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Anhnaguera

Por:   •  25/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  5.583 Palavras (23 Páginas)  •  279 Visualizações

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AULA 8

Podemos definir gestão do capital de giro como a gestão do ciclo de comprar, produzir e vender ou revender produtos e serviços. A gestão do capital de giro caracteriza-se pela gestão do conjunto de atividades do sistema empresa necessárias para gerar produtos e serviços e entregá-los para sua comunidade de clientes.

A gestão do capital de giro complementa-se com a gestão do ativo fixo e a gestão da estrutura de capital. A importância da gestão do capital de giro decorre da grande diversidade de atividades que a compõe, que incluem a administração das operações de compra, produção, venda e distribuição e seus reflexos econômicos. Essa grande diversidade de atividades provoca reflexos econômicos e financeiros e, consequentemente, influi no lucro e no caixa da companhia.

Assim, o capital de giro reflete a dinâmica das operações de uma empresa, provocando a necessidade da gestão do tempo de execução das atividades e das operações. Dessa maneira, a redução dos tempos das atividades e a eficiência do seu conjunto são elementos fundamentais na administração do capital de giro. Já a gestão do ativo fixo e da estrutura de capital, em função de sua característica de maior imobilidade, tende a exigir menor atenção dos gestores.

Necessidade Líquida de Capital de Giro

O capital de giro é representado no balanço patrimonial nos elementos do ativo e passivo circulante que representam a dinâmica das operações de comprar, estocar, produzir, vender e receber. A Tabela 8.1 mostra um exemplo de balanço patrimonial.

[pic 1]

As contas representativas do capital de giro estão na Tabela 8.2. O valor das aplicações financeiras do ativo circulante não é considerado como formador do capital de giro porque, em princípio, representa excedentes de caixa, aplicados temporariamente, à espera de novos investimentos ou distribuição de dividendos. Consideramos como capital de giro o valor dos saldos de caixa e bancos no pressuposto de que ele representa o caixa mínimo que a empresa tem que ter para não ter problemas de liquidez no pagamento de suas contas de curto prazo.

[pic 2]

O grupo realizável a longo prazo também não está sendo considerado como capital de giro, na premissa que se trata de aplicações financeiras ou investimentos de longo prazo. Porém, se alguma empresa tiver contas a receber de clientes de longo prazo (mais de 360 dias), bem como estoques que têm expectativa de venda também de longo prazo, esses itens deverão fazer parte do capital de giro, mesmo classificados no realizável a longo prazo.

Por outro lado, as obrigações com empréstimos e financiamentos do passivo circulante não devem fazer parte da apuração do valor do capital de giro próprio, porque são passivos financeiros. Só devem compor o capital de giro obrigações ligadas às operações.

Dessa maneira, o capital de giro é composto de elementos positivos e negativos. Os elementos positivos estão representados no ativo circulante, sendo os principais o valor das contas a receber de clientes e dos estoques. Os elementos negativos estão representados no passivo circulante e representam as obrigações normais de compras a prazo de mercadorias e serviços, os saldos em aberto de salários e encargos a pagar e os tributos a recolher, além de outros passivos decorrentes normalmente das operações como adiantamentos de clientes para algumas empresas. Os passivos que representam as obrigações normais para as operações são denominados também de passivos de funcionamento. Por fim, é importante que, a partir da aferição destes valores, podemos calcular o capital circulante líquido, que é o montante em dinheiro derivado da diferença entre os ativos circulantes e os passivos circulantes:

Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)

A diferença entre os valores positivos do capital de giro, constantes do ativo circulante, e os valores negativos do capital de giro, constantes do passivo circulante, forma a necessidade líquida de capital de giro: O valor dos passivos de funcionamento é deduzido dos elementos dos ativos de capital de giro porque representa o financiamento normal das operações obtido junto aos fornecedores dos recursos. Exemplificando, o valor das obrigações com fornecedores ($ 12.600,00) representa temporariamente o financiamento de parte dos estoques de mercadorias, materiais ou matérias primas ($ 22.000,00); o valor de salários e contas a pagar ($ 6.000,00) representa, também temporariamente, o financiamento dos estoques industriais; o valor dos adiantamentos de clientes representa temporariamente o financiamento do valor das contas a receber de clientes, como, da mesma forma, o valor de tributos a recolher ($ 4.000,00).

