A Depressão e Ansiedade
Por: Gabriela Soeiro • 1/9/2023 • Artigo • 6.819 Palavras (28 Páginas) • 69 Visualizações
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Depressão e ansiedade: Teresina e seu reflexo no indivíduo
Depression and anxiety: Teresina and its reflex in the individual
Depresión y ansiedad: Teresina y su reflexión en el individuo
CARVALHO, Maria Gabriella Farias
Graduanda, Universidade Federal do Piauí, gabriellafariass21@outlook.com
MAZULLO, Ana Júlia Fonseca
Graduanda, Universidade Federal do Piauí, anajuliafonsecamazullo@hotmail.com
SOEIRO, Gabriela Lima dos Anjos
Graduanda, Universidade Federal do Piauí, gabrielasoeiro6@gmail.com
RESUMO
Os números de casos de depressão diagnosticados diariamente em Teresina vêm crescendo vertiginosamente. Em vista disso, este artigo traz algumas características atuais da morfologia urbana que podem influenciar no comportamento emocional do indivíduo na capital do Piauí. Aspectos sociais, climáticos, morfológicos, econômicos e contemporâneos foram listados a fim de se chegar a conclusões satisfatórias sobre a influência do meio no emocional humano. Uma pesquisa bibliográfica foi realizada e foram consideradas contribuições de autores renomados, como CARLOS, Ana F. A. (2007) e BAUMAN, Zygmunt. (1997) e (2001) a fim de reforçar o quanto a morfologia urbana pode influenciar no comportamento depressivo da sociedade contemporânea teresinense.
PALAVRAS-CHAVES: Teresina, depressão, morfologia, urbanismo.
ABSTRACT
The numbers of cases of depression diagnosed daily in Teresina have been growing rapidly. In view of this, this article brings some current characteristics of the urban morphology that can influence in the emotional behavior of the individual in the capital of Piauí. Social, climatic, morphological, economic, and contemporary aspects were listed in order to arrive at satisfactory conclusions about the influence of the environment on the human emotional. A bibliographical research was made and it was considered contributions of renowned authors, such as CARLOS, Ana F. A. (2007) and BAUMAN, Zygmunt. (1997) and (2001) in order to reinforce how much urban morphology can influence the depressive behavior of contemporary Teresina society.
KEY WORDS: Teresina, depression, morphology, urbanism.
RESUMEN
Los números de casos de depresión diagnosticados diariamente en Teresina vienen creciendo vertiginosamente. En vista de esto, este artículo trae algunas características actuales de la morfología urbana que pueden influenciar en el comportamiento emocional del individuo en la capital de Piauí. Los aspectos sociales, climáticos, morfológicos, económicos y contemporáneos fueron listados a fin de llegar a conclusiones satisfactorias sobre la influencia del medio en el emocional humano. Una investigación bibliográfica fue realizada y fueron consideradas contribuciones de autores renombrados, como CARLOS, Ana F. A. (2007) y BAUMAN, Zygmunt. (1997) y (2001) para reforzar la morfología urbana puede influir en el comportamiento depresivo de la sociedad contemporánea teresinense.
PALABRAS CLAVE: Teresina, depresión, morfología, urbanismo.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Oliveira e Mourão-Júnior (2013), percepção é definida como sendo a significação de estímulos espaciais que se reflete em padrões de comportamento, de acordo com a experiência sensorial de cada indivíduo. Assim, a percepção humana está intrinsecamente relacionada a aspectos subjetivos, como as situações pelas quais o ser humano passou, a sua carga cultural e emocional apreendida ao longo do tempo a partir da sociedade em que está inserido e a forma como ele interpreta a realidade. Somando tais fatores, é possível atestar que a assimilação de cada um é gerada a partir de filtros mentais, sendo, então, única, o que a caracteriza como seletiva, absorvendo certa parcela dos estímulos.
Terraza (2013) afirma que uma cidade, seja ela grande ou pequena, tem grande influência sobre seus habitantes no que diz respeito aos costumes, comportamentos e personalidades, pois é ela a formadora de toda a concepção espacial que o mesmo terá desde o seu nascimento. A respeito disso, inclui-se os aspectos geográficos, climáticos, morfológicos, construtivos, sociais e até mesmo econômicos, já que o sistema gerente da mesma determina como ocorrerão as relações entre os indivíduos.
De modo geral, desde o nascimento, o ser humano busca compreender o espaço em que está inserido, sendo tal visão distorcida ou moldada com o passar do tempo. À medida em que cresce, o homem altera suas perspectivas, quando pequeno o espaço torna-se maior, quando adulto aquilo já não parece ser tão grande assim, sendo construído, a partir dessa percepção, o entendimento da cidade. Assim, chega-se a um novo nicho de estudo, a psicologia do indivíduo com relação ao ambiente em que vive. Nesse sentido, independente das características individuais do ser humano, os processos perceptuais em seu cotidiano podem ocorrer de dois modos, como afirma o trecho a seguir:
“A pessoa opera segundo processos perceptuais de tipo top-down (de dentro para fora), quando precisa agir em uma situação que conhece e domina, e atua em função de processos do tipo bottom-up (de fora para dentro) quando precisa lançar mão de vários recursos adicionais diretos (visão, tato, olfato, [...]) ou indiretos (sinalização, indicações de outros) para ter condições de atuar naquele local de modo adequado aos seus propósitos. ” (ELALI, ARAÚJO e PINHEIRO, 2009)
Elali (2009) ainda destaca que alguns fatores são pertinentes ao se tratar do comportamento sócio espacial humano, entre eles a territorialidade, aglomeração, privacidade e apropriação. O primeiro diz respeito à sensação de pertencimento a um determinado território, isso permite a auto localização do indivíduo no mundo, pois é de grande importância para o ser humano sentir-se pertencente a um determinado local, já que aquilo o faz entender sua origem e, mesmo que parta para outros lugares, a sua tendência sempre é de retornar para seu local inicial, mesmo que esporadicamente, devido à afetividade que se cria com o lugar.
Elali (2009) deixa claro que é a partir do seu território natural que o indivíduo constrói suas percepções e tudo aquilo que ele encontrar de novidade em outros lugares servirá sempre de comparativo ao que ele já conhecia antes. Assim, tendo em vista sua origem, o ser humano aprende a classificar locais como “bons” ou “ruins” a partir da sua experiência em seu território. A sensação de posse desenvolvida por um indivíduo em relação ao território é característica primordial da influência que a cidade exerce em seu conhecimento e em sua percepção.
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