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Modelo Logístico de Cross Docking

Por:   •  31/8/2016  •  Artigo  •  1.341 Palavras (6 Páginas)  •  786 Visualizações

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Matriz de atividade individual

Módulo: 03

Atividade: Individual

Título: Modelo logístico de Cross Docking

Aluno: Raphael Gonçalves

Disciplina: Adm. de Operações e Logística

Turma: GROLEAD_T0050_0415

Introdução 

Desde o início da revolução industrial no Sec. XVII o mercado e a sociedade vêm se transformando de uma forma exponencial seja no âmbito socioeconômico, tecnológico e ambiental, decorrente da evolução natural, e/ou por pressões de mercado, consumo.

O mercado vive atualmente uma grande mudança de paradigmas em todos os âmbitos principalmente no que concerne a qualidade, precisão, velocidade da disponibilização das informações, bem como a diminuição de custos.

CAMPOS (1999), um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, acessível e segura, e ainda, no tempo certo e local certo às necessidades do cliente.

No ambiente empresarial atual, a cada dia mais acirrado pela concorrência e pelo movimento de globalização, as constantes modificações dos padrões de consumo e dos modelos de gestão a qual o mercado vem sofrendo, se torna de extrema importância o aumento da eficiência dos processos.

Nesta progressiva modificação do cenário, a busca por redução de custos, optimização, flexibilidade da cadeia produtiva, a gestão das operações logísticas passa a ter um papel de grande relevância no cenário organizacional.

Como forma de possibilitar um novo modelo de operação logística de forma mais enxuta, flexível e que permita a manutenção da qualidade dos fornecedores aos clientes finais, o cross-docking vem com a proposta inovadora de redução da estrutura organizacional.

Neste artigo aborda-se uma breve definição do conceito do cross docking, bem como sua aplicabilidade estratégica de forma prática dentro das organizações.

Cross docking

Um dos principais modelos é baseado na distribuição direta entre os fornecedores e os consumidores, onde existe o link de entrega direto entre eles.

Porém este modelo é carente na questão estratégica e no controle de custos visto que não há sinergia entre os fornecedores, desta forma todos os fornecedores deveram fazer entregas em todos os clientes, assim encarecendo o processo logístico, apesar dos fornecedores estarem operando com carga completa FTL (full truckload).

[pic 2]

Imagem 01 – Distribuição direta

Outro modelo largamente utilizado é o baseado em grandes centros de distribuição, onde se centralizam a recepção armazenagem e posterior distribuição para os clientes. Tendo como premissa a formação de um estoque estratégico para a posterior separação e distribuição.

[pic 3]

Imagem 01 – Fluxograma Centro de Distribuição

Apesar deste modelo se valer de uma visão estratégia, de centralização, gerenciamento de frota e do aproveitamento da carga dos veículos, porém é muito dependente de uma estrutura de suporte. Envolvendo um alto custo de manutenção, além a necessidade da criação de um estoque estratégico.

O cross docking vem com a proposta de aliar a eficiência do modelo FLT modulado a necessidade do consumidor com uma enxuta estrutura física.

Segundo a EAN Internacional (2000), o cross docking é um sistema de distribuição onde não existe o armazenamento da mercadoria, o quanto antes ela é recebida à mesma prontamente é preparada para seu próximo envio, desta forma tendo um tempo de armazenamento reduzido ou nulo assim dispensando grandes centros de distribuição e grandes estoques.

[pic 4]

Imagem 03 – Modelo de cross docking

Segundo MARCIO (2011), o cross docking de forma simplificada é a transferência de mercadorias de um veiculo pesado para um mais leve de carga. Processo este realizado em docas, onde se deve ter uma perfeita sincronização entre o recebimento, separação e despacho.

Segundo a EAN Internacional (2001) os principais benefícios para uma operação que seja baseada no cross docking seriam as seguintes:

  • Redução de custos: associados com o excesso de estoque e com distribuição, o transporte é feito em FTL e de forma mais frequente;
  • Redução da área física de CD;
  • Suprimento contínuo, em quantidades menores e mais frequentes.
  • Redução do número de estoques em toda a cadeia de suprimentos;
  • Complexidade reduzida nas entregas, realização de uma única entrega com toda a variedade de produtos;
  • Aumento da shelf-life do produto.
  • Aumento da disponibilidade do produto: devido ao suprimento contínuo ao varejo
  • Suaviza o fluxo de bens: torna-se constante devido às encomendas frequentes.
  • Redução do nível de estoque: mercadoria não para em estoque
  • Torna acessível o rastreamento sobre o produto: devido ao uso de tecnologias de informação que proporcionam a intercomunicação entre os elos da cadeia, como por exemplo, o EDI que unifica a base de dados.

