O Capítulo 1 do livro intitulado “Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto”
Por: Concursando Aprovado • 28/3/2019 • Artigo • 1.444 Palavras (6 Páginas) • 1.387 Visualizações
Resumo capítulo 1.
O Capítulo 1 do livro intitulado “Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto” da autoria de John W. Creswell, aborda informações inerentes a Seleção de um Projeto de Pesquisa. Nele o autor apresenta os três tipos de projetos: qualitativos, quantitativos e de métodos mistos. Inicialmente é chamado atenção para o fato de que pesquisas qualitativas e quantitativas não devem vistas como polos opostos.
Segundo Creswell, a pesquisa qualitativa é um meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos atribuem a um problema social ou humano. O processo de pesquisa se dá através da análise indutiva dos dados, com foco no significado individual e na importância da interpretação da complexidade de uma situação. O Relatório final desse método tem estrutura flexível.
Já a pesquisa quantitativa é um meio para testar teorias objetivas, examinando a relação entre as variáveis com dados analisados por técnicas estatísticas. Seu processo de pesquisa se dá com a testagem dedutivas das teorias. Nesse caso o Relatório final escrito tem uma estrutura fixa, a qual consiste em introdução, literatura e teoria, métodos, resultados e discussão.
Com relação à pesquisa de métodos mistos, esta abordagem de investigação combina ou associa as formas qualitativa e quantitativa. Além disso, esse método envolve suposições filosóficas, o uso de abordagens qualitativas e quantitativas e a mistura das duas abordagens em um estudo.
Na sequência o autor retrata os três componentes envolvidos em um projeto, que abrangem a intersecção de filosofia, de estratégias de investigação e de métodos específicos. Sugerindo que os pesquisadores explicitem em suas propostas as ideias filosóficas mais abrangentes que adotam, visto que essa informação ajudará a explicar o motivo pelo qual escolheram determinada abordagem.
Nesse sentido quatro concepções filosóficas são discutidas. A primeira é a concepção pós-positivista, habitualmente utilizada na pesquisa quantitativa guiada por uma filosofia determinística, na qual às causas provavelmente determinam os efeitos ou os resultados. Assim, os problemas estudados pelos pós-positivistas refletem a necessidade de identificar e de avaliar as causas que influenciam os resultados. Além disso, os pós-positivistas são reducionistas, pois objetivam reduzir as ideias a um conjunto pequeno e distinto para serem testadas, e assumem um viés positivista baseados em uma observação e mensuração atenta a realidade objetiva,
. Dessa forma, a quantificação dos dados associada ao estudo do comportamento dos indivíduos torna-se fundamental para o pesquisador positivista. Por fim, a concepção pós-positivista afirma que há leis ou teorias que regem o mundo que precisam ser testadas ou verificadas e refinadas.
A segunda concepção é a construtivista social, frequentemente associada ao interpretivismo, e tipicamente vista como uma abordagem da pesquisa qualitativa. Os construtivistas sociais defendem suposições de que os indivíduos procuram entender o mundo em que vivem e trabalham e priorizam significados subjetivos em suas experiências, e com frequências estes significados são negociados social e historicamente. Pesquisadores construtivistas frequentemente tratam dos processos de interação entre os indivíduos, confiando ao máximo nas visões que os participantes têm da situação a qual está sendo estudada. No construtivismo social, em vez de começar com uma teoria, como no positivismo, os investigadores geram ou indutivamente desenvolvem uma teoria ou um padrão de significado.
Outro grupo de pesquisadores abraça as suposições filosóficas da terceira abordagem apresentada por Creswell, a concepção reivindicatória e participativa. Essa posição surgiu durante as décadas de 1980 e 1990, sendo tipicamente encontrada na pesquisa qualitativa, mas pode servir como base também para a pesquisa quantitativa. Para o autor, uma concepção reivindicatória/participatória defende que a investigação da pesquisa precisa estar interligada à política e à uma agenda política, tratando de questões específicas, relacionadas a importantes questões sociais atuais. Os participantes atuam ativa e diretamente no processo de pesquisa e investigação, nesse contexto, a pesquisa reivindicatória dá visibilidade aos esses participantes, elevando sua consciência ou sugerindo uma agenda de mudança para melhorar suas vidas. Se concentrando na necessidade grupos marginalizados em nossa sociedade.
A quarta e última posição sobre as concepções vem dos pragmáticos, sendo definida como a concepção pragmática. Essa filosofia tem muitas formas, mas para muitos, o pragmatismo enquanto concepção surge mais das ações, das situações e das consequências do que das condições antecedente. Nessa perspectiva, os pesquisadores não se concentram em métodos, mas sim no problema da pesquisa, utilizando todas as abordagens disponíveis para entender o problema. Sendo aplicável à pesquisa de métodos mistos, devido ao fato de permitir a utilização de múltiplos métodos, diferentes concepções e diferentes suposições, bem como de diferentes formas de coleta e análise de dados.
Acerca das estratégias da investigação Creswell, as define como tipos de projetos ou modelos de métodos qualitativos, quantitativos e mistos que proporcionam uma direção específica aos procedimentos em um projeto de pesquisa. Dentre as estratégias da investigação associadas à pesquisa quantitativa é possível citar como exemplo a pesquisa de levantamento e a pesquisa experimental.
Para Creswell (2010 apud Babbie, 1990) a pesquisa de levantamento proporciona uma descrição quantitativa ou numérica de tendências, de atitudes ou de opiniões de uma população, estudando uma amostra dessa população. Já a pesquisa experimental busca determinar se um tratamento específico influência um resultado.
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