O Relatório de Estágio
Por: Pinicodemus • 21/11/2022 • Trabalho acadêmico • 1.728 Palavras (7 Páginas) • 97 Visualizações
Alunos: Matheus Silva e Rafael Santana
Década de 1960
No início dos anos 1960, houveram tensões entre o esforço desenvolvimentista e a falta de mecanismos institucionais, chegando ao seu pico dentro desta mesma década, tendo como assunto a criação de poupança. Desde a década de 40, duas frentes controversas (Eugênio Gudin e Roberto Simonsen) se fortaleceram, um acreditava que a primeira condição para um desenvolvimento sustentado era a estabilidade monetária e os mecanismos institucionais indutores da formação e da canalização da poupança para o financiamento do investimento, enquanto o outro entendia que a ação empresarial do estado, considerando a inflação, não necessariamente era um fator inibidor do crescimento, mas uma forma de viabilizar o investimento estatal.
Jânio Quadros, durante sua posse, se deparou com a herança macroeconômica deixada pelo seu antecessor, Juscelino Kubitschek. Assumindo sem uma estrutura institucional para a criação de poupança, foi provocada uma instabilidade interna e externa devido a velocidade desproporcional da industrialização, batendo de frente com um esforço meramente “ilustrativo” de equalizar o desequilíbrio causado, sem ter um programa de estabilização conexo, associado também à uma base política delicada, culminando à renúncia de Quadros e ao declínio de seu governo. Começara ali um período de intenso alvoroço político e instabilidade econômica, com a instituição do parlamentarismo, a volta do presidencialismo, resultando no início do regime militar em 1964.
Os governos militares retomaram a cartilha nacional-desenvolvimentista, baseando-se na economia fechada e nos órgãos estatais. No segundo semestre da década de 1970, os desequilíbrios das contas externas e as pressões inflacionárias ressurgiram, agora junto com a correção monetária, instituída para tentar viabilizar o mercado de capitais com o resíduo inflacionário, estava montado o quadro para quase duas décadas de estagnação e de aceleração inflacionária.
Década de 1970
O ano de 1970 começou com o Brasil já no seu terceiro ano do que seria o mais forte ciclo de expansão de sua economia no século XX. Em seis anos o país obteve uma taxa média anual de crescimento de mais de 10%, o crescimento da indústria superou 13% ao ano, a inflação declinou para 15% ao final do período, o balanço de pagamentos foi superavitário em cada um desses seis anos e levou à simultânea acumulação de reservas internacionais de U$200 milhões para U$6,4 bilhões, e sua dívida externa de U$5,3 para U$12,6 bilhões. As importações foram sempre superiores a 75% da pauta total, sem prejuízo à indústria brasileira, a produção doméstica de bens de capital cresceu a uma média de cerca de 20% ao ano.
Teria ainda um fato novo e de maior valor, sendo ele a “reciclagem” dos superávits comerciais dos países exportadores de petróleo que através dos grandes bancos internacionais privados permitiu-se passar de uma fase de “growth led debt” para fase de “debt led growth”. A dívida externa saltou de U$12,6 bilhões em 1973 para U$50 bilhões em 1979, dos quais U$34 bilhões constituídos por empréstimos em moeda, concedidos a taxas de juros flutuantes.
O Brasil entraria nos anos 80 com desequilíbrios, externo e interno, insustentáveis, devido a déficits potenciais no balanço de pagamentos não mais financiáveis, através de ingressos via conta de capitais, adicionando também uma dívida externa impagável nos termos contratados. Mencionando também uma taxa anual de inflação que evoluiu de menos de 20% no início dos 70 para cerca de 40% ao longo da década, e que, ao final de 1979, caminhava para três dígitos.
Década de 1980
A década marcou a transição do regime autoritário para a democracia, cujos símbolos maiores foram a assembleia constituinte e a Constituição. Na economia, a década marcou também uma inflexão negativa da taxa de crescimento brasileira. O período foi marcado por intervenções do estado na economia, quatro planos heterodoxos, com congelamento mandatório de preços, e alterações também voluntaristas e unilaterais das regras que regiam a remuneração dos investimentos.
O governo de Figueiredo apostou em uma estratégia de crescimento com endividamento externo que aumentou muito a vulnerabilidade a um possível aperto monetário nos EUA, o que acabou ocorrendo.
Na segunda metade da década, a prioridade era o combate à inflação, mas tratava-se de um combate à inflação de corte puramente heterodoxo, com seguidas tentativas de desindexação da economia sem grande apoio das políticas de demanda, fiscal e monetária. O resultado é o conhecido aumento da volatilidade e do nível da inflação, crescente dificuldade no financiamento da dívida pública e a moratória da dívida externa de 1987.
Sem resolver o problema da dívida externa, muito menos controlar a inflação, e com uma forte desaceleração do crescimento, a década de 1980 foi mesmo, do ponto de vista econômico, uma década perdida.
Década de 1990
Dois termos que sintetizam a evolução da economia brasileira na década de 1990. Turbulência e transformação. Foram as mais altas taxas de inflação da história brasileira. Era a antecipação do congelamento de preços que se esperava com a posse de Fernando Collor na presidência.
O Plano Collor incluiu um inédito confisco da riqueza financeira dos brasileiros, houve uma queda temporária da inflação, da qual se teve a mais profunda recessão do país. O congelamento de preços e salários durou por pouco tempo e a retomada na economia se deu início, mas junto com a economia, crescia o retorno de uma inflação. Apesar do fracasso do plano de Collor, o seu governo introduziu duas importantes novidades na economia brasileira: a privatização das empresas estatais e abertura das importações.
Após acusações de escândalos de corrupção, Fernando Collor renuncia à presidência, sendo substituído por Itamar Franco em 1992. Itamar foi quem convocou o ministro Fernando Henrique Cardoso, o qual implantou o Plano Real em 1994, resultando na estabilidade de preços e uma nova que se abriu para o país.
No final da década de 90, o Brasil passou a ser a bola da vez do mercado financeiro internacional. O último ano da década foi de redefinição da política econômica, foram estabelecidas novas regras para as políticas do câmbio, monetária e fiscal. Após alguns meses, o país estava então preparado para colher os frutos das decisões na turbulenta década de 1990.
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