A Vacinação Por Dados

É indubitável que diante das questões desoladoras do século XXI, o dilema desafiador da vacinação dos brasileiros, apresenta não somente o reflexivo de uma sociedade vítima de um arcabouço histórico, mas também corolário de uma administração errônea. Em Memórias Póstumas de Brás de Cubas, por exemplo, o defunto-autor realista Machado de Assis, afirma que não teve filhos e por isso não transmitiu a ninguém o legado de sua miséria. Análogo a essa afirmação, o problema configurando-se na contemporaneidade.

Deve-se pontuar de início, que a não vacinação de pessoas têm como consequências grandes surtos. Nesse sentido a problemática encontra entraves, veementemente, afetados pela história brasileira. Em 1563, por exemplo, o Brasil, por não ter medidas profiláticas, como a vacina, sofreu com seu primeiro surto: a varíola que infectou inúmeros indígenas no período. Atualmente, a principal medida profiláctica existe, mas a falta de investimentos e não preparação governamental mostram que o problema encontrou outra perspectiva é o que afirma a Organização Mundial da Saúde-OMS. Vê-se, então, a configuração da problemática.

Outrossim, torna-se preocupante e estarrecedor constatar a inaptidão da gestão para o problema. Posto isso, a Constituição Cidadã de 1988, artigo quinto, garante a inviolabilidade do direito à vida. Dessa forma, contrariando o que a Carta Magma afirma, o lapso do governo a atender a população tem persistido o problema, haja vista a falha na distribuição de vacinas que não chegam a todos, além do período tardio para realização de campanhas publicitárias, muitas vezes, somente em período de datas comemorativas segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Seguindo essa linha de pensamento, nota-se que a gestão deve rever seus projetos administrativos.

Destarte, o problema encontra entraves históricos e governamentais. Análoga à terceira lei do físico Isaac Newton, em que toda ação requer uma reação é necessário que o sistema educacional, comandado pelo Ministério da Educação, instrua os alunos por meio de palestras, a fim de que conheçam a importância da vacinação, comparando com a história de alguns surtos, os quais poderiam ser evitados se houvesse essa medida profiláctica. Nesse interim, o governo deve antecipar às campanhas de vacinação para que as pessoas conheçam, antecipadamente, o, além de ampliar, em parceria com os governos Estaduais, a disponibilização para Secretarias Municipais de Saúde estoque anuais de vacinação, com o intuito de que as falhas na distribuição seja corrigida. Assim, talvez, a pedra de Drummond será retirada do caminho.