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A RELEVÂNCIA DA TEORIA DOS JOGOS NA GOVERNANÇA CORPORATIVA

Por:   •  26/5/2019  •  Artigo  •  4.855 Palavras (20 Páginas)  •  306 Visualizações

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A RELEVÂNCIA DA TEORIA DOS JOGOS NA GOVERNANÇA CORPORATIVA

Márcia Borba dos Santos[1]

Irineu Manoel de Souza[2]

RESUMO

Este artigo examina de que forma a Teoria dos Jogos pode contribuir na Governança Corporativa. O método escolhido é o de revisão bibliográfica, perpassando os conceitos de governança, Teoria dos Jogos e administração estratégica, tomada de decisão, bem como busca associar a própria teoria à governança corporativa. Neste estudo a mesma se revelou como uma importante ferramenta estratégica para a tomada de decisão em questões administrativas das organizações. Com uma infinidade de possibilidades matemáticas, a Teoria ampara muito bem o processo decisório a partir de projeções matemáticas de possíveis resultados.  Este trabalho, por fim, visualiza a Teoria dos Jogos como uma ferramenta inovadora da governança corporativa, aplicável a organizações em geral, principalmente nos casos em que é necessária a previsão de resultados.

Palavras-chave: teoria dos jogos, governança, administração.

1. INTRODUÇÃO

Gerir empresas e corporações requer a utilização de uma série de ferramentas e técnicas administrativas, as quais nem sempre são conhecidas amplamente ou em sua totalidade, de fácil aplicação ou mensuração. Um dos diversos significados de governar nos remete às palavras “dirigir” e “administrar”.

A governança corporativa nos remete a um conceito relacionado sobre a forma como as organizações são dirigidas e controladas. Esta expressão contempla os assuntos relacionados ao poder de controle e de direção de uma empresa, bem como as diferentes formas e esferas de seu exercício, além dos diversos interesses que são relacionados à vida das organizações (BLOK, 2017). O interesse nas formas de gestão das organizações vai além da própria organização, e envolve acionistas, concorrentes, sociedade em geral e todos os demais públicos que possam ser impactados pela organização, ao que se chama no âmbito organizacional de “stakeholders”.

Este estudo se presta a analisar uma das diversas ferramentas utilizadas em administração, especialmente no campo da estratégia empresarial, a chamada Teoria dos Jogos. Basicamente a Teoria busca uma solução de um jogo, criada para se modelar fenômenos que podem ser observados quando dois ou mais “agentes de decisão” interagem entre si, com prescrição ou previsão sobre o resultado, onde salienta-se que existem diferentes conceitos de solução, como a dominância e o equilíbrio, por exemplo.

Visto que as organizações vivem atualmente sob fortes apelos externos, seja pela pressão social e pela exposição das mídias informatizadas, torna-se importante utilizar-se das melhores práticas de gestão, sob pena de exposição negativa nos mercados em que atua. A governança, em sentido mais amplo, vai buscar na Teoria dos jogos, uma possível contribuição, de modo a aperfeiçoar o desempenho organizacional.

Gramignha (2007) ressalta que “o jogo acompanha o homem desde os primórdios da história da humanidade. Quando o homem ainda não sabia falar, fazia uso do jogo de gestos e sons para comunicar-se.” Desta forma, este estudo pretende dedicar-se a investigar a seguinte questão: de que forma a Teoria dos Jogos pode contribuir com a governança corporativa?

OBJETIVO GERAL

O objetivo deste estudo é o de analisar de que forma a Teoria dos Jogos pode contribuir com a governança corporativa.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Realizar uma revisão dos conceitos de Governança Corporativa e administração estratégica;

Analisar a Teoria dos Jogos a partir do olhar administrativo;

Identificar setores da organização em que a Teoria dos Jogos possa ser utilizada.

JUSTIFICATIVA

Cada vez mais as empresas buscam meios e ferramentas que minimizem erros, maximizem lucros, auxiliem na tomada de decisões e proporcionem a tão sonhada administração estratégica. A governança corporativa surge como um novo modo de gerir e monitorar conflitos empresariais. A Teoria dos Jogos, objeto deste estudo surge recentemente em termos históricos, somente a partir da década de 50, e atualmente é bastante reconhecida como aliada da administração, também sendo aplicada a outros campos, em geral com análises matemáticas.

Conhecer uma prática relativamente inovadora no âmbito da administração torna-se importante neste sentido, de tal modo que, neste estudo, faz-se a revisão bibliográfica dos conceitos de governança corporativa, bem como sua abrangência e, analisa-se o objetivo e a aplicabilidade da Teoria e de que forma esta possa vir a dar contribuições positivas para as práticas de governança corporativa.

2.        METODOLOGIA

Do ponto de vista dos objetivos esta é uma pesquisa descritiva, tendo como finalidade proporcionar a coleta de informações sobre o assunto investigado, através de levantamento bibliográfico e busca de exemplos que estimulem a compreensão do tema (PRODANOV, 2013).

A coleta de dados ocorreu por meio de análise de conteúdo, buscando fundamentação teórica em livros, artigos, periódicos científicos e bibliotecas virtuais. Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem neles causar interferência do pesquisador.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. CONCEITOS DE GOVERNANÇA

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o conceito teria surgido para superar o “conflito de agência”, que pode ser entendido como o conflito de interesse entre acionistas e gestores de uma empresa. Neste contexto, as companhias foram objeto de sensíveis transformações, uma vez que o acentuado ritmo de crescimento de suas atividades promoveu uma readequação de sua estrutura de controle, decorrente da separação entre a propriedade e a gestão empresarial (IBGC, 2018).

Em um contexto de globalização, em que uma empresa pode ter steakholders de diversos locais e com interesses diversos, a governança surge de modo a gerir, dirigir e monitorar estes conflitos, através de normas, regulamentos, mecanismos contratuais e outros, limitando comportamentos oportunistas.

Um bom sistema de administração reflete bem o significado proposto para o termo governança corporativa, estando esta intrinsicamente ligada à ação de se comandar um ambiente formado por estratégias, pessoas, processos e tecnologias. Além disso, as boas práticas de governança têm por função converter os princípios básicos da administração em recomendações objetivas, alinhadas com o objetivo da organização com vistas a preservar e otimizar seu valor econômico (BLOK, 2017).

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