A Arquitetura Gótica
Por: rubianadarosa • 9/3/2020 • Artigo • 5.363 Palavras (22 Páginas) • 255 Visualizações
tePeríodo Gótico
Jéssica Daniele da Silva (1); Juliana Wismann (2); Luana Ludvig (3); Patrícia Scheffler (4); Rubiana da Rosa (5)
(1) Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Feevale, RS/Brasil. E-mail:
jdanieledesigner@gmail.com
(2) Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Feevale, RS/Brasil. E-mail: julianawismann@hotmail.com
(3) Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Feevale, RS/Brasil. E-mail: luanaludvig@hotmail.com
(4) Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Feevale, RS/Brasil. E-mail:
patischeffler@gmail.com
(5) Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Feevale, RS/Brasil. E-mail: rubianadarosa@outlook.com
Resumo: Neste artigo realizado na disciplina de Teoria e História da Arquitetura e Urbanismo I, propomos abordar os aspectos teóricos sobre a arquitetura do período Gótico. Com base em pesquisas em autores explanamos como este estilo teve início, traçando o cenário político e cultural da época, e seu desenvolvimento em outros países. São abordados as características e os elementos que tornam as igrejas góticas monumentos apreciados por sua equilibrada estrutura até os dias atuais. Ao todo, podemos observar que o conjunto da arquitetura deste período busca transmitir o contexto social da Idade Média, onde as igrejas são como a salvação para o povo, que foge do medo e escuridão das cidades para buscar a luminosidade das igrejas. As pesquisas para elaborá-lo foram realizadas em livros da biblioteca da Universidade Feevale, como os autores José Bracons e David Macaulay, juntamente com o auxílio de artigos e sites confiáveis encontrados no decorrer do semestre.
Palavras-chave: Gótico; Arquitetura; Igreja; Catedral; Idade Média.
Abstract: In this article carried out in the discipline of Theory and History of Architecture and Urbanism I, we propose to approach the theoretical aspects about the architecture of the Gothic period. Based on researches in authors we explain how this style began, tracing the political and cultural scene of the time, and its development in other countries. The characteristics and elements that make Gothic churches are appreciated for their balanced structure to the present day. All in all, we can observe that the whole of the architecture of this period seeks to convey the social context of the Middle Ages, where churches are like salvation for the people, who flee from the fear and darkness of cities to seek the light of the churches. The researches to elaborate it were realized in books of the library of the University Feevale, as the authors Jose Bracons and David Macaulay, along with the aid of articles and reliable sites found during the semester.
Keywords: Gothic; Architecture; Church; Cathedral; Middle Ages.
- INTRODUÇÃO
A arte gótica foi um estilo artístico e cultural desenvolvido na Idade Média. A arte do Gótico, num contexto abrangente, surgiu por volta de 1140 em Ile-de-France, uma província em torno de Paris, que ficava entre Compiègne e Bourges (KONEMANN, 1998).
O termo “gótico” é denominado por alguns autores como sendo criado pelos humanistas do Renascimento que relacionaram o estilo, depreciativamente, aos Godos, um povo bárbaro que destruiu parte da civilização romana (SHAVER-CRANDELL, 1982). Giorgio Vasari, pintor e arquiteto renascentista, foi um dos apontados pelo título pejorativo (KONEMANN, 1998).
O estilo gótico se manifestou em pleno desenvolvimento comercial e urbano, tendo maior relevância na arquitetura e se propagando da França por toda a Europa. Ficou conhecida inicialmente como a Arte das Catedrais, pela construção de suntuosas igrejas e basílicas.
Com forte simbolismo interior, foi inovadora em técnicas construtivas. Este artigo tem como objetivo explanar essa evolução na forma teológica, caraterizado pela desmaterialização das paredes, verticalidade e luminosidade no seu modo de construir, caracterizando seus elementos arquitetônicos. Metodologicamente, fundamentamos esse trabalho em artigos e livros que abordam o assunto explorando sua vertente e seu desenvolvimento junto ao contexto político, econômico e social da época.
- CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Segundo o escritor Mumford (1998), entre os séculos X e XV as cidades se multiplicam, eram contornadas por grandes cinturões, um limite que a define e fornece proteção militar, mas não evita a sua expansão. A expansão das cidades forma os subúrbios, pessoas que não encontram mais trabalho no campo e se refugiam nas cidades, assim cresce a massa de artesãos e mercadores e formam-se outros estabelecimentos. Esse crescimento das cidades provoca a construção de novos muros que as circundam, e o ciclo se repete se necessário (BENEVOLO, 2012).
Durante o século XIII o crescimento das cidades as divide em bairros, elas têm fisionomia, símbolos e organização política individual – Cidades Estado, se formando bairros periféricos e centros secundários. A burguesia era a maioria da população nas cidades, onde os ricos se concentram no meio e os pobres na periferia (BENEVOLO, 2012).
O crescimento das cidades acelera as mudanças e o crescimento do campo. A cidade mercantil passa a importar matérias primas e exportar os produtos da indústria e do comércio, assim a produção agrícola aumenta. Com o crescimento das cidades, os ofícios se tornam empresas e se desenvolvem os centros comerciais, e a classe burguesa mantém o controle das cidades. Assim permite que o Ocidente se sobressaia, se desenvolva (BENEVOLO, 2012; BRACONS, 1992).
Durante o século XIII a monarquia se solidifica, frente as tendências feudalistas e as cruzadas, tendo início a institucionalização dos Estados e uma crescente atividade cultural, o que propicia uma progressiva expansão. Devido ao fenômeno urbano surgem as ordens mendicantes: os franciscanos e os dominicanos. As universidades assumem importância, tendo foco na atividade de ensino e intelectual (BRACONS, 1992).
No entanto o Século XIV é de retrocesso, o avanço sobre novas terras atinge praticamente o limite. A produção agrícola reduz, aparecem os efeitos da fome, da desvalorização monetária e comercial. É um século de epidemias – como a peste de 1348 – e de guerras – Guerra dos 100 anos, envolvendo ingleses e franceses. Nele se afirma o sentido da morte e se proliferam movimentos religiosos, a criação artística se torna uma combinação do dramático e do popular. Em paralelo a isso se desenvolve o capitalismo e com ele novas ideologias, onde a principal é que o humanismo dá lugar ao individualismo (BRACONS, 1992). E assim na arte as pessoas passam a valorizar as realizações individuais dos artistas e arquitetos (SHAVER-CRANDELL, 1982).
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