DINÂMICAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO PRATICADAS NOS RELATÓRIOS DE ADMINISTRAÇÃO POR EMPRESAS LISTADAS NO BOVESPA NO DECÊNIO 2008-2017
Por: Antonio Brangioni • 26/6/2019 • Artigo • 5.630 Palavras (23 Páginas) • 214 Visualizações
DINÂMICAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO PRATICADAS NOS RELATÓRIOS DE ADMINISTRAÇÃO POR EMPRESAS LISTADAS NO BOVESPA NO DECÊNIO 2008-2017
RESUMO
Este estudo objetiva identificar as informações do processo de internacionalização que estão sendo evidenciadas nos relatórios da administração por empresas do Novo Mercado de acordo com os níveis de Governança Corporativa definidos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, foi realizada por meio de análise documental das informações evidenciadas pelas empresas nos relatórios de administração. A amostra de 16 empresas foi extraída da população de empresas de capital aberto listadas no BM&F Bovespa. Para análise dos relatórios da administração, consideraram-se aqueles categorizados como Logística e Mercado.
Os resultados da pesquisa mostram que em geral, os relatórios de administração apresentaram um movimento descendente na exposição dos dados de internacionalização na maioria das empresas avaliadas até o ano de 2012 e a partir de 2013, houve uma maior evidenciação do tema internacionalização, uma vez que as empresas nacionais estavam em busca de novos mercados para garantir sobrevivência diante de um cenário interno adverso.
Palavras-chave:
Internacionalização, Relatórios de Administração, Institucionalismo
ABSTRACT
The study aims to identify the information of the internationalization process that is being evidenced in the reports of the management by companies of the Novo Mercado according to the levels of Corporate Governance defined by the Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Descriptive research, with a qualitative approach, was performed through documentary analysis based of the content of the information evidenced by the companies in the management reports. The set of 16 companies was extracted from the population publicly traded companies listed on BMF & Bovespa. For the analysis of the management reports, were considered those categorized as Logistics and Market.
The results of the survey show that, in general, administration reports presented a downward movement in the exposure of the internationalization data in most of the evaluated companies until the year 2012 and from 2013, there was a greater evidence of the internationalization theme, since national companies were looking for new markets to ensure survival in the face of a national adverse scenario.
Key words:
Internationalization, Management Reports, Institutionalism
1. INTRODUÇÃO
O Brasil, como país emergente e uma das principais potências econômicas, sempre foi considerado um importante destino de capital estrangeiro. Isto trouxe consigo a necessidade de detalhamento de informações sobre as empresas brasileiras, as quais citamos informações de aspectos financeiros, econômicos, sociais, ambientais e outras relacionados à gestão empresarial. O interesse por parte de investidores e também do público externo foi um fator motivador na definição de regras, fundamentos, instruções em relação às informações geradas as quais foram se aprimorando ao longo dos últimos anos. Esta evolução é norteada por solicitação de investidores, bem como de órgãos fiscalizadores, num processo de institucionalização das informações.
No contexto do mercado de capitais, a BM&F Bovespa tem buscado fortalecer estas práticas de governança corporativa incentivado a veiculação de informações úteis e preditivas com transparência e responsabilidade. Assim, os modelos de relatórios precisam expandir para além dos relatórios financeiros tradicionais, com a priorização de informações de caráter preditivo e não financeiro em essência na modalidade narrativa (BEATTIE, MCINNES E FEARNLEY, 2004). O Relatório da Administração (RA), previsto na Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), caracterizado por e uma estrutura textual de linguagem menos técnica, não padronizada, composta por análises e quadros suplementares que avaliam tendências e resultados, é um importante instrumento de comunicação entre a entidade, seus acionistas e a comunidade na qual a organização está inserida. Assim, a adequada elaboração do RA proporcionará melhor qualidade aos tomadores de decisão, porém, inexiste um modelo específico de elaboração do RA, apenas um consenso quanto a sua forma de apresentação (IUDÍCIBUS, MARTINS E GELBCKE (2007). Pelo fato de não ser auditado a apresentação fica a critério do profissional que o elabora (SILVA, RODRIGUES E ABREU, 2004), tendo assim a sua adequação conforme o interesse da organização.
No estudo, todas as empresas analisadas fazem parte do Novo Mercado de acordo com os níveis de Governança Corporativa definidos pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Apesar de não ser obrigatório, as empresas pertencentes ao Novo Mercado, deveriam ter um bom nível de disclosure. Fato que existe a evidenciação compulsória, que é uma iniciativa das empresas, em sintonia com sua aderência aos níveis de Governança Corporativa as quais elas estão inseridas.
Paralelo a estes desdobramentos da evidenciação dos dados empresariais, existe o movimento gerado pelo avanço na globalização e a integração de mercados, criando mecanismos para evitar exposição em momentos de crise, bem como expansão de receitas que visem a perpetuação da organização. Cada vez mais as empresas têm de estar aptas a reagir aos desafios aos quais lhes foram impostas e lhes ameaçam a sobrevivência. A internacionalização é uma das respostas empresariais ao desafio da globalização (DIAS, 2007). O processo de internacionalização gera muitos benefícios para um país e suas empresas. No caso das empresas, a internacionalização auxilia o processo de crescimento e competitividade, e consequentemente gerando divisas e aumentando o desenvolvimento do país.
Existem cinco estratégias de internacionalização dos produtos: a exportação indireta, exportação direta, licenciamento, joint venture e investimento direto (KOTLER, 2000). Na sua totalidade as empresas utilizam a exportação para começar essa prática, no entanto, alguns mercados exigem que as empresas façam joint-ventures ou investimentos diretos como meio de proteção do mercado interno. O meio pelo qual a empresa utilizar para fazer essa internacionalização depende do nível de comprometimento que ela estiver disposta a manter. O comprometimento tem por base, o grau de investimento, dedicação, riscos, lucros esperados e o controle de produção que a empresa utiliza.
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