Resenha Axiomas de Zurique
Por: Juliana Guimarães • 25/10/2019 • Resenha • 2.615 Palavras (11 Páginas) • 178 Visualizações
RESENHA: OS AXIOMAS DE ZURIQUE
Os conselhos secretos dos banqueiros suíços para orientar os seus investimentos
GUNTHER, Max. Os Axiomas de Zurique. Rio Janeiro: Record, 2007.
Introdução
O livro Axiomas de Zurique do autor Max Gunther trata de riscos e ensina como administrá-los. Demonstra como os suíços superaram situações adversas, colocando-se entre as pessoas mais ricas do mundo.
O assunto desse livro é apostar para ganhar, alicerçando as atitudes do investidor, chamado pelo autor de especulador, numa filosofia composta de doze axiomas principais e dezesseis axiomas secundários.
Essas 12 profundas e misteriosas regras para se assumirem riscos, contrariam grande parte dos ensinamentos convencionais, por isso essas regras se tornam tão polêmicas.
O 1º GRANDE AXIOMA: DO RISCO
Preocupação não é doença, mas sinal de saúde. Se você não está preocupado, não está arriscando o bastante.
A estrutura econômica está montada contra a população de uma maneira geral. Dessa forma, a menos que se tenha pais ricos, a única maneira de sair da pobreza, a única esperança, é submeter-se a riscos. Não se pode temer se machucar um pouco. Ao se decidir enfrentar o risco, existe uma chance realista de sair da pobreza. O preço a se pagar por essa “chance gloriosa” é a preocupação constante. Mas, de acordo com o autor, preocupação não é doença e sim sinal de saúde, ao que se pode concluir que não se deve ter medo de arriscar um pouco. Alto risco significa alto retorno.
1º Axioma Menor
Só aposte o que valer a pena.
A única maneira de derrotar a estrutura econômica a qual se está condenado é apostando quantias que valham a pena. Porém, isso não significa que se deve jogar com valores que, perdidos levariam a pessoa à falência. Significa que: não se pode temer sair machucado de uma transação. Se a quantia apostada for tão pequena que a sua perda não representa diferença significativa, o mais provável é que trará ganhos também pouco significativos. A única maneira de ganhar muito apostando pouco é correr atrás de uma possibilidade em milhões.
2º Axioma Menor
Resista à tentação das diversificações.
Diversificar nada mais é que espalhar o dinheiro em diversos tipos de investimentos. Ao diversificar há uma redução de riscos, porém, também são reduzidas na mesma proporção a esperança de se ficar rico. A diversificação possui 3 grandes problemas:
1º - Viola o preceito do 1º Axioma menor, de que se devem fazer apostas que valham a pena.
2º - Ao diversificar, são criadas situações em que, provavelmente ganhos e perdas acabam se conciliando e deixando o especulador exatamente onde começou – no ponto zero.
3º - Com a diversificação o especulador se torna um artista de circo e tenta manter no ar uma porção de bolas ao mesmo tempo. “Bolas demais”.
O 2º GRANDE AXIOMA: DA GANÂNCIA
Realize o lucro sempre cedo demais.
Ao dominar a ganância, ao se atingir esse autocontrole, é possível se tornar um especulador melhor do que 99% dos que buscam a fortuna. De acordo com esse axioma deve-se realizar o lucro sempre cedo demais. “Cedo demais” quer dizer realizar os lucros antes que o período de ganhos tenha atingido o pico. Não se pode abusar da sorte. Um dos grandes dificultadores para se seguir esse axioma é o medo do arrependimento, por isso a importância de um dos ensinamentos de Wall Street “... não se deve olhar a cotação de uma ação que já se vendeu.”
3º Axioma Menor
Entre no negócio sabendo quanto quer ganhar; quando chegar lá caia fora.
O terceiro axioma menor busca resolver um difícil problema: saber quando se deve sair. O fator ganância é o principal dificultador, pois, quanto mais se tem mais se quer. Portanto, ao entrar num negócio é preciso saber quanto se quer ganhar, ao atingir a meta, deve-se realizar os lucros.
O 3º GRANDE AXIOMA: DA ESPERANÇA
Quando o barco começar a afundar, não reze. Abandone-o.
Esse axioma fala de quando os negócios vão mal. É fato que mais ou menos metade das operações especulativas não dará bons resultados. Saber sair de uma situação complicada talvez seja o mais raro dos dotes especulativos. Há quem diga que é a peça mais importante do instrumental de um jogador ou especulador. “Aprender a perder”. É preciso aceitar pequenas perdas para se proteger das grandes. Porém, ao se tentar fazer isso três obstáculos surgem:
1º Obstáculo: O medo de arrepender-se. O medo que perdedores virem ganhadores depois de se abandonar o barco.
2º Obstáculo: A necessidade de se abrir mão de parte de um investimento.
3º Obstáculo: A dificuldade de admitir o erro. O ego fala mais alto.
Conclui-se que saber perder é uma das virtudes de um bom especulador.
4º Axioma Menor
Aceite as pequenas perdas com um sorriso como fatos da vida. Conte incorrer em várias, enquanto espera um grande ganho.
“Quem espera sempre alcança”. Esse provérbio chinês não se aplica ao mundo dos especuladores. Ao ficar esperando que especulações que só deram prejuízos melhorem, condena-se a frequentes decepções e a pobreza. Enfim, devem-se agradecer as pequenas perdas porque elas são uma proteção contras as grandes.
O 4º GRANDE AXIOMA
O comportamento do ser humano não é previsível. Desconfio de quem afirmar que conhece uma nesga que seja o futuro.
De acordo com esse axioma, não se deve criar um programa especulativo baseado em previsões, pois, com certeza dará errado. No mundo do dinheiro, um mundo moldado pelo comportamento humano tudo é imprevisível. É preciso desconfiar de quem afirmar que conhece o futuro. O especulador bem sucedido não baseia suas ações no que possa vir a acontecer, mas reage ao que acontece.
O 5º GRANDE AXIOMA: DOS PADRÕES
Até começar a parecer ordem, o caos não é o perigoso.
Ao se começar acreditar na descoberta de um padrão de ordem nos assuntos que envolvem seres humanos, inclusive assuntos financeiros, se está correndo riscos. A verdade é que o mundo do dinheiro não possui padrão algum, é um profundo caos. Qualquer padrão que se queira estabelecer é efêmero. Os estudos podem melhorar as probabilidades de acerto, mas não deve ser ignorado o imenso papel que o acaso desempenha no projeto. O fato é que não se pode confiar em nenhuma fórmula que ignore o papel dominante da sorte.
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