O Grande avanço percebido na indústria 4.0
Por: Otávio Pacheco Leepkaln • 7/3/2018 • Trabalho acadêmico • 1.600 Palavras (7 Páginas) • 211 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E SOCIOECONÔMICAS - ESAG
ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL NOTURNO
OTÁVIO PACHECO LEEPKALN
TRABALHO INTERDISCIPLINAR SUBSTITUTIVO: Indústria 4.0
FLORIANÓPOLIS
2017
1. O grande avanço percebido na indústria 4.0, paralelo às imposições comerciais de produção, entrega e captura de valor, vem com a junção da manufatura existente à vasta inovação tecnológica recente, integrando sistemas físicos, digitais e biológicos. Algumas das tecnologias emergentes e exponenciais aplicadas ao ambiente industrial foram a automação em escala, presença de robôs, manufatura aditiva e tecnologia de impressão 3d, digitalização máxima dos sistemas de produção e integração e aplicação de IoT (Internet das Coisas).
Além dos avanços tecnológicos, porém, percebe-se movimentações relevantes nas estratégias de produção, vinculadas ao comportamento dos consumidores, quando tratando-se das fortes ondas das chamadas práticas de reshoring, downsizing, e customização acelerada. O reshoring, contrário ao offshoring, ou internacionalização, buscado por multinacionais e grandes companhias nas últimas décadas ao posicionar suas fábricas e produção no exterior (predominantemente na ásia e áfrica), visando não só a redução de custos de mão de obra e impostos, mas aumentar a produtividade, visa exatamente o contrário: a realocação de plantas e instalações para mercados natais, em busca de maior proximidade ao cliente e maior agilidade. Tais movimentos em busca de produtividade chegam a ser ainda mais interessantes quando resultam na produção de melhores e mais inteligentes produtos – com customização em escala, mantendo lead time e custo, sem aumentar tempos de setup nem de rampagem, permitindo prototipação e testagem acelerados.
A viabilidade desses movimentos comentados acima, porém, se faz com as características inicialmente comentadas, resultando em fábricas menores, mais limpas e melhores para o meio ambiente, com maior nível de automação e inteligência, superando os avanços dos últimos grandes movimentos de inovação industrial (que por sua vez se mantiveram relativamente estáticos nos últimos anos até então), e sendo considerada uma nova revolução industrial.
2. Um dos modelos de negócio de restaurante mais presentes no Brasil é o de restaurantes com buffet a quilo.
Tais restaurantes, por dedução, tendem a sofrer problemas no tratamento dos modelos de precipitação, logística de produção e seleção de produtos ofertados, e apresentam grande espaço para melhorias em produtividade, eficiência e ganho de margem.
Alguns problemas chave:
- Controle na ponta da cadeia de suprimentos:
Uma dificuldade é de avaliar a saída específica de cada produto e reduzir desperdícios. Não é comum algum sistema de produção e controle inteligente das demandas e saídas de cada produto.
- Mão de obra redundante:
Algumas funções tem altas chances de serem extintas/melhoradas com a aplicação de automatização e digitalização. As funções de pesagem, cobrança e reposição de alimentos poderia ser completamente automatizadas. As próprias funções dentro da cozinha poderiam ser melhor trabalhadas com um nível maior de automatização e busca de algumas referências de cozinhas industrializadas dos modelos de restaurante de fast food - otimização de layout, modernização de máquinas, especialização dos funcionários, etc.
- Formação de preços:
São raras as ocasiões de restaurantes com buffet a kilo que realmente aplicam algum tipo de análise superior a de concorrência para formação de preços. O objetivo final tende a ser, nesse esquema, de fechar os dias com margem operacional positiva, deixando, por vezes, a sustentarem-se com volume de clientes menor por cobrar um preço elevado na percepção do público-alvo, ou a faturarem menos por praticarem margens pequenas, tudo pela má aplicação/desconhecimento das reais margens de lucro - este derivante de um baixo nível de inteligência e aplicação de dados que nunca foram realmente captados.
- Gerenciamento da oferta:
A formação do cardápio, por sua vez, poderia ser bastante otimizada. Esta vem da cabeça dos donos e funcionários, sem um real processo empírico de análise de dados. Portanto, poderiam estimular ainda mais o consumo, reter e atrair mais clientes com maior nível de predição do volume de demanda e preferências.
Sugestões e aplicação dos conceitos da indústria 4.0:
- Automatização e robotização da produção e atendimento:
Inserção de totens para pagamento, substituição do funcionário responsável por pesagem, aplicação de bandejas inteligentes que não só regulem calor e avisem quando o nível de comida está crítico (pouca comida restante), mas que sejam conectadas à um sistema central que registre as saídas, tornando possível o controle de consumo por produto, e não apenas do buffet geral.
- Aplicação de IoT
Modelos referência em teste no varejo, como a da loja Amazon Go, facilitam o consumo e pagamento. Os clientes podem entrar, servirem-se, comer no próprio estabelecimento ou escolher levar, sem precisar de interações extra. A tecnologia conectaria o dispositivo móvel do usuário, com as informações de crédito, e conduziria o processo de venda naturalmente.
- Aplicação de modelos preditivos e análise avançada de custos para formação de preços de venda:
As bandejas inteligentes reportariam ao ERP do restaurante o nível de consumo e, cruzados com os custos de produção e aquisição de matéria-prima, permitiriam análise avançada de overhead e definição dinâmica de margens de lucro.
Os modelos preditivos serviriam para oferta e formação dos cardápios, bem como para previsão de demanda específica. Cruzando dados coletados dos usuários, histórico de consumo, e tendências captadas em Big Data, o gerente do restaurante teria base total para designação do PCP e demanda do MRP.
Cadeia de Valor resultante[pic 1]
A cadeia de valor resultante tem como atividades de suporte a presença intensiva de fatores relativos à aplicação das novas tecnologias, de gestão de tecnologia de informação à inclusão digital dos colaboradores do nível operacional. As atividades primárias já concentram muito menos itens relacionados à produção tradicional de um restaurante.
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