O METODOLOGIA DE PROJETOS
Por: Lucas Teixeira • 3/3/2020 • Trabalho acadêmico • 1.585 Palavras (7 Páginas) • 94 Visualizações
FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA: METODOLOGIA DE PROJETOS I
PROFESSORA: SORAIA MORAIS SANTOS
18 FEV. 2018
JOÃO PEREIRA NEVES
MINAYO, Maria Cecília (Org.). Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. Editora Vozes: Petrópolis, 1998. p. 9-60.
Este texto tem por objetivo adentrar no mundo das abordagens para a investigação social. Debater a tradição geral de conhecimentos construídos através de conceitos de autorregulação do processo, buscando distinguir os conceitos de ciências humanas e sociais das ciências naturais. Confia nas ciências humanas e sociais, com isso, pondera que são naturezas diferentes das ciências naturais na construção da teoria do método. Uma obra que expõem critérios de orientação cada vez mais precisos de interesse para todos aqueles que queiram compreender mais a ciência que trabalha em cima de histórico.
O texto é dividido nos seguintes: Tópicos; I – O Desafio da Pesquisa Social, autora inicia sua obra nos dizendo que do ponto de vista antropológico o ser humano “homo sapiens” sempre procurou conhecer e explicar a realidade, II - O projeto de pesquisa como exercício científico e artesanato intelectual, constitui sua síntese de múltiplos esforços intelectuais que se contrapõem e se completam.
Nossa autora inicia sua obra explicitando que ciência nada mais é do que mais uma forma de expressão que busca assim como as religiões, filosofia, poesia e a arte ser um instrumento explicativo dos significados da existência individual e coletiva. A ciência é apenas mais uma forma não exclusiva, não definitiva, não conclusiva. Essa busca não é definitiva, exclusiva ou conclusiva. É uma busca incessante, sua incompletude é uma das mais fortes características do conhecimento. A sociedade ocidental deu a ciência uma forma hegemônica de construção e afirmação da realidade, considerada como um novo mito por muitos, por sua pretensão de única promotora dos critérios da verdade.
Sobre sua hegemonia em relação as outras formas de conhecer o mundo, a autora não quis aprofundar demais ao tema, porém mencionou duas razões, sendo: Primeira razão, de ordem externa a ela mesma, está na sua possibilidade de responder a questões técnicas e tecnológicas postas pelo desenvolvimento industrial. Segunda razão de ordem interna, diz respeito ao fato de que os cientistas terem conseguido estabelecer uma linguagem fundamentada em conceitos, métodos e técnicas para a compreensão do mundo das coisas, fenômenos e processos.
Essa linguagem é utilizada pela comunidade científica que a reproduz. Embora a normatividade do campo científico, ele é cheio de conflitos e contradições. Um desses conflitos que aqui muito nos interessa é o embate entre ciências da natureza e ciências sociais. Há quem diga quem é necessária uma uniformidade dos procedimentos para compreender o natural e o social para incluir o estatuto ciência ao campo social. Minayo, citando Paulo de Bruyne que advoga a cientificidade comporta tanto a unidade das ciências naturais como a diversidade das ciências naturais. Sobre a pesquisa social são levantadas algumas questões: É possível o ser humano tratar de uma realidade da qual faz parte (vive)? Isso não escaparia radicalmente a possibilidade de objetivação? Em segundo lugar, será que a objetivação própria das ciências não estaria a prejudicar a subjetividade (profundo sentido dado pela subjetividade) característica das questões sociais? Terceiro qual o melhor método para estudar a diversidade humana?
Quanto as ciências sociais há um dilema no que tange a proximidade das ciências naturais empobrecer as possibilidades de seu objeto. Quando adentra na subjetividade, ficando longe das ciências naturais, afasta-se do conceito de cientifico. A solução para isso é olhar não como um modelo de normas, mas como a ideia reguladora.
Digamos que se encontra duas direções: no primeiro caso, elaborando suas teorias, seus métodos, seus princípios e estabelecendo resultados. Na segunda direção, inventa ratifica seu caminho, abandona certas vias e encaminha-se para certas direções privilegiadas. Com isso os investigadores aceitam o aspecto subjetivo.
O objeto das ciências sociais é histórico, que significa dizer que as sociedades humanas existem em um espaço de tempo onde a formação social é específica. Os seres humanos vivem o presente com suas referências históricas, buscando projetar o futuro, numa dialética constante entre o que está dado e o que pode ser construído. Com isso o objeto dos estudos das ciências sociais possui consciência histórica.
Segundo Minayo, não é apenas o investigador que dá sentido ao seu trabalho intelectual, mas os sujeitos, os grupos e as sociedades dão significado e intencionalidades a suas ações e construções, na média em que as estruturas sociais nada mais são que ações objetivadas. O nível de consciência histórica das ciências sociais, está referenciado ao nível de consciência histórica e social.
Os objetos das ciências sociais são ideológicos. Ninguém nega que toda ciência é comprometida, veiculando interesses e visões de mundo historicamente construídas. Na investigação social a relação entre o pesquisador e o seu corpo de estudo está presente em todo o momento, e a visão de mundo de ambos está implicada em todo o processo de conhecimento.
A pesquisa qualitativa responde a questões específicas. No campo das ciências sociais ela trabalha o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atividades, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
A sociologia compreensiva responde de forma diferente a questões sobre o qualitativo. Essa corrente teórica, como o próprio nome indica, coloca como tarefa central das ciências sociais a compreensão da realidade humana vivida socialmente. A sociologia compreensiva não se preocupa em quantificar, mas sim, em compreender e explicar a dinâmica das relações sociais que, por sua vez são cheias de crenças, valores, atividades, hábitos, trabalham com a vivência com a experiência, com a cotidianidade e compreensão das estruturas e instituições como resultado da ação humana objetivada, isto é, desse ponto de vista, a linguagem, as práticas, as coisas são inseparáveis.
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