O USO DE SACOLAS PLASTICAS

Regina de Cássia Carvalho[pic 1]

Aluna de Graduação da Faculdade

Pitágoras/Betim – Curso: Administração.

Orientadora: Professora Fernanda Raggi Grassi Silva

Resumo

O saco plástico é um dos mais conhecidos problemas ambientais no mundo, distribuído gratuitamente pelos supermercados, podem causar danos imensuráveis quando descartados de forma incorreta. Este artigo objetivou analisar a eficácia da lei municipal estabelecida na cidade de Belo Horizonte, que proíbe os estabelecimentos de varejo a oferecerem sacolas plásticas de material descartável. Além disso, o trabalho pretendeu analisar o nível de consciência ambiental e a satisfação dos consumidores após a proibição. O presente estudo foi embasado em pesquisa de campo, norteado em teorias, bibliografias e conceitos, abordando ferramentas de gestão ambiental, sustentabilidade e o consumo consciente. Os resultados obtidos indicam a necessidade de ampliação das ações de conscientização do consumidor para incentivar o uso sustentável das sacolas plásticas.

Palavras chaves: Sacolas Plásticas. Consumo. Sustentabilidade. Poluição. Educação Ambiental.

Abstract

The plastic bag is one of the best known environmental problems in the world, freely distributed by supermarkets, can cause immeasurable damage when improperly discarded. This article aims to analyze the effectiveness of municipal law established in the city of Belo Horizonte, which prohibits retail establishments to offer disposable plastic bags. In addition, the study sought to analyze the level of environmental awareness and consumer satisfaction after the ban. This study was based on field research, guided by theories, concepts and bibliographies, addressing environmental management tools, sustainability and conscious consumption. The results indicate the need for further actions to stimulate consumer awareness for sustainable use of plastic bags.

Keywords: Plastic Bags. Consumption. Sustainability. Pollution. Environmental awareness.

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Introdução

O lixo é um dos maiores problemas ambientais da atualidade. O modelo de consumo adotado por boa parte da sociedade moderna provocou o aumento continuo e exagerado na quantidade de lixo produzido no planeta. Nesse cenário, podemos considerar o plástico um dos grandes vilões.

Segundo dados da ABRAS (2010)^[1], Associação Brasileira de Supermercados, no Brasil são consumidos a cada ano 12 bilhões de sacolas plásticas, cerca de 800 sacolas plásticas ao ano por brasileiro. O hábito arraigado de aceitar o que é de graça e descartável, sem consciência dos danos que serão causados pós-consumo, esconde a realidade do alto custo ambiental coletivo de aceitar sacolas plásticas em todas as oportunidades.

Diante do cenário de crescimento continuo, o homem vem revisando os modelos de crescimento econômico, e buscando alinhá-lo ao ideal de desenvolvimento sustentável. Para tanto, a educação ambiental deve ser considerada como instrumento necessário e indispensável da gestão ambiental e para a o crescimento de forma sustentável. A partir de políticas públicas educacionais que favoreçam uma transformação cultural, afetando de modo geral hábitos e posturas de uma determinada sociedade.

O presente estudo justifica-se pela necessidade de avaliar o comportamento do consumidor em relação ao uso de sacolas plásticas. Descartadas de forma indiscriminada, as sacolas plásticas acabam provocando danos muitas vezes irreparáveis, tornando o consumidor um colaborador passivo de impactos ambientais de grandes proporções. 

Observando a preocupação ecológica cada vez mais presente na pauta de discussão da sociedade contemporânea, o objetivo geral do estudo pretende verificar a aceitação da lei municipal estabelecida na cidade de Belo Horizonte, que proíbe os estabelecimentos de varejo a oferecerem sacolas plásticas de material descartável. Como objetivos específicos, o mesmo busca conhecer o nível de consciência ambiental dos consumidores após a proibição e a eficácia da substituição relacionada à atitude dos consumidores.

A busca por uma sociedade com atitudes sustentáveis, surgiu da necessidade de conciliar o crescimento econômico e a preservação ambiental. De forma permanente e definitiva sociedade e organizações deve buscar o exercício da responsabilidade.

1. REFERENCIAL TEÓRICO

1. Breve reflexão sobre o conceito de sustentabilidade e o consumo sustentável

O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu na década de 1970, mas foi nos anos 1990 que teve uma repercussão maior. O aquecimento global, a poluição, os desastres ecológicos, a falta de infraestrutura básica, a miséria, a fome e a concorrência mundial, colaboraram para a sua difusão. A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em junho de 1992 no Rio de Janeiro, com certeza foi a grande percussora para o desenvolvimento sustentável mundial. Dentre os documentos aprovados esta o Agenda 21, responsável por um plano de ação mundial para a construção de sociedades responsáveis, que dirige métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

O termo sustentabilidade de acordo com Dias (2007, p.139) é usado para definir ações e atividades humanas que tendem suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações em satisfazer suas próprias necessidades. Portanto, a sustentabilidade esta relaciona diretamente com o desenvolvimento econômico e o material sem agredir o meio ambiente, utilizando de forma consciente os recursos disponíveis na natureza para que eles se mantenham no futuro. O autor ainda ressalta que dentre as ações relacionadas à sustentabilidade podemos citar o desenvolvimento de atitudes pessoais e empresariais dirigida para a reciclagem e redução de resíduos sólidos. Beck (2010, p.33) ressalta que o agravamento da degradação ambiental se da com o crescimento populacional desordenado, a urbanização, a produção de substâncias químicas, tóxicas e manipuladas que a natureza não conhece e não consegue reciclar.

Segundo Sachs (2008, p.38) o conceito de sustentabilidade pode ser compreendido dentre sete dimensões principais: Sustentabilidade social, econômica, ecológica, cultural, espacial, política e ambiental. Dentro dessa perspectiva o autor coloca que a sustentabilidade ecológica deve rever o uso dos recursos naturais de maneira a minimizar danos ao sistema de sustentação da vida, desenvolvendo ações para a redução dos resíduos tóxicos e da poluição, alem da reciclagem de matérias e energia, conservação e normas para uma correta proteção ambiental. A sustentabilidade ambiental abrange todas as dimensões anteriores através de processos complexos de conservação geográfica, de equilíbrio dos ecossistemas, de erradicação da pobreza e da exclusão, de respeito aos direitos humanos e da integração social.