AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NA AGROINDÚSTRIA

INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS E AGROINDÚSTRIA:

Um Levantamento Bibliográfico das Dissertações Publicadas no IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia de 2006 a 2016

Antonio Kennedy Araújo Carvalho^[1]

                                        Edson Aparecida de Araújo Oliveira^[2]

RESUMO:

O objetivo do artigo é realizar um levantamento bibliográfico, de caráter qualitativo, na base de dados do IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia de 2006 a 2016. O estudo foi dividido em três fases: levantamento bibliográfico em uma base de dados; Leitura e análises das dissertações e apresentação dos resultados obtidos. Os trabalhos publicados possibilitaram o aprofundamento teórico na inovação tecnológica, agroindústria e inovações tecnológicas nas agroindústrias, fornecendo um panorama nacional quanto à pesquisa no período estudado.

Palavras-chaves: Gestão. Desenvolvimento. Inovação. Agroindústria.

ABSTRACT:

The objective of the article is to carry out a qualitative bibliographical survey, an IBICT database. The study was divided into three stages: a bibliographic survey in a database; Reading and analysis of the dissertations and presentation of the results obtained. The published works allowed the theoretical deepening in technological innovation, agroindustry and technological innovations in the agroindustries, providing a national panorama for a research in the studied period.

Keywords: Management. Development. Innovation. Agribusiness.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CEPEA), no ano de 2011, o agronegócio, com as atividades de insumos, agropecuária, indústria e distribuição, representou R$ 917,65 bilhões do PIB do país, ou seja, 22% do PIB brasileiro. A explicação para esse crescimento no Brasil está relacionada às mudanças ocorridas com a crise de 29, no EUA, que abalou a sua economia cafeeira. Com a crise, o Brasil precisou encontrar uma forma de sobressair apostando no desenvolvimento novas tecnologias.

A grande mudança ocorreu em 1950, à chamada revolução do campo com a criação de Complexos Agroindustriais – CAIs. Os produtores deixam de focar na produeeção de café para dar uma atenção especial a outras culturas, como o arroz, trigo, feijão, milho e a própria soja, além de outros. Os resultados alcançados através desses desenvolvimentos e modernização deram uma nova visão a agricultura, passando a se chamar agronegócio.

Com a chegada do complexo agroindustrial, o cultivo passou a fazer uso de inovações e técnicas produtivas que favoreceu o processo de produção, que antes era consumida in natura, passa a fazer uso de um processo de produção e beneficiamento, gerando uma maior durabilidade e maior lucratividade para os agricultores e o ato de inovar passar a fazer parte do cotidiano das empresas.

É impossível dissociar a agricultura moderna da inovação tecnológica. A inovação tecnológica na agroindústria tem papel fundamental no melhoramento das espécies, insumos, bem como no cultivo mecanizado. Essa ascensão tecnológica, em alguns casos, vem acompanhada de degradações dos recursos naturais. Tais demandas precisam ser sanadas ou até mesmo amenizadas por meio de estudos que promovam a sustentação das agroindústrias, por meio da comercialização de um novo produto ou novo processo. Nesse contexto o trabalho trás como problema: quais as publicações no IBICT – Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia de dissertações sobre inovação tecnológica na agroindústria?

Para tanto, pretende-se por meio deste estudo, levantar dados sobre o que foi publicado pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBCT), entre 2006 e 2016, associando os elementos da Inovação Tecnológica e Agroindústria.

Para facilitar o entendimento do leitor, esse artigo encontra-se estruturado da seguinte forma: a primeira seção trás as notas introdutórias. Na segunda seção, foi contemplado o marco teórico sobre Conceito de Inovação Tecnológica; na terceira seção, trata da Agroindústria, na mesma seção, traz a inovações na agroindústria e inovações tecnológicas na agroindústria; na quarta seção tem-se a Metodologia da Pesquisa; o resultado da pesquisa, na quinta seção e, por fim, as considerações finais, na sexta seção.

2. INOVAÇÃO

1. Conceito de Inovação Tecnológica

        A inovação tecnológica surge de uma necessidade. Seu resultado é fruto de testes, experimentos e esforços contínuos, para que possa satisfazer o objetivo inicial. Para Aurélio (2002), inovação é introduzir novidade, descobrir ou atestar, pela primeira vez, a existência ou a ocorrência de algo inédito.

        “Um processo de várias etapas através do qual as organizações transformam ideias em produtos novos ou melhorados, serviços ou processos, a fim de avançar, competir e diferenciar-se com sucesso em seu mercado”. (BAREGHEH; ROWLEY; SAMBROOK, 2009).

        Santos et al. 2012, reforça isso ao dizer que:

A inovação, dependendo do contexto em que é analisada, pode assumir diferentes significados. Pode abranger processos, serviços e produtos. Em nível do mercado, pode ser definida como qualquer modificação percebida pelo consumidor, até mesmo quando o produto não sofre nenhum tipo de alteração física. Já na área produtiva, a inovação constitui-se na introdução de novidades materializadas em produtos, processos ou serviços, que podem ser completamente novos ou apenas modificados. (SANTOS et al. p. 178, 2012)

        Para Leite (2008), a inovação tecnológica surge das transformações econômicas, sociais e institucionais.

        Existe hoje uma grande confusão entre inovação e criatividade. É importante destacar suas diferenças, pois são termos distintos, apesar de correlatos. Criatividade faz parte do processo, é o meio, já o resultado chamamos de inovação.

        De acordo com o Longo (1996), inovação advém de uma solução para um determinado problema, desde que haja a comercialização deste no mercado. Seu processo vai desde a pesquisa até o uso prático. Para Guimarães (2000), é a introdução de algo novo no mercado, seja produto, processo, método ou sistema.