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Os Escritores da Liberdade

Por:   •  14/12/2017  •  Resenha  •  624 Palavras (3 Páginas)  •  231 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)

Oficina de leitura e produção de textos

Docente: Anielle S. De O. Cuervo

Discente: Ana Beatriz Machado Teixeira

Escritores da liberdade. Produção: Danny Devito. Direção: Richard LaGravenese. País de origem: Estados Unidos 2007 (122 min.)

Resenha do filme: Escritores da Liberdade

    Baseado em fatos reais, o filme escritores da liberdade acontece em 1992, na cidade de Los Angeles, em uma escola rodeada de violência e tensões étnico-raciais. Em meio a esse cenário, o colégio leciona através do modelo de ensino tradicional que não provocava estímulo, em especial, na turma 203, considerada portadora do pior rendimento.

    Não havia esforço do colégio em reestruturar e modificar seus métodos de ensino para se relacionar com esses jovens. Essa desacreditação explana a obra de Soares, Letramento de reexistência no cotidiano, em que, letramento vai muito além da leitura e escrita; engloba ideologias, grupos sociais, cotidiano, linguagens, influências e outras pluralidades que compõem seu significado tão negado e desmerecido pela escola Woodrow Wilson, que só consideram as práticas escolares habituais relevantes.

    Em A importância do ato de ler, de Paulo Freire; é ressaltado que há uma necessidade de ouvir os alunos que muitas vezes não é suprida. Sendo o educador o único porta-voz, apenas transfere um padrão de conhecimento e espera que seus alunos absorvam, esquecem que educação é um mecanismo de mudança e para que esta aconteça, faz-se necessário também escutar, se desfazer de preconceitos internos e não subjugar o outro. Contrapondo a escola e também reforçando a ideia de Soares, a professora, depois de ter contato com sua turma problemática e perceber que seu método de ensino tradicional não funcionaria, aceitou o desafio de transformar sua didática com um olhar para a realidade desses jovens.

    Em várias passagens é visto que os alunos eram totalmente segregados como em suas vidas fora do colégio, reproduziam em classe a briga constante de suas gangues. Elucidando a mesa redonda com Emicida: Arte e Revolução em que o rap despertou sua consciência de que a pobreza, o racismo e a violência policial não são casos isolados, os alunos notaram, por meio das dinâmicas feitas pela professora, que partilhavam dos mesmos problemas sociais e tinham mais aspectos em comum do que diferenças.

   Em várias cenas, a chefe de departamento e outros professores se incomodam ao ver o desenvolvimento dos alunos, chegando a tentar, muitas vezes, desencorajar a professora Erin. Eles simbolizam todo um sistema que não apoia e impede que jovens como eles consigam crescer e romper barreiras de sua condição, ademais, aponta o fato do sistema escolar não abarcar outras formas de aprendizagem.

  Os alunos, ainda resistentes, concordam com o projeto central do filme, que se constitui na leitura do livro “O diário de Anne Frank” e o registro do que sentissem vontade de escrever em um diário. A partir disso, as aulas foram para outro patamar, a autoconfiança deles foi recuperada e a sala de aula virou um local de desabafo e compartilhamento de suas histórias de vida. Os jovens não criaram apenas uma ligação, uma perspectiva de futuro nasce daquela sala de aula, eles enxergam que há possibilidades, inclusive de muitos serem os primeiros da família a se formarem e cursarem faculdade. Começam a ver o estudo como instrumento de transformação social e econômica.

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