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Taylorismo na Atualidade

Por:   •  26/5/2018  •  Artigo  •  1.972 Palavras (8 Páginas)  •  441 Visualizações

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Matriz de atividade individual*

Módulo: 2

Atividade: Individual 1

Título: Taylorismo na atualidade

Aluno:

Disciplina: Modelagem de Organizações Públicas

Turma: GRMPOEAD_T0002_0213

Introdução

As organizações são entidades criadas para atender às necessidades da sociedade, constituindo-se em sistemas voltados para o alcance de determinados objetivos, tendo como características principais: membros possuem objetivos comuns a serem atingidos; existência de normas que regulam seu funcionamento; divisão de trabalho e de  responsabilidades; ações de cada parte são coordenadas por um sistema de planejamento que busca garantir a coerência entre as mesmas e sua fidelidade aos objetivos comuns.

A forma como se concebeu a administração inicialmente foi baseada em cinco variáveis, a saber: tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia - provocou a seu tempo uma diferente teoria administrativa, dando uma maior importância a uma das variáveis, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da Teoria Geral da Administração.

Assim, uma das primeiras concepções de organização é a Administração Científica, concepção essa que visualiza cada empregado individualmente, ignorando que o trabalhador é um ser humano e social. (CHIAVENATTO, p.71)

Segundo Taylor, a organização e a administração das empresas devem ser tratadas cientificamente dando-se ênfase nas tarefas através do planejamento e aplicando-se uma metodologia sistemática na análise e na solução de problemas da organização e não empiricamente. O esquema formulado por Taylor implica na proliferação do trabalho desqualificado que coexiste com uma estrutura administrativa monocrática, alienante, a qual a principal virtude é a obediência às ordens. Ao lado dessa concepção atomística do homem há outra decorrência da visão microscópica do trabalhador. (CHIAVENATTO, p.71)

Para que as organizações se mantenham e se estruturem suas atividades racionalmente existe o planejamento da organização pela direção e a coordenação das atividades por uma administração além de abranger aspectos que a organização por si só não envolveria, tais como os da previsão, comando e controle.

Segundo Souza e Ferreira destacam-se algumas importantes missões que precisam ser cumpridas pelos modelos de gestão organizacional, a saber: integração da organização com a sociedade; a disseminação dos objetivos organizacionais; definição de estruturas e de processos de trabalho; e o estabelecimento de um adequado conjunto de normas e de princípios de funcionamento.(FGV)

Seguindo a tendência contemporânea a capacidade de percepção das mudanças que ocorrem no mundo e seus impactos na gestão de pública faz-se importante para a conceitualização da modelagem organizacional e os diferentes modelos que inspirarariam a gestão de uma organização.

Proposta de Taylor e interesse dos trabalhadores

A concepção de Taylor era negativista a respeito do Homem, na qual as pessoas são preguiçosas e ineficientes, sendo que Taylor enfatiza o papel monocrático do administrador: "A aceleração do trabalho só pode ser obtida por meio da padronização obrigatória dos métodos, da adoção obrigatória de instrumentos e das condições de trabalho e cooperação obrigatórias. E essa atribuição de impor padrões e forçar a cooperação compete exclusivamente à gerência" . (CHIAVENATTO, p.71)

A preocupação básica de Taylor foi com a elevação da eficiência do processo produtivo, buscando-se métodos de planejamento e controle da produção capazes de fazer funcionar bem a organização. Taylor julgava que, ao partilhar os resultados do processo produtivo com os trabalhadores, a organização poderia alcançar a plena harmonia entre os interesses corporativos e os dos funcionários  (FGV)

Taylor considerou os recursos humanos e materiais não tanto reciprocamente ajustáveis, mas sobretudo, o homem trabalhando como um apêndice da maquinaria industrial. (CHIAVENATTO, p.71)

Dessa forma um dos pontos mais criticados é a forma como Taylor aborda o tema do trabalhador, sendo que o bem-estar dos funcionários não foi considerado uma preocupação deste modelo de gestão. Taylor fazia a apologia do que ele chamou de “homem boi”, ou seja trabalhador de grande força física e disposição, totalmente submisso ao controle de seu supervisor e disposto a seguir à risca as normas e rotinas impostas pela empresa.(FGV)

Foco da proposta de Taylor e aplicabilidade na gestão pública

Os produtos e serviços ofertados, o conjunto de práticas adotados por Henry Ford, representou outro arranjo fortemente baseado na padronização, contudo arranjos produtivos mais flexíveis são adotados por um crescente número de organizações, em busca da manutenção da competitividade em um ambiente complexo e despadronizado.

