desse gestor passa por inúmeras decisões que visam alcançar esse objetivo, tais como posicionamento de marca, escolha e design de produtos, ações de publicidade, adoção de politicas socioambientais, etc...
Todas essas decisões são tomadas com base em diferentes informações tais como pesquisas de mercado e inovações tecnológicas. Mas, ainda assim, são deliberações feitas por pessoas e, por esse motivo, não são livres das percepções pessoais existentes acerca da expectativa do mercado.
Assim as decisões e escolhas do gestor estratégico podem e são pautadas em sua realidade, em sua experiência: na sua verdade diante da realidade que o cerca. Nessa premissa reside o perigo de que sejam arbitradas com base em pressupostos parcial ou totalmente equivocados dos interesses do consumidor.
Para entender esse risco, um exemplo bastante útil é considerar a produção de brinquedos. Como garantir que adultos conseguem atender a demanda real das crianças durante o processo de criação de brinquedos?
Há que se apontar que a criação de brinquedos vem ocorrendo faz séculos e que tais brinquedos são adotados pelas crianças. Mas a função do gestor estratégico vai além de apenas produzir algo que seja consumido. A estratégia reside em buscar um posicionamento único a partir de um entendimento amplo e profundo sobre uma necessidade ou um fenômeno social e, com base nesse entendimento, criar um bem ou serviço que efetivamente atenda a demanda existente.
Nesse sentido, a percepção equivocada e tendenciosa de alguma prática ou significado humano, pode também significar uma estratégia empresarial inteiramente equivocada.
As ciências sociais e humanas apresentam uma resposta a este problema através de uma forma diferente de acessar a verdade do consumidor partindo do seu próprio olhar. Essa perspectiva busca a aproximação do fenômeno e das pessoas envolvidas nele para acessar a verdade a partir do ponto de vista de quem o vivencia.
Esse olhar passa, em primeiro lugar, pela compreensão de que o gestor estratégico é uma pessoa e que por isso ele traz seu próprio conjunto de verdades e suposições acerca do mundo. Entender quem os consumidores realmente são e do que realmente precisam guarda íntima relação com despir-se de preconcepções, pressuposições e preconceitos.
Conforme apresentado no vídeo “The Momento of Clarity”, em muitas situações os gestores de uma empresa analisam desejos e intenções dos consumidores com base em assumpções enraizadas no seu próprio pensamento. Tão enraizadas, inclusive, que sequer são percebidas de maneira consciente e que permeiam nossos comportamentos e julgamentos rotineiramente. Algumas dessas assumpções mencionadas são:
- Nós estamos absolutamente conscientes das nossas intenções;
- Nós sabemos o que queremos e do que precisamos; e
- Nós somos igual, independente de contexto em que nos encontramos.
Tais noções preconcebidas, de acordo com o que é defendido no vídeo, precisam ser contestadas e descontruídas, de maneira que haja espaço para um novo olhar e uma nova forma de encarar e perceber os fenômenos sociais.
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