Trabalho de fillsofia
Por: gabirodrigues • 1/10/2015 • Resenha • 1.657 Palavras (7 Páginas) • 194 Visualizações
As evidências do cotidiano
Em todos os momentos das nossas vidas, perguntamos ou respondemos, afirmamos ou negamos, aceitamos e recusamos coisas, pessoas, situações. Estamos o tempo todo dizendo coisas que são ditas frequentemente pela maioria das pessoas, ou seja, vivemos em constante questionamento.
Tudo é maior do que imaginamos ser. Simples perguntas cotidianas podem conter várias crenças que não são comumente questionadas por nós como, por exemplo, quando perguntamos a alguém “ que horas são?” ou “ que dia é hoje?”. O que esperamos é obter respostas como, “ são nove horas da manhã” ou “ hoje é dia 12”. Mas essas pequenas perguntas que fizemos nos mostram que acreditamos que existe o tempo, que esse tempo passa e que ele pode ser medido.
Outro exemplo pode ser percebido quando ouvimos alguém dizer coisas impossíveis ou improváveis, e então dizemos que esta pessoa está sonhando, ou seja, acreditamos que o sonho é diferente da realidade e que tudo que é impossível ou improvável, nele se torna possível e provável. Essas situações também podem ser notadas em “ela ficou maluca” quando sabemos diferenciar razão de loucura, “ onde há fumaça, há fogo” onde aceitamos que existem relações de causa e efeito, “ esta casa é mais bonita que a outra” que nos permite saber que podemos comparar e julgar as coisas em qualidade ou quantidade (mais bonito e mais feio, menos e mais), “ o sol é maior do que o vemos” onde mostra que acreditamos que nossa percepção alcança as coisas de modos diferentes dependendo de nossas condições de visibilidade ou da localização e do movimento dos objetos, “ Mentiroso! Eu estava lá e não foi isso que aconteceu” onde está presente a nossa crença de que há diferença entre a verdade e a mentira.
Entretanto, julgamos a mentira diferente do sonho, da loucura e do erro, pois as pessoas que sonham, agem loucamente e erram fazem isso involuntariamente , já o mentiroso sabe bem o que está fazendo e tem a capacidade de discernir entre o que é factual e o que é ficção.
Apesar disso, existem situações em que não avaliamos a mentira como uma coisa ruim, como por exemplo, em novelas, livros e filmes. Por isso comparamos a mentira e a verdade à moral de cada pessoa. Julgamos o caráter do indivíduo observando se ele é moral ou imoral apenas pela crença de quem pode usar da vontade pelo bem ou pelo mal.
Assim como acontece com mentira e os outros casos citados acima, também podemos notar que acreditamos em algumas crenças silenciosas quando vemos uma briga entre duas pessoas e uma terceira pede às para ser mais objetivos. Acreditamos que quando alguém que quer defender um ponte de vista ou uma preferência, ela tende a ser “subjetiva”, ou seja, perde a objetividade.
Assim, não só acreditamos que a objetividade e a subjetividade existem, como ainda acreditamos que a objetividade é imparcial e remete a verdade sem deformar a realidade, já a subjetividade é parcial e ditada por sentimentos, deformando a realidade voluntária ou involuntariamente.
Quando conhecemos alguém e julgamos que essa pessoa é legal porque tem os mesmos gostos que nós temos, estamos silenciosamente acreditando que as nossas crenças, valores morais, regras de conduta são os fatores que nos fazem semelhantes com as outras pessoas. Assim, acreditamos também que somos seres dotados de raciocínio, pois seguimos regras, valores morais, religiosos e artísticos e usamos isso para nos aproximar ou distanciar das pessoas.
Como podemos notar, vivemos rodeados de crenças silenciosas e cremos em muitas coisas que as vezes nem imaginamos.
Atitude Filosófica
É como se deixarmos de fazer perguntas óbvias, e começarmos a fazer perguntas inesperadas á nós mesmos. Aprofundar mais nossas perguntas, ao invés de : Que dia é hoje? ou que horas são? Se perguntar o que é tempo? Para tentar fugir do óbvio e buscar respostas mais aprofundadas. Alguém que tomasse essa decisão, estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, estaria começando a adotar o que diríamos de atitude filosófica.
A atitude Crítica
A atitude crítica se baseia na soma da sua face negativa, isto é, dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, ao que todo mundo diz e pensa. Mais sua face positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, os valores de nós mesmos, e etc. são indagações fundamentais da atitude filosófica.
O patrono da filosofia, o grego Sócrates diz que a primeira e fundamental verdade filosófica é “sei que nada sei”, pois a filosofia começa dizendo não as crenças, aos pré-conceitos, e etc.
Para o filósofo grego Platão a filosofia começa com a admiração. Já para Aristóteles com espanto, onde ambas significam tomarmos distancia do mundo costumeiro, através de nossos pensamentos, e olharmos como se nunca estivéssemos visto antes.
Para que filosofia?
A sociedade tem por hábito questionar o por que das coisas, principalmente a filosofia, que é uma ciência que não serve aplicações práticas para todos que estão acostumados que as coisas só tem direito de existir se tiver alguma utilidade, prática visível e de utilidade imediata. Por isso, não ouvimos as pessoas perguntarem o por que da matemática ou física? Geografia ou geologia? História ou sociologia?
Isto mostra o porque ninguém questiona as ciências, que é algo que vemos nos dia a dia, em coisas que se aplicam em nossa realidade.
Atitude filosófica – Indagar
A atitude filosófica inicia-se com as indagações ao mundo que nos rodeia e as relações que mantemos com ele. Ela se refere a nossa capacidade de conhecer e pensar.
A reflexão filosófica
É um movimento de volta do pensamento sobre si mesmo, indagando como é possível o próprio pensamento. Ela se organiza em 3 grandes conjuntos de perguntas ou questões :
- Quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos, o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos ?
- Qual é o conteúdo ou sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos ?
- Qual é a intenção, ou a finalidade do que pensamos, dizemos ou fazemos?
A atitude filosófica são perguntas sobre a essência, a significação ou estrutura, e a origem de todas as coisas. Já a reflexão filosófica são perguntas sobre a capacidade e finalidade humanas para conhecer e agir.
Filosofia : um pensamento sistemático
As indagações filosóficas se realizam de modo sistemático pois trabalha com enunciados precisos e rigorosos. Opera com conceitos ou ideias obtidos por procedimentos ou demonstrações de provas. Não se trata de dizer “eu acho que”, mas afirmar “ eu penso que”.
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