Algumas das principais mudanças que precisam ser empreendidas são: a padronização à adequação aos diferentes públicos; a estabilidade às mudanças radicais; a forte ênfase na hierarquia ao empreendedorismo interno; e o controle a uma visão ampliada da qualidade.

Na Administração Pública, faz-se necessária uma maior regulamentação dos cargos e das funções, todavia necessitam ser revistos ainda que mantenham certa padronização. É fundamental que exista, ainda que de forma flexível, uma definição clara de papéis, de autoridade e responsabilidade, e da forma como estarão reunidos os recursos e agrupadas as pessoas componentes de determinada organização, pois isto determina o centro da estrutura. Entretanto essa  regulamentação deve ser construída da forma mais flexível e orgânica possível.

Críticas a Taylor

Diversas são as críticas que formuladas ao modelo de gestão derivado do taylorismo. A preocupação básica nesse modelo era com a elevação da eficiência do processo produtivo, buscando-se métodos de planejamento e controle capaz de fazer a máquina funcionar de maneira plena. (FGV)

Taylor considerou os recursos humanos e materiais não tanto reciprocamente ajustáveis, mas sobretudo, o homem trabalhando como um apêndice da maquinaria industrial. (CHIAVENATTO, p.71)

Contudo, um dos pontos mais criticáveis dessa concepção produtiva é a forma como essa percebe o trabalhador, sendo o seu bem-estar um aspecto pouco importante. O trabalhador era concebido apenas como um dos diversos insumos produtivos, ao lado de equipamentos, da energia e da matéria-prima.

Taylor fazia a apologia do que ele chamou de “homem boi”, ou seja o trabalhador de grande força física e disposição, totalmente submisso ao controle de seu supervisor e disposto a seguir à risca as normas e rotinas impostas pela empresa.(FGV)

Tento como elementos de base concepções produtivas como Taylor, Fayol e uma deturpação da burocracia de Weber, a nossa sociedade ficou impregnada pelos paradigmas de racionalidade difundidos por estes pensadores e seus reflexos se estendem para além dos processos produtivos empresariais atuais, para os quais suas propostas foram inicialmente concebidas. Refletindo também na área pública, a visão mecânica de mundo e a busca da racionalidade produtiva estiriotipada pelo senso-comum sobre a administração pública formalista, inflexível e morosa.

A autoridade dos gestores e a dedicação dos trabalhadores na proposta de Taylor

Autoridade é o poder de dar ordens e a esse poder corresponde a responsabilidade, que é a obrigação de prestar contas.(FGV)

Estabelece-se legal e previamente quem tem autoridade, poder de  coação, e sobre quais subordinados e assuntos pode mandar. Além disso, meios coercitivos existem para impor a disciplina e a ordem. A burocracia é uma organização ligada por normas escritas, que antecipam seus mecanismos de funcionamento. As atribuições dos participantes da estrutura burocrática, funcionários e público, são oficialmente fixadas por regulamentos, leis, normas, portarias, resoluções, códigos de conduta, disposições administrativas. (SARDI, 2007,p.12)

A hierarquia e as normas representam assim decorrências naturais da delegação da autoridade, para que o funcionário que recebe o poder burocrático não extrapole suas competências. O advento da burocracia veio com base na evolução da sociedade, com o esgotamento da forma tradicional de autoridade, na qual predominavam características patriarcais e patrimonialistas. Foi na esfera governamental que primeiro se fez necessária a adoção de um modelo de gestão mais complexo. O crescimento das nações e a complexidade adquirida pela gestão pública fizeram com que fosse impossível a continuidade da gestão tradicional, exigindo-se a criação de um novo tipo de autoridade e uma nova lógica gerencial. (FGV)

A crise econômica dos anos 70 trouxe  uma crise sobre o fordismo que teve origem tanto em seu aspecto “taylorista” quanto em seu aspecto “regulado”. Os princípios tayloristas mostraram-se menos eficazes com as novas tecnologias de informação, e a internacionalização da economia tornou mais difícil para o Estado exercer o seu papel regulador. Daí, nos anos 80, a busca de um “pós-fordismo”, concebido a princípio como inversão do fordismo: especialização por tarefa em vez de taylorismo e produção em massa, flexibilidade em vez de regulamentação rigorosa. Essa é a concepção da “especialização flexível” do pós-fordismo, que inspira alguns pensadores de esquerda no mundo anglo-saxão, e também os estilos e ideologias “pós-modernistas”. (OUTHWAITE,1996, p.325)

