A Covid-19

O distanciamento social e as dificuldades para acessar as cidades já era uma realidade para a maioria das pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil, o qual quase um terço da população possui algum tipo de deficiência.

Embora tenha ocorrido um enorme  avançado nos últimas tempos na implementação de leis que garantem o acesso de pessoas com deficiência na sociedade, em todas as áreas, ainda assim que há uma representativa separação das pessoas com deficiência, em todos os âmbito.  Isso porque, embora as leis sejam trunfos que garantem direitos, ainda existe a mudança cultural que é mais lenta do que a criação e a aprovação de uma lei.

Durante a pandemia, cresceram as barreiras impostas para pessoas com deficiência andarem nas cidades. Além de os transportes terem se tornado um meio escasso de locomoção, tornaram-se um meio de alta contaminação da covid-19. É bom mencionar que antes da pandemia, as pessoas com algum tipo de deficiência já enfrentavam várias dificuldades para acessar os meios de transporte no Brasil por falta de acessibilidade. Destacando o pouco espaço nos transportes e com muitos deles com mínima adequação as necessidades das pessoas, em todos os tipos de transportes. Nesse ponto as pessoas com deficiência correm riscos adicionais de contrair a Covid-19 nos seus deslocamentos.

 É o caso das pessoas com deficiência visual e auditiva. Porque quando não se enxerga os riscos de encostar em lugares contaminados com o vírus se torna mais fácil o contágio, acrescentado o fato do deficiente não ver se as pessoa que divide o espaço com ela está de mascara ou não. No caso do deficiente auditivo complica o fato do entender as informações passadas por outras pessoas devido não poderem enxergar a boca das pessoas, dificultando o entendimento por leitura labial e facilitando o contagio em lugares onde não há algum tipo de informação que o local é um local de risco,  impossibilitando que o mesmo para se locomova com autonomia.

O que percebemos é que esse momento tão difícil serve como alerta para processos de exclusão, os quais pessoas com deficiência já vivenciavam. A pandemia só intensificou isso. Determinando que a pandemia da Covid-19 aumentou o contexto, já presente antes da pandemia, de desigualdade estrutural nas cidades, na mobilidade e na acessibilidade. Esperam-se daqui em diante mudanças e avanços possíveis, priorizando a diversidade da coletividade na busca de ações, respostas e soluções que atendam aos mais diversos grupos de pessoas.