ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO
Tese: ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: AMORMEU • 18/6/2013 • Tese • 2.820 Palavras (12 Páginas) • 429 Visualizações
ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO:
CONTEXTUALIZANDO A DISCUSSÃO
SOBRE OS DESAFIOS DA ÉTICA NO
MUNDO DOS NEGÓCIOS
Amadeu de Farias Cavalcante Júnior*
* Formado em Filosofia pela Universidade Federal do Pará, com Especialização em Educação pelo Centro de Educação na
UFPa e Mestre em Sociologia pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPa. Atualmente é docente da Disciplina
Ética Profissional para o Curso de Administração/ESMAC.
RESUMO: A ética tem se colocado como um eixo fundamental para que o homem
possa conviver bem em sociedade, dentro de parâmetros voltados para o dever de
agir de acordo com o bem comum entre os homens, e em concordância com os
valores morais que prezam pela ação virtuosa preocupada com o bem entre os diferentes.
Mesmo sabendo que a reflexão ética se apropria dos valores morais considerados
bons, no sentido de uma ciência do comportamento moral do homem em sociedade,
admitimos que a dificuldade de se pensar a ética no mundo dos negócios está no
fato de que o mundo da administração em organizações econômicas e complexas,
muitas vezes exige posturas do administrador que possam dar conta de enfrentar os
desafios colocados por uma ação pautada na “ética convencional”, e de uma ação
pautada nas exigências do mundo dos negócios, ou uma “ética dos negócios”.
PALAVRAS-CHAVE: Ética profissional, ética nos negócios, ética da responsabilidade, administração.
2 Adcontar, Belém, v. 5, n.1. p. 15-34, junho, 2004
INTRODUÇÃO
O senso comum propaga que nos dias em
que vivemos não existem mais tantas pessoas crédulas
pelos princípios ético-morais, pelas circunstâncias
que levam os homens nas condições da
sociedade contemporânea. A generalização, porém,
parece absurda. Por quê? Porque faz da
venalidade uma linha congênita dos homens. A
razão disso, entre outras, se deve a fatores que
demonstram o quanto os agentes sociais ficam
expostos a ações sem idoneidade, ou de suspeição,
ou mesmo de mecanismos sociais e econômicos
que seduzem à corrupção. Isto vem demonstrando
o quanto nossas instituições públicas e privadas,
bem como empresas de variadas espécies,
são colocadas diante do crivo da avaliação por
membros externos e internos, no que remete à
aceitação ou aos desvios das normas consideradas
como padrões sociais de condutas morais e
éticas. De fato, em contextos de competições
aguçados pela falta de empregos, pela ganância
do lucro imediato, pela questão do poder econômico,
e pelas condições “sufocantes” da economia
e da necessidade de negociar com agentes
que nem sempre se pautam pelas exigências éticas,
enfim, podemos dizer que em várias situações
a consciência dos administradores pode ser
sempre colocada à prova.
A discussão que se tem propalado nos
meios acadêmicos e na literatura recente sobre
o assunto não tem deixado de fora o problema da
ética e suas exigências pela boa conduta, e nem a
difícil reconciliação destas exigências no mundo
do mercado. Os conflitos se dão quando os administradores
se vêem encurralados pelas necessidades
do mercado e as conseqüências que certas
decisões podem causar na vida de quem participa
da organização empresarial, sejam por meio
dos seus membros diretos como empregados, fornecedores,
outras empresas que mantêm relações
comerciais, empresários; ou indiretos, tais
como clientes, e a sociedade beneficiada por determinado
produto.
O cerne da discussão ética empresarial
tem tomado ênfase e se espalhado nos currículos
das faculdades de administração no Brasil e no
mundo, pois, como vem demonstrando os estudiosos
do assunto (MOREIRA, 2002; NASH, 1993;
SROUR, 2000; SINGER, 1998; SÁNCHES,
1998), as práticas empresariais passaram a ser
vistas de forma mais questionável, bem como as
práticas e decisões de administradores que se escondem
por trás das empresas. Tais práticas podem
ser assim enumeradas, para título de
exemplificação: subornos para dirigir licitações
públicas; desvios de somas altas do erário público;
sonegação fiscal; espionagem industrial e
econômica;
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