Modelo de Teste: A Resistência à Liberdade
Por: about26 • 19/11/2016 • Trabalho acadêmico • 1.571 Palavras (7 Páginas) • 356 Visualizações
Resistência à Liberdade
Agora podemos ver que o crescimento rápido do movimento libertário
e do Partido Libertário na década de 1970 está firmemente enraizado no
que Bernard Bailyn chamou de este poderoso “legado permanente da
Revolução Americana”. Mas se este legado é tão vital à tradição americana,
o que deu errado? Por que há agora a necessidade do surgimento de um
novo movimento libertário para reivindicar o sonho americano?
Para começar a responder a esta pergunta, precisamos primeiro nos
lembrar de que o liberalismo clássico constituía uma ameaça profunda
aos interesses políticos — as classes dominantes — que se beneficiavam
da Velha Ordem: os reis, os nobres e aristocratas proprietários de terras,
os comerciantes privilegiados, as máquinas militares e as burocracias
estatais. Apesar de três grandes revoluções violentas provocadas pelos
liberais — a Inglesa, no século XVII, e a Americana e a Francesa no XVIII
— as vitórias na Europa foram apenas parciais. A resistência foi dura,
e conseguiu manter com sucesso monopólios territoriais, instituições
religiosas e políticas militares belicosas no exterior, e, por um tempo,
mantiveram o sufrágio restrito à elite abastada. Os liberais tiveram de se
concentrar em ampliar o sufrágio, pois ficou claro para ambos os lados
que os interesses econômicos e políticos objetivos das massas populares
se encontravam na liberdade individual. É interessante observar que,
no início do século XIX, as forças do laissez-faire ficaram conhecidas
como “liberais” e “radicais” (por aqueles mais puros e consistentes entre
eles), e a oposição que visava manter ou retornar à Velha Ordem ficou
amplamente conhecida como “conservadores”.
A Herança Libertária: A Revolução Americana e o Liberalismo Clássico
24 Murray N. Rothbard
De fato, o conservadorismo começou, no início do século XIX,
como uma tentativa consciente de desfazer e destruir a odiosa obra do
novo espírito liberal clássico — das revoluções Americana, Francesa
e Industrial. Liderados por dois pensadores franceses reacionários, de
Bonald e de Maistre, o conservadorismo ansiava por substituir os direitos
iguais e a igualdade perante a lei pelo domínio estruturado e hierárquico
das elites privilegiadas; a liberdade individual e o governo mínimo pelo
domínio absoluto e pelo Grande Governo; a liberdade religiosa pelo
domínio teocrático de uma igreja estatal; a paz e o livre comércio pelo
militarismo, restrições mercantilistas, e a guerra para o proveito da naçãoestado;
e a indústria e a manufatura pela antiga ordem feudal e agrária. E
queriam substituir o novo mundo do consumo massificado e do aumento
nos padrões de vida para todos pela Velha Ordem da subsistência básica
para as massas e o consumo de artigos de luxo para a elite dominante.
Na metade e, certamente, ao fim do século XIX, os conservadores
começaram a se dar conta de que sua causa estaria inevitavelmente fadada
ao fracasso se insistissem em se apegar ao chamado pela supressão total
da Revolução Industrial e do enorme aumento na qualidade de vida das
massas que havia sido provocado por ela, e se também continuassem
insistindo em se opor à ampliação do direito ao voto, colocando-se assim
de maneira acintosa em franca oposição aos interesses daquele público.
Assim, a “direita” (um rótulo criado a partir de um acidente geográfico:
os porta-vozes da Velha Ordem sentavam-se à direita na sala em que se
reunia a Assembleia Nacional durante a Revolução Francesa) decidiram
mudar o tom de seu discurso e atualizar seu credo estatista abrindo mão
da oposição total ao industrialismo e ao sufrágio democrático. Os novos
conservadores substituíram o desprezo e o ódio aberto pelas massas
populares pela duplicidade e pela demagogia; cortejaram as massas com
a seguinte frase: “Nós, também, somos a favor do industrialismo e de um
padrão de vida mais alto. Mas, para conseguir estas metas, precisamos
regulamentar a indústria para o bem público; precisamos implementar
uma cooperação organizada no lugar do vale-tudo do mercado livre e
competitivo; e, acima de tudo, precisamos trocar os princípios liberais da
paz e do livre comércio destruidores de nações por medidas que tragam
glória à nação, como a guerra, o protecionismo, o império e as proezas
militares.” Para todas essas mudanças, é claro, era necessário um Grande
Governo, no lugar de um governo mínimo.
E assim, no fim do século XIX, o estatismo e o Grande Governo voltaram,
porém
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