Ainda segundo MARCIO (2011), a evolução dos meios de comunicação e com a celeridade na obtenção de informações, melhorando assim o desempenho dos canais de venda, exigindo das organizações lead time cada dia mais reduzidos.

Neste sentido o cross docking vem se tornando uma ferramenta e processo logístico possibilitando o atendimento dos prazos e proporcionando entrada no mercado além de ganhos financeiros.

Exemplo de aplicação da estratégia

Inicialmente o cross docking era utilizado somente para a movimentação de mercadorias de um caminhão diretamente para o outro. O desenvolvimento de sistemas de automação e controles mais robustos e eficientes, atualmente o modelo é capaz de gerir operações maiores e mais complexas.

Como toda modificação tanto na estrutura física quanto na organizacional, deve-se ter em mente a necessidade de um profundo estudo de viabilidade e bem como identificar se este modelo logístico atende as demandas da organização.

A importância da sinergia das informações e dos materiais são uns dos principais pontos que devem ser levados em consideração no momento da implantação do modelo, pois todo o processo está baseado na interdependência dos mesmos.

A aplicação do modelo logístico em questão pode ser focada na logística de abastecimento tanto interno quanto externo e entregas diretamente para o varejo.

Uma das maiores empresas do varejo direto mundial a Walmart vem progressiva vem passando por um processo de modificação de modelo logístico.

Segundo a ALIANCE (2015), cita que além da utilização de frota própria a empresa instituiu o modelo de cross docking em seus CD’s, movendo seu inventário diretamente dos caminhões que chegam e partem. Resultando em uma redução dos custos de armazenagem de estoque, de transporte e de gastar menos tempo em trânsito. Possibilitando uma redução de custos e uma maior eficiência da supply chain.

Outro grande exemplo de adoção do modelo logístico baseado no Cross docking foi a Ericsson, porem em outra vertente da adotada pelo Walmart, ela optou pela terceirização do processo, encontrando uma empresa parceira que já operava no modelo de cross docking.

Nota-se que o modelo de cross docking é altamente indicado para empreendimentos que seu produto final não dependa de grande manufatura, essencialmente ele funciona de forma eficiente em operações de varejistas e distribuidores. Sendo que operações que são muito dependentes de manufatura interna acabem por depender da criação de um estoque estratégico objetivando atender a demanda de forma eficaz.

Conclusão

Diante dos modelos de distribuição direta ou através de grandes centros logísticos, o cross docking apresenta uma grande eficácia para operações onde não necessite grandes intervenções nos produtos finais, como é o caso de empresas varejistas tais como rede de supermercados, magazines.

Conclui se que o modelo logístico de Cross docking permite uma rápida resposta diante de lead times a cada dia menores, além de possibilitar uma diminuição de gastos ligados à operação.

Referências bibliográficas

___________. Glossário Descomplicado. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2015.

ALLIANCE, University. Walmart: Keys to successful supply chain management. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2015.

CAMPOS, Vicente Falconi. TQC – Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Belo Horizonte: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1999.230p.

GUARNIERI, Patrícia. HATAKEYAMA, Kazuo. Formalização da logística de suprimentos: caso das montadoras e fornecedores da indústria automotiva brasileira. Disponível em: . Acesso em 18 maio 2015.

HARPS, Leslie Hansen.  Warehousing for the 21st Century.  Traduzido por NEVES, Marco Antônio Oliveira. Movimentação e Armazenagem no Século 21. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2015.

INTERNATIONAL, EAN. Cross Dock: Cómo utilizar los estándares EAN.UCC. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2015.

MARCIO, Francisco. Crossdoking. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2014

OLIVEIRA, Patricia Fernandes. PIZZOLATO, Nélio Domingues. A Eficiência da distribuição através da prática do cross docking. Disponível em: . Acesso em: 18 maio 2015.

SALZANO, Wagner. Sua operação está preparada? Disponível em: . Acesso em 18 maio 2015.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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