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A cultura como o campo natural da Antropologia

Por:   •  12/3/2018  •  Resenha  •  2.255 Palavras (10 Páginas)  •  291 Visualizações

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ALUNO(A): Sabrina Portella Maia

AULA/TEMA/TEXTO: Texto 3A - A cultura como o campo natural da Antropologia – Kottak (Capítulo 2) –  Cultura

RESUMO DA OBRA:

Com base no capítulo anterior, foi possível perceber que somente os seres humanos possuem uma aprendizagem cultural (hábitos e costumes específicos),  transmitida ao longo do tempo.[a]

O antropólogo britânico Edward Tylor, afirmou que as culturas obedecem a leis naturais, e portanto,  podem ser estudadas de modo científico. Além disso, o antropólogo define objeto da antropologia, a qual inclui conhecimentos, regras morais, crenças, e quaisquer outras capacidades e hábitos como atributos adquiridos pelo homem como membro da sociedade, e não herdados por herança biológica, mas sim, pelo ambiente em que estão inseridos, expostos a uma tradição cultural específica. O processo por qual uma pessoa aprende, internaliza ou incorpora uma tradição cultural é definido como enculturação.

A diferença principal da cultura estar restrita aos seres humanos pode-se dizer que está no fato da utilização exclusiva de símbolos, sinais que não têm conexão necessária ou natural com as coisas que representam ou significam. Os animais desenvolvem a capacidade de aprendizagem também, por experiência, com outros membros do grupo, por aprendizagem social, porém somos os únicos a aplicar sistemas específicos de sentidos simbólicos, os quais ajudam a orientar seu comportamento e suas percepções ao longo da vida.

A cultura também pode ser transmitida por um processo direto (dizer obrigado, por exemplo) e por meio da observação, conforme os indivíduos vão adquirindo suas próprias observações acerca do mundo e daquilo que os rodeia, e sua consciência cada vez maior sobre o que sua cultura considera certo e errado. Entretanto, ela também pode ser absorvida de forma inconsciente.

Em relação ao pensamento simbólico, é possível afirmar que um símbolo é algo verbal ou não verbal, linguístico ou não, que em uma determinada língua ou cultura, vem a representar outra coisa. Não também uma necessidade de conexão óbvia natural ou necessária entre o símbolo e o que ele simboliza. A linguagem é uma das propriedades distintivas do Homo sapiens, complexa e com uma infinidade de símbolos.A associação entre um símbolo e o que é simbolizado é arbitrária e convencional.

A enculturação unifica as pessoas, proporcionando-nos experiências comuns. As crenças, as memórias, as expectativas e os valores compartilhados conectam as pessoas que crescem vivenciando uma mesma cultura, e embora esta mude constantemente, certos elementos desses citados podem ainda resistir ao tempo.

A cultura nos ensina a expressar de forma particular as demandas biológicas naturais que compartilhamos com outros animais. Hábitos, percepções e invenções culturais definem a ‘’natureza humana’’ de muitas formas e fazem parte de tradições culturais que converteram atos naturais em costumes culturais. Pela ciência, a invenção e a descoberta, os avanços culturais superaram muitas limitações ‘’naturais’’, como por exemplo, a prevenção e cura de algumas doenças.

Todos somos ‘’portadores de cultura’’, e as forças culturais que mais afetam as pessoas são aquelas presentes diariamente em suas vidas, em especial as que influenciam as crianças no processo de endoculturação.

É importante ressaltar que as culturas são sistemas integrados que seguem padrões. Se uma parte dele muda, outras partes mudam também. A cultura pregada antigamente em relação ao papel da mulher, a figura masculina, e as responsabilidades de ambos os sexos, possuía uma percepção, e atualmente, percebemos que ao longo das gerações essa visão está se modificando. Portanto, é possível dizer que as culturas não estão integradas apenas por padrões sociais, mas também, por conjuntos de valores, ideias, símbolos e maneira de julgar. Um conjunto de valores fundamentais característicos integra cada cultura e ajuda a distingui-la das demais.

Outro aspecto relevante da cultura é o fato dela ser adaptativa ou mal-adaptativa.  A adaptação cultural diz respeito aos meios que usamos para atender nossas necessidades biológicas básicas de comida, abrigo, conforto e reprodução, ou seja, usamos a cultura de forma instrumental. Assim como, ela pode ser usada para atender as necessidades psicológicas e emocionais (amizade, companheirismo, aprovação), com base no apoio formal ou informal. Dessa forma, constituem laços e os cultivam, baseadas em experiências, interesses políticos, sensibilidades estéticas ou atração pessoal em comum.

Ao mencionar as formas mal-adaptativas, a cultura refere-se a meios que podem ameaçar a continuidade de existência de um grupo, como por exemplo, excesso de população, sistemas ruins de distribuição de comida, poluição do meio ambiente.

A base evolutiva para cultura remonta 2,6 milhões de anos, mas observando o uso de instrumentos pelos símios, os cientistas acreditam ser ainda mais longe que essa data. Em comparativo com os seres humanos, as semelhanças são evidentes na área anatômica, na estrutura do cérebro, na bioquímica e na genética. Os mais próximos de nós são os símios africanos (chipanzés e gorilas). Hominídeos é o termo usado para o grupo que inclui os seres humanos e todas as espécies humanas já existentes.

Há certas capacidades primatas que levaram milhões de anos para evoluírem, por exemplo, a destreza manual, que representa uma grande vantagem humana, pois possibilita a produção de instrumentos, o que pode influenciar e ajudar na capacidade adaptativa. Entretanto, não são únicos a possuírem tal habilidade, apesar de fazerem o uso muito mais frequente do que qualquer outra espécie não animal, os castores, as aves, os símios... também se beneficiam dessa capacidade. Nos primatas, sobretudo os seres humanos, a relação entre tamanho do cérebro e tamanho do corpo, excede a da maioria dos mamíferos. A capacidade de aprendizagem também confere a esse grupo de primatas uma enorme vantagem, principalmente de aprender com a experiência e ter a mudança de comportamento como resultado disso, característica similar de primatas não humanos.

Diante disso, um grupo de destaque é os símios, que revelam habilidades importantes para a cultura. Chimpanzés e orangotangos selvagens miram e atiram objetos, e os hominídeos, por sua vez, sofisticaram essa capacidade, sem a qual nunca teríamos desenvolvido a tecnologia de projéteis e armas.

Em relação a partilha e cooperação, estas são muito mais desenvolvidas entre os seres humanos, inclusive esses estão entre os mais cooperativos na busca de alimentos e outras atividades sociais, e a quantidade de informação armazenada por eles é muito maior do que em qualquer outro grupo de primatas.  O acasalamento dos humanos e primatas também representa outra diferença entre os dois grupos, assim como, o casamento o qual constitui o sistema de exogamia e parentesco, representando outra diferenciação.

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