O DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE GESTÃO PARA VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DOMICILIARES EM COMUNIDADES REMOTAS
Por: Rogers Barbi • 3/11/2021 • Projeto de pesquisa • 1.731 Palavras (7 Páginas) • 87 Visualizações
PROGRAMA DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE GESTÃO PARA VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS DOMICILIARES EM COMUNIDADES REMOTAS
Rogers Barbi
INOVAÇÃO E SOCIEDADE - Organizações Sustentáveis
Florianópolis, 20 de fevereiro de 2021.
1. Introdução
A população do planeta vem aumentando em um ritmo acelerado. De acordo com o Worldometer (https://www.worldometers.info/br/) a população mundial atual é de aproximadamente 7 bilhões e 846 milhões indivíduos. O elevado índice demográfico gera uma série de problemas, dentre os quais é possível destacar a grande geração de resíduos. O manejo dos resíduos e a destinação final adequada revelam hábitos e impactam na qualidade de vida da população. Dentre as diversas alternativas existentes para a valorização de resíduos, destacam-se a compostagem e a reciclagem. Nas cidades, de modo geral, a disposição dos resíduos é realizada em aterros sanitários. Nesses aterros, pode-se observar diversos tipos de resíduos sólidos emaranhados, ou seja, por não serem coletados separadamente, os resíduos orgânicos e outros tipos de resíduos são encaminhados para a disposição final ao mesmo tempo (TORRES, 2015). Segundo o autor, o principal resultado disso é que, no Brasil, apesar da elevada proporção de matéria orgânica nos resíduos sólidos, os experimentos de compostagem ainda estão nos estágios iniciais. Em termos de tratamento, apesar da grande quantidade de resíduos sólidos urbanos terem altas porcentagens de matéria orgânica, o experimento de compostagem no Brasil ainda é incipiente (TORRES, 2015). Como não há coleta seletiva, os resíduos orgânicos acabarão tendo destinação final e descarte com o lixo doméstico. Segundo dados de Organizações Não Governamentais que trabalham com reciclagem, o lixo mais comum nas cidades é o orgânico, que corresponde a cerca de 52% de todo o montante de resíduos.
Esses resíduos podem ter vários efeitos no meio ambiente, como poluição do ar, solo, águas superficiais e subterrâneas (DE OLIVEIRA et al., 2016). Além disso, como afirmam (HERVA; NETO; ROCA, 2014), aterros e instalações de gestão ocupam espaço valioso e resíduos prejudicam a saúde pública.
No sistema de coleta universal, nem todas as áreas da cidade são atingidas, principalmente cidades do interior nas áreas rurais. Neste caso, métodos alternativos precisam ser encontrados para minimizar os problemas relacionados aos resíduos sólidos. Normalmente, nessas comunidades, os resíduos sólidos são em sua maioria orgânicos, talvez os que mais podem causar doenças características e disseminação de odores.
Tendo como consequência, alagamentos em períodos de chuva, poluição de rios, lagos e mananciais, seja por chorume ou pelo produto da degradação dos resíduos. Apesar da massa de resíduos sólidos urbanos apresentarem alto percentual de matéria orgânica, as experiências de compostagem, no Brasil, são ainda incipientes (TORRES, 2015). De acordo com o Cempre (2000) no ano de 1999 foram gerados nos domicílios brasileiros 52% de matéria orgânica; 25% de papel; 16% outros; 3% de plástico; 2% de metal e 2% de vidro.
O resíduo orgânico, por não ser coletado separadamente, acaba sendo direcionado para disposição final, simultaneamente com os resíduos domiciliares. Os eventos de biodecomposição que ocorrem dentro dos biodecompositores geram um material sólido inerte (usado como adubo), chorume (usado como biofertilizante e biopesticida) e biogás (constituído principalmente por metano), que por sua vez, é liberado para a atmosfera. Dessa forma, considerando o contexto exposto, o objetivo desta pesquisa é desenvolver um sistema de gestão para valorizar resíduos orgânicos domiciliares em comunidades remotas.
2. Objetivos
Geral:
Desenvolver um sistema de gestão para a valorização de resíduos orgânicos domiciliares em comunidades remotas.
Específicos:
Definir a comunidade e número de famílias a serem alcançadas pelo projeto;
Diagnosticar a situação socioeconômica das famílias participantes do projeto;
Desenvolver um biodecompositor adequado à localidade;
Analisar os resultados ocorridos a partir da introdução do biodecompositor.
3. Justificativa do estudo
O planeta terra está vivenciando o alerta da degradação ambiental que impulsiona a adoção de novas mudanças nos processos produtivos de bens, diminuição do consumo energético e novas posturas em relação aos dogmas tradicionais da economia de mercado.
É sabido que o descarte inadequado de resíduos sólidos é responsável por grandes danos ambientais. Os resíduos sólidos podem ser definidos como quaisquer material resultante das atividades diárias do homem . Segundo o Atlas de Saneamento do IBGE (2011), a situação dos resíduos sólidos no Brasil é alarmante, pois a maior parte das cidades brasileiras apresenta sistema de coleta de resíduos, porém, cerca de 50,8% fazem sua destinação para espaços a céu aberto - os chamados lixões. Ainda de acordo com esse mesmo relatório, os pequenos municípios são os que mais se destacam por descartar inadequadamente seus resíduos. Cerca de 52% dos municípios com até 20 mil habitantes descartam seus resíduos em lixões.
O município de Garopaba possui atualmente uma população de 18.138 e desse modo, seguiu a mesma lógica apresentada até o final dos anos 90, onde os resíduos produzidos eram descartados em um lixão localizado na periferia da cidade. Atualmente, os resíduos são enviados ao aterro sanitário localizado no município de Biguaçu. Aproximadamente metade de todo o material enviado ao referido aterro é constituído por resíduos sólidos orgânicos. Segundo a norma 10.004 de 2004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados como pertencentes às Classes I, IIa e IIb.
Os resíduos sólidos orgânicos biodegradáveis, tais como, restos de alimentos, cascas de frutas, sacos de papel usados para preparação de café, resíduos do corte de grama, poda de arbustos, podem ser classificados na classe IIa. De acordo com esta norma, os resíduos orgânicos podem ser dispostos em aterros sanitários ou reciclados sem oferecer perigo ao meio ambiente. Esta
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