A RESENHA CRÍTICA (FILME) – SELMA: UMA LUTA PELA IGUALDADE
Por: Lara Araujo • 22/9/2020 • Resenha • 1.523 Palavras (7 Páginas) • 965 Visualizações
RESENHA CRÍTICA (FILME) – SELMA: UMA LUTA PELA IGUALDADE
Martin Luther King Junior, o principal personagem do filme “Selma”, foi um pastor batista e ativista político estadunidense que se tornou a figura mais proeminente e líder do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos de 1955 até seu assassinato em 1968. Antes de sua morte, King estava planejando uma ocupação em Washington, D.C., que seria denominada Campanha dos Pobres.
O filme apresenta a luta de Martin Luther King Jr. para garantir o direito de voto dos afrodescendentes, uma campanha perigosa e aterrorizante que culminou na marcha épica de Selma a Montgomery, Alabama, e que estimulou a opinião pública norte-americana e convenceu o presidente Lyndon Jonhoson a implementar a Lei dos Direitos de Voto em 1965.
No início do filme, temos dois exemplos de violência e preconceito; uma explosão que mata crianças negras, e uma cena muito chocante que mostra uma mulher tentando se cadastrar para ter direito ao voto, mas que recebe um tratamento ridículo e tem seu pedido negado, além de ter sido humilhada apenas por sua cor de pele.
Martin Luther King Jr. recém premiado com o Nobel da Paz, agora com mais influência e visibilidade, trata diretamente com o presidente Johnson sobre uma lei que poderia dar muito mais liberdade para as pessoas negras, mas o presidente foi claro ao dizer que existem problemas mais importantes para serem resolvidos. Então, Martin sabendo que no Sul do EUA existia ainda muito preconceito e violência, decide ir para lá e tentar mudar essa situação. Tendo assim, o início das manifestações.
Um grupo de manifestante entra em um restaurante para se esconder da polícia que estava atacando, sem razão, por ser um protesto pacífico. Após um tempo os guardas entram nessa lanchonete e agridem um homem velho com cassetete. O neto deste homem, tenta defende-lo e acaba sendo baleado e morto. Mesmo depois dessa tragédia King pede para que as pessoas não desistam, que continuem lutando pelos seus direitos.
Na cidade de Selma, os negros juntaram-se e caminharam com destino a Montegomery, a capital de Alabama. Nesse dia, foram surpreendidos com uma barreira policial impedindo de prosseguir com a manifestação. Os guardas foram autorizados a atacar os protestantes com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo, fazendo todos recuarem. A maioria dos negros naquele local ficaram machucados e sem reação em meio a tanta violência contra pessoas indefesas. Com essa situação, Martin decide fazer um apelo e convida não só os negros, mas também, os brancos que eram a favor do movimento trazendo assim mais visibilidade para a sua causa. Com a participação das pessoas brancas chamou a atenção do governo que até então se mantinha racista. Na marcha incluindo pessoas brancas e membros de igrejas, o povo chegou na mesma parte onde tinham sido atacados e a barreira se desfez. Martin, porém, decide recuar por medo de ser uma armadilha contra as pessoas negras.
Depois da marcha, um padre branco que apoiava a manifestação foi morto por outra pessoa branca preconceituosa que não aceitava o direito dos negros. Com o acontecimento do assassinato, chamou a atenção do presidente que ficou transtornado ao saber que um branco morreu pelos direitos dos negros. A partir daí, a ideia da liberdade eleitoral começa a ser pensada com a devida importância, o movimento estava ficando cada vez mais abrangente e reconhecido. Pensando na segurança geral dos americanos, o presidente Lyndon Jonhoson decide decretar uma lei permitindo o voto direto de cidadãos americanos de todas as raças.
O filme apresenta como escolheram esse local para efetuar a marcha e mostrar os argumentos utilizados em outros movimentos que não alcançaram os objetivos propostos. Retrata como eram as reuniões para os movimentos e os treinamentos para a marcha pacificadora. O início dá-se com uma explosão que matou várias crianças negras em uma igreja. Outras cenas no filme retratam bem o sofrimento de muitos negros e a luta pelos direitos sociais. Mas o enfoque é o jogo político enquanto todas essas tragédias acontecem.
Martin Luther King Junior é colocado a frente em “Selma” que é apenas uma pequena amostra de uma batalha por direitos e igualdade que segue até os dias atuais. O ator David Oyelowo, que interpreta King, apresenta-se um personagem bem humanizado, que não mostra em nenhum momento que ele está ali para ser um herói, e sim, como um líder que busca defender o direito de igualdade para as pessoas negras norte americanas. No filme há uma cena que uma pessoa branca é assassinada por outra pessoa branca, por somente apoiar os direitos das pessoas negras. Essa cena é muito chocante, pois pensar que foi preciso uma pessoa branca morrer pela causa para assim o governo dar a devida importância para os direitos das pessoas negras.
Então voltamos a pensar que a demonstração do preconceito no filme é mostrada com tal perfeição, que podemos imaginar como o preconceito é vivido pelas pessoas negras no cotidiano. Cito o filme “O ódio que você semeia” (tradução livre) . O foco principal desse filme, conta a história de uma adolescente negra norte americana, que vivência a desigualdade e o preconceito no dia-a-dia por ser uma pessoa negra e retrata os dois lados de uma sociedade, especialmente de quem sofre com o racismo, em um mundo que a justiça é deficitária.
Há uma cena que uma adolescente negra, chamada Starr Carter (Amandla Stenberg), que presenciou o assinado do seu melhor amigo de infância, Khalil (Algee Smith), morto por um policial branco. No momento da abordagem, o policial
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