Ecossistema de TICs
Por: rafacamara • 23/7/2017 • Trabalho acadêmico • 2.174 Palavras (9 Páginas) • 156 Visualizações
Análise do Ecossistema Soteropolitano de Inovação Aberta em Startups de TIC
Rafael Câmara Menha
rafael.camara@maqhin.com.br
Difusão e Produção do Conhecimento Tecnológico
Professores: Cláudio Reynaldo Barbosa de Souza
Elias Ramos de Souza
Resumo
Este artigo visa evidenciar a dinâmica do ecossistema soteropolitano de empreendedorismo e inovação na área de TIC, assim como realizar uma análise crítica do comportamento e sinergia dos atores como Startups, Entidades de Apoio, Investidores e Empresas Inovadoras.
Palavras-chave: Inovação aberta. Empreendedorismo. Startups.
Introdução
Recentes mudanças de paradigma como o surgimento dos smartphones e sua popularização, trouxeram consigo uma gama de novos modelos de negócios e casos de sucesso de startups de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC. Tais casos, por serem bastante midiáticos estão cumprindo com relativa qualidade o papel de difundir a cultura empreendedora na população. Esses resultados positivos também são sentidos, mesmo que timidamente, também no ecossistema soteropolitano de inovação. Ainda que esse ecossistema não seja estruturado, possui grande quantidade de jovens empresários influenciados por um espírito empreendedor e o estilo de vida que o cerca. Neste artigo, vamos analisar os caminhos trilhados por estes empreendedores para startups, suas estratégias de Inovação Aberta e como eles estão se estruturando para criar produtos de sucesso. Para isso será analisado o ecossistema, seus atores e as melhorias propostas.
Para entender as startups e os empreendimentos inovadores que estão sendo gerados no âmbito da inovação aberta, se torna importante compreender como o ecossistema está se estruturando na busca de proporcionar conexões de qualidade para negócios e motivar empreendedores a inovar no setor de TIC. O setor possui alguns estigmas os quais são prejudiciais em alguns momentos para o ambiente de negócios como os mitos de que empreendedores mirins ficam ricos ao criarem aplicativos e que um empreendedor pode facilemente ficar milionário com uma simples ideia. Tais pontos, apesar de desvalorizarem um trabalho bem realizado, reforçam positivamente a captação de novos atores, ainda que inexperientes, para o ecossistema. A captação de empreendedores também é reforçada pelo atual momento da sociedade com grande quantidade de empreendedores da geração Y no mercado de trabalho, os quais prezam por desenvolver um projeto de vida com propósito e desamarrada da pesada lógica de trabalho tradicional, sendo isso mais facilmente encontrado no ambiente empreendedor. Infelizmente a geração em questão também traz consigo uma série de pontos negativos como a baixa resiliência e sua falta de habilidade para lidar com situações desfavoráveis.
Aliado a este movimento puxado pelas startups, é nítido o fortalecimento nesta década, ainda que estágio inicial, das políticas de incentivo à inovação em Salvador e este será um dos principais temas a ser abordado no artigo.
Análise Crítica dos Atores do Ecossitema de Inovação em Salvador
Startups de TIC
O recente movimento que fortaleceu o nome (a pouco ainda desconhecido pelo grande público) e o estilo de empreendimento estimulou significativamente a captação de jovens para o ambiente de inovação trazendo diversas mudanças positivas e algumas também negativas para o ecossistema.
Especificamente em Salvador o ecossistema ainda é jovem. Apesar de estar num estágio muito superior ao encontrado no início da década e com grande quantidade de jovens empreendedores, é nítida que a defasagem de maturidade em relação às empresas do eixo Sul-Sudeste.
Incubadoras, Aceleradoras e Espaços Colaborativos
Os ambientes para inovação em Salvador floresceram significativamente nesta última década. Leis de incentivo à inovação e empreendedorismos direcionadas para instituições de ensino foram uma das molas deste movimento no início da década para a abertura de incubadoras em universidades. Incubadores são espaços que proporcionam para as empresas um baixo custo fixo através de gratuidade ou preços diferenciados para aluguel, internet, energia, etc. Tais ambientes também se propõem a proporcionar aos seus incubados, consultorias financeira, de marketing, negócios e outros aspectos ligados a gestão. Infelizmente, as consultorias oferecidas nas incubadoras não vem sendo reconhecidas pela qualidade, principalmente pela carência de bons consultores em startups. Percebendo tal carência, está sendo notado o esforço em trazer bons consultores (seja de outros estados ou pela evolução natural dos consultores soteropolitanos que estão se especializando no setor). As incubadoras de Salvador não costumam cobrar cotas ou royalties dos empreendedores e geralmente estão sendo promovidas por universidades. Tal ator é de extrema importância, pois está estimulando a captação de jovens talentos para o ecossistema.
Na sequencia da abertura das incubadoras em universidades, começaram a surgir espaços privados para abrigar jovens empresas como os Espaços Colaborativos. Estes oferecem um ambiente com proposta similar ao das incubadoras, entretanto mais ligados ao mercado. Apesar do custo nestes ambientes ser um pouco maior, não existe burocracia para iniciar a execução dos trabalhos nestes espaços. Tais ambientes proporcionam bom contato com empresas de mercado (além de outras startups) e principalmente contato com atores importantes no setor como possíveis mentores, investidores e palestrantes, pois tais ambientes prezam por promover muitos eventos no segmento. Em muitos casos tais espaços estão abrigando empresas em estágio de pré-incubação ou pré-aceleração em troca de participação societária minoritária.
A única aceleradora do Estado da Bahia é a do Senai Cimetec que realiza um trabalho interessante principalmente na apresentação de empresas para possíveis investidores e empresas de médio e grande e porte. Entretanto, como a cultura de investimento anjo (que será abordado posteriormente) ainda é incipiente, os impactos gerados pela aceleradora se concentram mais na conexão com empresas de mercado e indústrias.
Empresas Jr, AJE, AIESEC e Liga Universitária de Empreendedorismo
As associações citadas estão se mostrando como as principais captadoras de talentos para o ecossistema de inovação soteropolitano. Nestas instituições os empreendedores, ao mostrar seu trabalho para a sociedade, realizam conexões importantes para os seus negócios e desenvolvem muitas das habilidades administrativas necessárias para o empreendedorismo. Apesar do importante papel de fomento do empreendedorismo no ecossistema, os empresários que surgem destes círculos sociais, saem dessas associações ainda com pouca bagagem técnica e experiência no mercado e indústria. Ou seja, apesar de possuírem um ímpeto empreendedor essencial, eles não vivenciaram problemas de grande relevância financeira para serem resolvidos, e se não se conectarem com outros atores importantes do sistema, correm o risco de desenvolverem somente soluções de baixo impacto devido ao foco em setores pouco especializados e de enorme concorrência.
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