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Administração da produção

Por:   •  1/6/2015  •  Dissertação  •  1.064 Palavras (5 Páginas)  •  243 Visualizações

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Pode-se dizer que os principais problemas da Euro Disney foram as hipóteses de Planejamento e de estimativas, que não refletiram a economia europeia ou uma disposição dos consumidores para ingressos com valores altos. Também houve um pensamento equivocado ao se prever uma curva de demanda sazonal menos acentuada, que é característica da demanda nos EUA, como resultado das visitas fora de temporada e de meio semestre que os filhos fazem a seus pais. Como resultado, os níveis e padrões da demanda jamais alcançaram aqueles previstos pelos planejadores.        

Um problema adicional se relacionava à homogeneidade dos mercados europeus. Os planejadores da Disney nos EUA inicialmente trataram a Europa como um único país, subestimando as diferenças inerentes entre os mercados existentes em termos de demanda, e importando métodos de marketing que tinham dado certo na América, mas não ao serem levados ao contexto Europeu. Como consequência, a matriz norte-americana foi forçada a aceitar que os hábitos dos turistas variam muito dentro do contexto europeu e que seus preços eram demasiadamente altos para os visitantes franceses.        

Como parte integral dos subsídios financeiros para a implantação do parque, o plano de negócios havia pressuposto que hotéis de luxo com altos níveis de ocupação e outros imóveis seriam construídos e posteriormente vendidos a outros empreendedores, com lucros consideráveis. Os planejadores da Disney não queriam enfrentar os problemas relacionados ao uso do solo que eles haviam sofrido nos EUA, onde terrenos extras tiveram que ser comprados para a expansão, ou sofrer limitações financeiras impostas em Tóquio, quando os investidores japoneses tiveram lucros enormes e a Disney tinha apenas 10% de ganho bruto nos passeios e 5% nos alimentos e bebidas. Como consequência, os planejadores se preocuparam em buscar a otimização das oportunidades de lucro desde o início.

Os planejadores da Disney relevaram as más condições econômicas prevalecentes na Europa no início dos anos 1990, que resultaram em uma queda severa no mercado imobiliário hoteleiro. A Euro Disney tinha se envolvido com um empreendimento imobiliário gigantesco, incluindo hotéis, lojas, escritórios e habitações, ignorando os sérios problemas apresentados por essas obrigações financeiras não realistas impostas pela matriz norte-americana. Os hotéis não foram vendidos conforme planejado anteriormente e, além disso, a desvalorização monetária britânica e italiana deprimiu ainda mais o poder de compra, reduzindo a demanda por viagens ao exterior. 

Outros problemas de planejamento se concretizaram. O projeto para os restaurantes dos hotéis, por exemplo, não levou em consideração os diferentes gostos dos hóspedes, e muitos eram pequenos demais, devido ao pressuposto de que poucos europeus iriam tomar café da manhã completo. Como consequência, surgiram longas esperas e problemas com filas, resultando na insatisfação dos hóspedes e em reclamações. Os bares e restaurantes foram projetados para lanches rápidos (fast foods), de forma a encontrar em uma só área diversos tipos de restaurantes com este gênero de comida, mas os franceses, conhecido internacionalmente pelo seu excelente gosto culinário, não concebem este tipo de alimentação, preferindo sentar-se com calma e prolongadamente para alimentar-se, desta forma, o padrão foi que, à uma hora da tarde, havia uma grande demanda para uma refeição mais completa. Além disso, os bares e restaurantes da Disney estavam amarrados a uma política de “lei seca”, significando que o hábito francês de beber vinho em uma refeição não era permitido.
Os problemas foram agravados ainda mais pelos relatórios anteriores à inauguração, emitidos pela Disney, determinando que os empregados teriam que se submeter ao registrado no código Disney de apresentação, que consistia, para as mulheres, em unhas curtas e de cor clara, roupas adequadas e pouca liberdade para os penteados. O código como um todo foi considerado como um insulto pelos franceses, que acreditaram que ele agredia os princípios de individualismo e privacidade da cultura francesa. Assim, questões culturais que não haviam sido previstas surgiram nos jornais como o Lê Figaro, que afirmou “Euro Disney é um símbolo adequado do processo pelo qual os padrões culturais de um povo são rebaixados e onde o dinheiro se torna o todo-poderoso”.

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