O capital de giro próprio é uma necessidade de investimento. Ou seja, sem este montante aplicado à empresa, ela não consegue funcionar. Portanto, o valor da NLCG é indisponível; quer dizer, não é possível, em condições normais de operação, transformá-los em caixa sem reposição automática. Assim, podemos dizer que o valor da NLCG é um ativo tão fixo quanto o valor do próprio ativo fixo (imobilizado etc.), mesmo sendo classificada no circulante.

NLCG e volume das operações

Por ser uma necessidade de investimento, à medida que o volume das operações da empresa aumenta ou diminui, a NLCG, em condições normais, aumenta ou diminui, pois esta acompanha o nível de atividade da empresa (medido pelo volume das operações). O volume de operações normalmente é representado pelo valor da receita líquida. Não estamos considerando eventuais estoques ociosos ou insuficientes.

Os aumentos ou reduções da NLCG em função do nível de atividade ou volume das operações é um fato que acontece em condições normais. Contudo, alguns fatores podem provocar alterações para melhor ou pior, tais como:

a) Para melhor: adoção de políticas de redução do ciclo de compras, estoque e fabricação, com técnicas como Just-in-Time, Sistema Lean etc.; aumento do prazo de pagamento dos fornecedores, redução do prazo de recebimento dos clientes, produtividade da redução de custos etc.
b) Para pior: estoques de baixa rotatividade, estoques em via de obsolescência, compras de materiais em excesso, inadimplência de clientes, redução dos preços de venda, demora na entrega dos produtos e serviços aos clientes, aumento dos custos maior que dos preços de venda; diminuição do prazo de pagamento aos fornecedores etc.
Para otimizar o valor do investimento na NLCG, a empresa deve adotar políticas firmes de parâmetros de consumo, crédito, cobrança, gestão dos estoques etc., por meio de padrões previamente definidos. Além disso, deve haver um acompanhamento sistemático da variação da NLCG em relação à variação da receita líquida de vendas, que pode ser feito em modelo decisório específico ou dentro do próprio
fluxo de caixa pelo método indireto.
Necessidade de capital de giro, crescimento da empresa e financiamento do capital de giro
Em linhas gerais, as empresas buscam desempenhar um modelo de crescimento constante, ganhando ou ampliando mercados. Dentro dessa premissa, há sempre necessidade adicional de capital de giro, ao longo do tempo, pois o capital de giro representa os recursos necessários para o desempenho das operações da empresa. Já deixamos claro que a empresa sempre deverá objetivar uma redução do ciclo operacional. Porém, dentro de determinadas condições, essa redução tem limites e o capital de giro adicional, com crescimento do nível de atividade, é necessário.
Contudo, por melhores que sejam as condições do planejamento e do processo de gestão operacional, a realidade dos negócios carrega dentro de si imperfeições, naturais da conjuntura econômica, que afetam o valor da necessidade de capital de giro. Essas condições naturais de mercados imperfeitos imprimem alguma sazonalidade nas necessidades de capital de giro. Essas sazonalidades, juntamente com a evolução das contas erráticas, terminam por evidenciar dois tipos de comportamento do capital de giro.
Um comportamento cíclico, que responde proporcionalmente a evolução do nível de atividade ao longo do tempo, e um comportamento sazonal ou errático, que responde desvinculado da evolução natural do ritmo das operações.
Administração do Capital de Giro
A administração do capital de giro é um processo que envolve todos os responsáveis pelas operações da empresa de comprar, pagar, estocar, produzir, vender, distribuir e receber. Este processo compreende basicamente:
a) Gastar o menor tempo na realização de cada atividade.
b) Buscar a maior eficiência na integração dos processos que unem as diversas atividades, eliminando ou minimizando as restrições do fluxo das atividades operacionais.
c) Obter os melhores prazos de recebimento e pagamento dos valores a receber e a pagar.
d) Manter o valor da NLCG no menor montante possível.
Administrando contas a receber
O volume de contas a receber é função da política de crédito adotada pela empresa, que decorre, em essência,
a) do prazo que a empresa dá para o pagamento de suas vendas e

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