Atividade 1 Gestão Pública
Por: cajufranco • 16/6/2015 • Trabalho acadêmico • 1.140 Palavras (5 Páginas) • 581 Visualizações
Atividade 1
1) O estilo tradicional de Planejamento é homogeneizador, uniformizador, centralizador, tecnocrático – típico do Estado burocrático e autoritário. É aplicado como se fosse a única maneira de se planejar. Não consegue lidar com questões sociais complexas, porque na sua concepção há prevalência de princípios deterministas, impostos de cima para baixo, numa realidade complexa e cheia de incertezas. Está muito ligado a uma visão "economicista" que segundo Dagnino, opera sobre variáveis quantitativas, frequentemente de natureza econômica e dá a enganosa impressão de exatidão e racionalidade.
O Planejamento Situacional privilegia o caráter situacional do ator que planeja e também o caráter estratégico. Nega a possibilidade de diagnóstico único da realidade, "por enfatizar que os vários atores 'explicam' ou fazem 'recortes' interessados da realidade, a partir de suas situações particulares e sempre voltados para a ação. Não é possível, nunca, um conhecimento 'fechado', uma verdade acabada sobre a realidade" (DAGNINO, 2009). Ou seja, há negação de um único diagnóstico da realidade no PES, enquanto o tradicional tem um diagnóstico identificado com os interesses de alguns indivíduos.
Como complementação da leitura, achei este quadro que ilustra melhor as diferenças entre os dois tipos de planejamento, o tradicional e o situacional:
Algumas características que diferenciam o planejamento tradicional do PES
PLANEJAMENTO TRADICIONAL | PES |
✓ Determinista (predições certas) ✓ Objetivo (diagnóstico) ✓ Predições únicas ✓ Plano por setores ✓ Certeza ✓ Cálculo técnico ✓ Os sujeitos são agentes ✓ Sistema fechado (metas únicas) ✓ Teoria do controle de um sistema | ✓ Indeterminista (predições incertas) ✓ Subjetivo (apreciação situacional) ✓ Várias apostas em cenários ✓ Plano por problemas ✓ Incerteza e surpresas ✓ Cálculo tecnopolítico ✓ Os sujeitos são atores ✓ Sistema aberto (várias possibilidades) ✓ Teoria da participação em um jogo |
Fonte: O Método PES – Roteiro de Análise Teórica (material elaborado para o curso “Governo e Planejamento” FUNDAP – Fundación Altadir).
2) O Planejamento Estratégico Governamental torna possível aos gestores elaborar estratégias capazes de promover a transição de um "Estado Herdado" para um "Estado Necessário", acabando com rotinas administrativas que dão margem à injustiça, à corrupção, à ineficiência, à iniquidade e ao clientelismo. Segundo Dagnino (2009), "Estado Necessário" pode ser entendido "como um Estado capaz [...] de fazer emergir e satisfazer as demandas da maioria da população hoje marginalizada. Um Estado que possa alavancar o atendimento das demandas da maioria da população e projetar o País numa rota que leve a estágios civilizatórios superiores". O PEG auxilia o gestor a entender melhor o que são os problemas e soluções, causas e efeitos, o que são riscos e oportunidades. Numa sociedade cheia de contrastes, o que pode ser problema para um, pode ser a solução para outro, o que aparece exemplificado no vídeo disponibilizado, com o caso do vendedor de água nos engarrafamentos.
3) As características dos Estados Herdado e Necessário considero que podem serem assim descritas:
No Estado Herdado o planejamento tem um caráter demagógico e manipulador, não estando preparado para atender às demandas de uma sociedade cada dia mais complexa. É um Estado indesejado, altamente prepotente, burocrático, tecnocrático, patrimonialista, autoritário e clientelista, com concentração de poder econômico e político. Dagnino (2009) nos diz que o país "herdou do período militar [...] um Estado que associava patrimonialismo e autoritarismo com clientelismo, hipertrofia com opacidade, insulamento com intervencionismo, deficitarismo com megalomania, não atendia ao projeto das coalizões de direita e muito menos daquelas de esquerda que, a partir da redemocratização, iniciada em meados dos anos de 1989, poderiam suceder os governos de então".
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