Resenha do Filme Radioactive

Resenha do Filme :Radioactive

Radioactive é um filme de 2019 que acompanha a vida e obra da pesquisadora polonesa Marie Sklodowska, que ficou conhecida como Marie Curie após se casar com o cientista francês Pierre Curie. Em 1891 ela se mudou da Polônia para a França, onde estudou física, química e matemática na Universidade de Paris e foi uma das poucas mulheres que trabalhavam neste campo na época. O filme narra o trabalho desenvolvido por Marie Curie e seu marido que levou à descoberta de dois elementos químicos: rádio e polônio. Também mostra a dedicação e o árduo trabalho de pesquisa que rendeu ao casal o Prêmio Nobel de Física de 1903. Foi também o primeiro Prêmio Nobel concedido a uma mulher.

Tal foi o brilho do trabalho de Marie Curie que em 1911 ela recebeu outro Prêmio Nobel, desta vez de química, tornando-se a primeira pessoa a receber o prêmio duas vezes. Além disso, Marie Curie foi a primeira mulher a lecionar na Universidade de Paris.

Um dos aspectos do filme diz respeito ao papel da mulher na ciência. Assim, nesta categoria, identificamos passagens relacionadas às dificuldades de Marie Curie em se encaixar em um ambiente escolar que era inteiramente dominado por homens na época. O primeiro diálogo ocorre entre Marie e o professor Lippmann, que trata do uso e organização do laboratório. Marie compartilhou com muitos homens o uso do laboratório científico da Universidade de Paris, onde ela era a única mulher entre os 23 cientistas. Ao analisar a forma como a mulher é retratada na obra e como sua vida pessoal e o contexto em que ela está inserida interferem nos rumos que seu destino está tomando ao longo do filme, inevitavelmente conectamos o trabalho científico com as questões sociais e entendendo que a ciência é uma atividade humana e atravessa sua imaginação.

Assim, as cenas em que Marie é desacreditada pelo professor Lippmann, que lhe pede para deixar o laboratório, interrompe seus discursos e adota um tom altivo em relação ao cientista, nos contam de maneira muito representativa as dificuldades que as mulheres enfrentaram em tempos passados - e muitas ainda enfrentam hoje - para primeiro ter acesso à educação e mais tarde serem reconhecidas por seu trabalho.

Outro ponto a ser discutido diz respeito às duas indicações da descoberta de Marie para o Prêmio Nobel. Os grandes gestores científicos não viam como uma coisa boa para uma mulher receber um prêmio que era a priori reservado apenas para homens. Além disso, fica claro que Marie foi constantemente condenada por sua vida social, pertencer a outro país e lutar por reconhecimento na ciência. Por mais que as situações impostas a Marie no filme dificultassem seu reconhecimento, a personagem não desistiu e conseguiu alcançar resultados satisfatórios. Após a morte do marido, que era professor da Universidade de Paris, a cientista recebeu um convite para assumir o cargo de primeira professora mulher.

No filme, uma das cenas se passa em um jantar onde a conversa entre os participantes se concentra na pesquisa de Marie e Pierre. As explicações dos dois sobre os processos científicos são inicialmente em linguagem formal e acadêmica. Entretanto, como o outro participante da conversa não se encaixa neste meio, Marie usa uma analogia para facilitar a compreensão do assunto. Ao longo do filme, o rádio é mencionado, seja na forma de explicações de conceitos relacionados ao rádio ou em cenas que mostram seus benefícios e prejuízos. O filme mostra várias cenas que o fazem pensar no elemento e destacar os efeitos tóxicos da exposição à radiação. O filme utiliza várias cenas que provocam reflexos no elemento, mostrando os efeitos tóxicos causados pela exposição à radiação.

O filme também enfatiza diversos aspectos do desenvolvimento da ciência, tais como sua natureza colaborativa, a importância do financiamento da pesquisa e as influências sociais, políticas e econômicas