Fundamentos de Economia II Macroeconomia
Por: Patricia Monteiro • 6/11/2016 • Artigo • 12.584 Palavras (51 Páginas) • 605 Visualizações
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Fundamentos de Economia II
(Macroeconomia)
Prof. Mauro Castello Branco
mbsilva@unicarioca.edu.br
© 2016-2
Parte 1
Capítulo 1
A Macroeconomia
A macroeconomia diz respeito aos grandes agregados nacionais, estudando o funcionamento do conjunto da economia de um país, envolvendo o nível geral dos preços, formação da renda nacional, mudanças na taxa de desemprego, taxa de câmbio, balanço de pagamentos, etc.
Hoje em dia se conhece muito bem o funcionamento da economia e, apesar de não ser uma ciencia exata, é possivel ter uma ideia bastante precisa do que se esperar ao se fazer uma determinada politica economica.
Não podemos tambem esquecer que economia é uma ciencia complexa e que, para estudá-la é necessario partir de modelos. Modelos são simplificações da realidade atraves de hipoteses. Nossa hipótese básica em nosso modelo é de que o governo faz o que é melhor para o país. Ele não é corrupto, não governa em causa propria e, para fazer o bem para o país, pode ser obrigado a fazer algo não tão bom para um setor da sociedade por algum período de tempo.
Antes de mais nada, um governo precisa ter um objetivo principal. Este pode ser: promover o crescimento economico, controlar a inflação, reduzir o desemprego, eliminar a miseria, desenvolver o país, etc.
A partir do momento em que se sabe o que se deseja fazer, sabe-se que variaveis ou agregados economicos que precisam ser alterados. Ao se alterar essas variaveis com o intuito de se atingir uma meta diz-se que está fazendo-se uma politica economica.
Um aspecto interessante da macroeconomia é que uma politica economica é como se fosse um remedio: ao se dar o remedio para resolver-se um problema, ele tem efeitos colaterais. Por exemplo: o remedio que reduz o desemprego aumenta a inflação... então, como decidir o que fazer? A resposta vai depender do que for mais grave neste momento economico do país.
As Contas Nacionais
Diversas óticas podem ser utilizadas na análise das contas nacionais de um país. Duas delas são extremamente importantes para se entender a macroeconomia.
Ótica da Produção
Através desta ótica, estudamos todas as variáveis que fazem parte da produção de um país.
Valor Bruto da Produção (VBP): é a soma do valor de todos os bens e serviços que foram produzidos ao longo de um ano por um país. Estes bens e serviços são agrupados em:
- Bens e Serviços de Consumo (BC): são consumidos pelas famílias residentes no país com o objetivo de saciar suas necessidades e desejos. Podem ser divididos entre bens duráveis, não-duráveis e semiduráveis.
- Bens e Serviços de Capital (BK): são utilizados pelas empresas com o objetivo de ampliar o potencial produtivo da economia ou repor a depreciação ocorrida ao longo do período. A compra deste tipo de bens pelas empresas é chamada de investimento.
- Bens e Serviços Públicos (BP): são pagos pelo governo e não podem ser individualizados. Aqui estão a segurança, o transporte, a educação e a saúde, entre outros serviços oferecidos pelo governo.
- Bens e Serviços Intermediários (BI): são os produtos destinados à produção quaisquer outros bens. Nesta categoria estão os insumos e as matérias-primas.
Chama-se de valor bruto da produção (VBP) a soma dos quatro tipos de bens e serviços acima.
VBP = BC + BK + BP + BI (1)
Por exemplo: imagine que um país. Ao longo de um ano produziu somente uma mesa, que foi vendida por 100 a uma família. Qual será o VBP deste país?
Como a cadeira foi consumida por uma família é um bem de consumo (BC). Como nada mais foi produzido, os valor dos outros bens é igual a zero):
VBP = 100 + 0 + 0 + 0
VBP = 100
Mas, para se produzir a mesa é necessário madeira, prego, cola, tinta, etc. Todos estes bens são intermediários. Suponha que foi necessário 70 (BI) para se comprar todas as matérias primas necessárias para a produção dessa mesa.
Recalculando o VBP:
VBP = 100 + 0 + 0 + 70
VBP = 170
Como, para se produzir qualquer tipo de bem, é necessária a utilização de matérias primas então, o valor dos bens intermediários já está somado neles.
Isto resulta no que chamamos de ‘múltipla contagem’. Isto é, soma-se mais de uma vez o valor dos bens intermediários e, por isso, o valor bruto da produção não representa o produto de um país.
A primeira ideia para este problema seria excluir o valor dos bens intermediários já que eles já estão incluídos nos outros bens. Mas isto não pode ser feito porque a ótica da produção quer medir o que foi produzido no país e há bens que foram produzidos no país, mas foram exportados para outros. Isto é, foram produzidos no país, mas não foram utilizados na produção de nenhum produto neste país.
Da mesma forma, é preciso considerar as matérias primas que foram produzidas fora do país e importadas. Neste caso, os bens intermediários não foram produzidos no país, mas entraram na produção de bens deste país. Isto é, eles têm de ser subtraídos da produção.
Para indicarmos os bens que foram exportados, colocamos um ‘X’ antes da variável que indica o bem. Para as importações, colocamos um ‘M’. Os bens intermediários exportados ficam ‘XBI’ e os importados, ‘MBI’.
Produto Interno Bruto (PIB): é a soma do valor de todos os bens e serviços que foram produzidos ao longo de um ano no espaço geográfico de um país.
PIB = BC + BK + BP + XBI – MBI (2)
Se usarmos o exemplo da mesa acima para calcularmos o PIB deste país, teremos:
PIB = 100 + 0 + 0 + 0 – 0
PIB = 100
Deve-se observar também que nem todos os bens de consumo, de capital e públicos precisam ser produzidos e vendidos dentro do país; alguns deles podem ser exportados. Indicamos os bens que foram vendidos dentro do país colocando-se um ‘D’, de domestico, antes da variável que indica o bem.
Em outras palavras, quando uma empresa produz um bem de consumo, ele pode ter sido produzido para ser vendido no próprio país (DBC) ou para ser exportado (XBC). O mesmo vale para bens de capital e públicos.
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