Os japoneses devoraram os escritos de Taylor na fase de reconstrução, no pós-guerra. Russos e alemães adotaram suas idéias. Tudo o que tenha a ver com maximização de recursos no tempo, em qualquer domínio, tem algo a aprender com Taylor - da Federal Express - entregas overnight  - aos robôs das linhas de montagem informatizadas de hoje. No momento econômico neoliberal-globalizado que estamos vivendo, Frederick Taylor continua atual.(NÓBREGA,1997,p.2)

Conclui-se através dos dois parágrafos anteriores, que apesar de seu inegável valor na construção do pensamento administrativo, as ideias de Taylor precisam ser relativizadas e revistas, dadas as condições econômicas e o alto índice de competitividade as quais as organizações contemporâneas estam expostas, como a inclusão de novas tecnologias da informação e a internacionalização da economia assim predispondo as organizações, indiferente de sua natureza, a terem um caráter flexível e sensível ao meio exterior.

A possibilidade de banimento do taylorismo nas organizações públicas

Adoção de um modelo de gestão mais complexo, iniciou-se na esfera pública associado ao crescimento das nações implicando na descontinuidade da gestão tradicional e  exigindo-se a criação de um novo tipo de autoridade e uma nova lógica gerencial.

Quando avaliamos o texto de Nóbrega “Enquanto isso, enquanto não resolvemos nossas culpas, e com as decisões do dia-a-dia a nos pressionar desumanamente, acabamos por esquecer as Qualidades Totais e Reengenharias e voltamos a dar ênfase a um processo muito mais antigo, e também essencialmente taylorista: o planejamento estratégico voltou à moda. Sim, aquele antigo processo em que se usa a inteligência para coletar, processar e interpretar a informação e, em seguida, definir os caminhos da empresa”, verifica-se a atualidade da concepção do modelo de Taylor.

Dessa forma, a percepção da aplicabilidade dos princípios de Taylor a administração contemporânea - inclusive na pública - , não pode ser tratada de forma rígida e absoluta sendo necessário guardar as devidas proporções na adoção e emprego de cada um deles, levando-se em conta a  possibilidade de uso de sua concepção associada a uma leitura precisa do meio interno e externo da organização.

Conclusão

Nossa sociedade ocupa-se pelo estudo das organizações em geral, sendo  a organização uma combinação intencional de pessoas e tecnologias para atingir um objetivo, baseadas numa forma racional de trabalho, além de coexistir uma forma informal que emerge espontaneamente entre pessoas que ocupam posições na organização formal e influenciadas pelo meio externo, através do largo uso de tecnologias da informação e maior importância da organização com o processo global de competitividade.

Dada as condicionantes atuais como a tecnologia da informação e a mundialização dos mercados, ainda assim é inegável o valor na construção do pensamento administrativo de Taylor, contudo este modelo administrativo necessita uma relitivização e revisão, dado que a natureza da economia atual obriga as organizações possuirem caráter flexível e sensível ao meio exterior implicando na maximização dos indicadores de produtividade como já alertara Taylor.

Vale a pena enfatizar o paradoxo: reconhecemos a necessidade de um salto para outra dimensão. Gostamos de idéias participativas, elas são modernas e democráticas, mas na prática continuamos com Taylor. A inteligência continua separada da execução. Essa é a nossa esquizofrenia, batizada por Kanigel de enigma da eficiência.(NÓBREGA,1997,p.3)

Referência bibliográfica

---,---.Modelagem das Organizações Públicas – Rio de Janeiro: FGV, 2011.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. Rio de Janeiro: ELSEIVER, 2003.

CORRÊA, Izabela Moreira. Planejamento estratégico e gestão pública por resultados no processo de reforma administrativa do estado de Minas Gerais. RAP Rio de Janeiro: 2007.

NÓBREGA, Clemente. Taylor Superstar. Exame. São Paulo, v.30, n.20, set. 1997.

OUTHWAITE, William. Dicionário do pensamento social do Século XX. Tom Bottomore; versão brasileira, Renato Lessa, Wanderley Guilherme dos Santos; trad. de Eduardo Francisco Alves, ÁlvaroCabral.— Rio de Janeiro: ZAHAR, 1996.

SARDI, Jaime        Antônio Scheffler. Temas de administração.Ouro Preto: UFOP, 2007.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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