O Que é Ciência? Administração é Uma ciência?
Por: gisarezende • 12/6/2022 • Trabalho acadêmico • 1.382 Palavras (6 Páginas) • 82 Visualizações
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Administração – Metodologia da Pesquisa
Aluna: Gisele da Costa Rezende
O que é ciência? Administração é uma ciência?
Definir ou conceituar a ciência não é uma tarefa muito fácil, Freire-Maia (1998) diz que raramente os filósofos da ciência se propõem a definir ciência. Existem, segundo o autor, três motivos para essa recusa: o primeiro reside no fato de toda definição ser incompleta (sempre há algo que foi excluído ou algo que poderia ter sido incluído); o segundo, na própria complexidade do tema; e o terceiro, justamente na falta de acordo entre as definições (Freire-Maia, 1998, p.24). Há diversas definições do que seria a ciência e uma delas é que a ciência é o conhecimento de uma parcela da realidade, então não dá para generalizar o que seria a ciência por ela ser apenas uma realidade específica e por ser tão diversificada.
A ciência é cercada de ideologias e senso comum, a ideologia faz com que a ciência seja tendenciosa a posições vantajosas, a ideologia não é a realidade em si, mas a realidade que gostaria que fosse, trazendo seus interesses a uma realidade desejada, e o senso comum é uma visão menos complexa da realidade, faz com que haja um despreparo para uma visão mais abrangente, mais complexa, e assim há uma limitação na ciência. Ciência é composta por coerência, consistência, originalidade e objetivação. Há outro critério importante para tentar definir o que é ciência que é o critério externo, que é a opinião dominante da comunidade cientifica que faz comparação crítica, a divulgação, o reconhecimento generalizado.
Há quem diga que a ciência são os experimentos, mas como vimos a ciência é muito abrangente para se reduzir apenas a experimentos científicos, os experimentos são importantes sim, para as ciências exatas, biológicas ou natureza, mas há também as ciências humanas e socias, o pensamento científico não se forma nem se transforma apenas pelo experimento, pelo contrário, são essas ciências que trazem à tona as discussões em torno da epistemologia, dos paradigmas, da ética, da moral, da política, enfim, características relacionadas e inter-relacionadas ao desenvolvimento do conhecimento e aos possíveis desdobramentos e consequências que possam trazer. A ciência foi separada entre formais e reais, formais são aquelas que analisam objetos e entidades que não existem na realidade e reais são aquelas que estudam objetos e entidades que existem realmente, essa categoria de ciências reais se dividem em ciências naturais e ciência socias, ciências naturais são aquelas que buscam conhecer as leis da natureza e as ciências sociais são aquelas que buscam conhecer o comportamento humano, elas se subdividem em ciência pura, aquela que busca apenas o conhecimento, e ciências aplicadas que buscam modificar ou melhorar a realidade.
A busca de um critério de natureza lógica e formal para distinguir o que seria do que não seria “ciência” ainda foi tentada até o fim da década de 1980, mas depois começou a mostrar-se tarefa de limites problemáticos ou talvez mesmo sem aplicabilidade sustentável.
A administração é considerada uma ciência social aplicada, mas também pode ser considerada uma arte, pois, requer além de conhecimento, grande habilidade e criatividade para ser eficiente em qualquer ato relacionado à administração em si.
3 autores deram base para que essa afirmação seja feita, Karl Popper – O Falseacionismo, Thomas Kuhn – A Questão dos Paradigmas e Imre Lakatos – Os Programas de Pesquisa.
Karl Popper diz que a ciência se diferencia da pseudociência ou da superstição porque hipóteses científicas devem ser capazes de ser falsificadas por meio da observação e de experimentos. Além, de acordo com o filósofo, os cientistas, através de seus experimentos, devem testar suas teorias para saber se não são falsas ao invés de fazer de tudo para mostrar que são verdadeiras. Popper pensa que a ciência não se caracteriza por verificar suas teorias através da observação por uma razão bem simples: não é possível verificar uma teoria. De modo que, se para ser científica uma teoria deve ser verificada, então não existiriam teorias científicas. Ao contrário de verificar teorias, Popper pensa que a ciência, na verdade, procura falsificar as teorias que propõe. O cientista é aquele que propõe hipóteses e as testa para saber se são falsas. De acordo com o falsificacionismo, o que diferencia a ciência da pseudociência é a possibilidade de uma teoria ser falsificada. Dessa perspectiva, afirmações como “Deus existe” não são científicas, pois não é possível de alguma forma mostrar que é falsa. Não é possível pensar um conceber um experimento observacional que revelasse sua falsidade. A ciência, de acordo com o falsificacionismo, é um trabalho sempre em desenvolvimento. Não existe uma teoria acabada, que tenha sido definitivamente confirmada. Mesmo a mais duradoura das teorias poderá se mostrar falsa algum dia. Popper pensa que o conhecimento científico é sempre provisório e progride através da tentativa e do erro. Em primeiro lugar, é provisório porque não é possível verificar uma teoria. O máximo que podemos fazer é mostrar que é falsa. Em segundo lugar, seu progresso se dá através da tentativa e do erro porque sempre que uma teoria se mostra falsa, aprendemos algo importante sobre o mundo: que ele não funciona da forma como pensamos, mas de outra. Isso nos coloca em busca de novas teorias. Ao se revelarem falsas as novas teorias, vamos em busca de outras novamente. Através desse processo de tentativa e erro, vamos eliminando as ideias incorretas, as teorias falsas, as superstições e preconceitos. E ao eliminar o erro, nos aproximamos da verdade.
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