Comportamento Organizacional : Poder e política
Por: Ma019 • 6/6/2018 • Resenha • 1.373 Palavras (6 Páginas) • 962 Visualizações
Comportamento Organizacional – Capítulo 13: Poder e política
Stephen Robbins, Timothy Judge e Filipe Sobral
Nas organizações é inevitável notar o “uso do poder” e atos políticos. Porém, ironicamente, o poder é uma questão omitida pelo praticante que usufrui do poder. Por isso, esses dois conceitos, poder e politica, são importantes para o entendimento do comportamento organizacional.
O poder é a capacidade de influenciar o comportamento de um indivíduo a fim de convencê-lo a agir de acordo com a vontade de quem obtém o poder. Isso só é possível se uma pessoa tem poder sobre os desejos das outras pessoas. O poder é uma função de dependência, pois quanto maior a dependência do subordinado em relação ao indivíduo que faz o uso do poder, maior é o poder que este último indivíduo detém sobre o subordinado.
A liderança e o poder são conceitos interligados, uma vez que o líder utiliza do poder para alcançar seus objetivos. Porém, esses conceitos se diferenciam em relação a dependência entre os objetivos do líder e os liderados, pois o poder só necessita da dependência de um grupo para com seu líder, já a liderança depende da congruência de objetivos entre o líder e seus liderados. Outras diferenças são a direção da influência e a ênfase dada pelas pesquisas na área. Na liderança, as pesquisas discutem sobre os estilos de liderança e apresenta uma influência descendente do líder sobre seus liderados. Referente ao poder, as pesquisas enfocam nas táticas de conquista da submissão e é dada importância aos tipos de influência ascendente e lateral.
As bases de poder apresentam as origens de como um indivíduo consegue ter influencia sobre terceiros. O poder formal apresenta três bases: coercitivo, de recompensa e legítimo. Já o poder pessoal apresenta duas bases: de competência e de referência. Enquanto o poder formal é derivado da ocupação do indivíduo na organização e sua capacidade de coagir e recompensar, o poder pessoal emana das características únicas e especificas do indivíduo devido sua competência e admiração dos outros indivíduos que o veem como referência.
Há várias táticas dentre as quais os indivíduos influenciam terceiros para transformar suas bases de poder em ações especificas e desejáveis. As principais são: legitimidade, persuasão racional, apelo inspiracional, consulta, troca (oferta de benefícios), apelo pessoal, insinuação, pressão (exigências persistentes) e coalizão (alianças). Elas podem variar em nível de eficácia, mas se utilizadas simultaneamente, desde que sejam compatíveis, podem aumentar a possibilidade de eficácia. Essa eficácia também depende de outros fatores como sua sequência, habilidade do indivíduo de usá-las, cultura da organização e daqueles que estão sendo influenciados por essas táticas.
É muito importante compreender a dependência nas relações de poder, uma vez que o poder ocorre em função da dependência entre líder e liderados. Segundo o postulado geral da dependência, quanto mais um indivíduo A depende de outro indivíduo B, pois este possui recursos desejados pelo indivíduo A, mais poder o indivíduo B tem sobre o indivíduo A. A criação da dependência ocorre em função da importância, escassez ou do caráter não substituível do recurso controlado por um indivíduo. Dessa forma, o grupo de profissionais que oferecer menos incerteza para organização terá mais poder sobre a mesma e serão considerados profissionais que possuem recursos importantes para a empresa, pois esta terá maior dependência para com esses profissionais. Da mesma forma, a escassez de profissionais os torna sujeitos com maior poder sobre a organização, ou seja, a organização terá também mais dependência desses profissionais, pois há grande demanda de serviço e escassez de oferta dos mesmos. Adicionalmente, o caráter não substituível de um produto também oferece maior poder para o indivíduo que o controla, pois causará dependência que necessitam desse recurso.
A desigualdade poder no ambiente de trabalho pode ser notada pelos vários casos de assédio sexual que ocorrem nas organizações. Nesse contexto, a presença do abuso do poder é muito evidente, uma vez que esses casos de assédio podem ocorrer quando a diferença de poder entre os indivíduos é maior. Dessa forma, o poder formal pode utilizar da capacidade de recompensar e coagir para obter benefícios da vítima de assédio. Em contrapartida, é possível ocorrer também casos que mulheres em posição de comando que assediadas sexualmente por meio de comentários baseadas em estereótipos difundidos na sociedade e isso confere uma espécie poder até mesmo a aqueles que possuem posições menos poderosas na organização, pois isso reflete como forma de controle da saúde psicológica da vítima. Além disso, entre os subordinados, mesmo não havendo relação de poder, é muito frequente a ocorrência de assédio sexual por meio da ameaça de fornecer ou não informações, cooperação ou apoio no trabalho. Devido a essas situações, a organização é um ambiente propicio a várias formas de assédio sexual, assunto que é de responsabilidade dos administradores para prevenir e proteger seus funcionários.
A habilidade política de um indivíduo consiste na capacidade de influenciar terceiros para alcançar seus objetivos. Assim, quando o indivíduo transforma seu poder em ações concretas, o mesmo está fazendo política o que o torna mais eficaz em suas habilidades de utilizar seu poder.
A política organizacional é definida como o uso do poder por um indivíduo para influenciar as decisões a fim de satisfazer seus interesses próprios sem serem sancionados pela organização. Nesse sentido, o comportamento político pode ser legítimo ou ilegítimo. Em geral, define-se comportamento político como atividades que não são requeridas como parte do papel formal na organização, mas que influenciam, ou tentam influenciar, a distribuição de vantagens e desvantagens dentro dela. Esse comportamento pode ser legítimo quando é um comportamento normal e dentro das regras impostas pela organização ou ilegítimo quando é um comportamento que viola a regras e relacionadas a atividades de extremistas contra organização.
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