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Resenha de Livro Por Que Erramos? (Kathryn Schulz)

Por:   •  12/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  572 Palavras (3 Páginas)  •  118 Visualizações

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O principal argumento do livro Por Que Erramos?, de Kathryn Schulz, é explicar a natureza do erro humano, por que e como ele ocorre, além de demonstrar quais as suas implicações em nossas vidas.

Os erros podem destruir nossa autoconfiança, nos alienar em relação aos outros e até mesmo estar ligada à morte, o que leva muitas vezes à uma crença popular de que eles são inerentemente ruins e devem ser evitados a todo custo, sendo uma visão que deveria ser revisada segundo a autora.

O que aconteceria ao nosso senso de identidade e de sã consciência quando algo em que acreditamos está profundamente está errado? Esta é uma pergunta instigada pela autora, que observa a aversão cultural ao erro e de quais formas isso ajudou a moldar o comportamento individual e coletivo ao longo dos anos, muitas vezes para o pior. A simples percepção de que está errado pode ser devastador e revelador, já que à medida em que o desvio está em vigor, a sensação que temos é de estarmos agindo da maneira correta.

Apesar de o erro ser algo intrínseco do ser humano, está na nossa natureza minimizar, esconder, recusar e até repassar as falhas aos outros. É comum assumirmos a culpa por um erro em temas levianos e corriqueiros, mas não para cenários mais complexos e sérios, uma vez que é um sentimento bom estar certo.

Humanos costumam estar mais suscetíveis a compreender aquilo que os cercam de uma maneira equivocada devido a fatores como memória falha, intelecto limitado, reações sentimentais extremas. Isso torna a identificação das fontes e alcance do erro humano algo bem complexo, já que há inúmeras formas potenciais onde isso pode ocorrer.

Assim sendo, é um cenário mais prático de existirmos estando errados e, por isso, é importante saber antecipar como e quando esta situação poderá acontecer. É possível estar errado ou ter a consciência de que se equivocou, mas não os dois de modo simultâneo, conforme a autora. Tal cegueira em relação às nossas falhas pode ser explicada pelo fato de não registrarmos e categorizarmos de forma tão eficiente na mente aqueles momentos em que erramos, o que nos leva a repetir os mesmos equívocos, levando a reações de surpresa inclusive.

Os nossos sentidos não parecem ser fontes tão confiáveis de representação da verdade, mas mesmo assim é algo natural da natureza humana confiar neles, justificando a surpresa que vem oriunda da descoberta do erro. Logo, torna-se possível alcançar a verdade através da redução desses estímulos sensoriais.

Em relação ao processo de tomada de decisão a autora ilustra como os nossos sistemas decisórios são falíveis justamente devido à esta suscetibilidade ao erro discutida anteriormente. Ainda assim, é algo de grande valia criar o hábito de nos perguntarmos constantemente se poderíamos estar equivocados quanto sobre determinado assunto. Desse modo, ideias falhas e até extremas podem se tornar visíveis em discussões e planejamentos nos processos decisórios, levando a decisões finais mais racionais.

O ponto negativo do livro que poderia mencionar aqui é que o nível extenso de detalhes e comentários embasados em contextos religiosos, científicos, literários, morais, entre outros chega a ser abundante em certos momentos. Já o que o livro tem de melhor é que ele tem uma pegada mais filosófica com analogias interessantes e demonstra de forma muito clara

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