A Escola de Bauhaus
Por: Michele Sampaio • 16/4/2015 • Artigo • 751 Palavras (4 Páginas) • 849 Visualizações
O fim do sonho Bauhaus
Apesar de pouco divulgada, é localizada em sua biografia, a informação de que o pintor Henry Van de Velde, além de ter sido o artista primário a esboçar originalmente a Bauhaus, foi também o primeiro convocado a atuar como conselheiro artístico independente para a indústria e artes industriais da Escola de Artes e Ofícios de Weimar na Alemanha, na qual foi fundador.
Por sua tendência à xenofobia, Van de Velde foi demitido. Em seu lugar, foi indicado o arquiteto Walter Gropius, que, assim como vários artistas, foi convocado na mesma época para a guerra. Em consequência, a Escola de Artes e Ofícios foi fechada.
Para quem não sabe, a Bauhaus foi uma Universidade de Artes modelo. O sonho de todo estudante de arte. Com pioneirismo em sistematizar uma metodologia para o ensino do desenho buscando relacionar artesãos, arte e indústria, dessa forma, estabelecendo uma nova visão de unificação das Escolas de artes.
Considerada a primeira escola de Design do mundo, a Bauhaus unificou a Escola de Artes e Ofícios da cidade de Weimar à Escola de Belas Artes fazendo junção do artesanato com as artes acadêmicas e técnicas da época.
Terminada a primeira Guerra Mundial, Walter Gropius volta a ser indicado pelo próprio Henry Van De Velde para o suceder, já que o mesmo estava a par de toda a obra de Van de Velde e foi apoiado e encorajado pelo grão Duque de Saxe-Weimar.
Ali estava iniciada a tão sonhada escola de Bauhaus, onde seus contemplados alunos eram supervisionados pelos nomes mais representativos e importantes da história da arte do século XX.
Tendo como significado casa da construção ou arquitetura, a Bauhaus Estadual de Weimar, nome oficial intitulado na época, foi conhecida por ser visionária e transdisciplinar. Os ideais da escola foram proferidos para além do pensamento tradicional de seu tempo.
Por vezes, seus alunos eram vistos como rebeldes ou revolucionários. O jovem artista era livre para encontrar seu próprio caminho e criar formas autênticas a partir de condições técnicas, econômicas e sociais a ele dadas. Não haviam regras impostas e isso não foi bem recebido na cidade de Weimar que, em 1924, passava por uma mudança política para partidos conservadores.
Convidado pelo prefeito de Dessau, em 1925, Walter Gropius inicia seu projeto para a nova sede da Escola e em 1926 a Escola, finalmente, é transferida para a cidade de Dessau, na Alemanha.
Na nova sede, projetada por Gropius, cada repartição foi visionada e construída para funcionalidades específicas. Já pensou em salas de desenho projetadas com iluminação pré-elaborada e pensada para essa finalidade? O sonho de todo estudante. Cada detalhe do edifício foi, previamente, imaginado para habilidades e trabalhos artísticos específicos.
Os arquitetos , escultores , pintores , todos juntos em um mesmo espaço retomando trabalhos manuais de criação tendo como objetivo principal segundo Gropius:"Criar um tipo de homem que seja capaz de ver a vida em sua totalidade".
Por dificuldades políticas, porém, Walter Gropius renuncia seu cargo de diretor e o repassa em 1928, ao arquiteto suíço Hannes Meyer que "segurou" por mais dois anos a direção da Escola. Até que Meyer, por sua vez, sendo de oposição ao governo, foi substituído pelo arquiteto alemão Mies Van Der Rohe dando uma nova cara à escola.
Infelizmente, o nazismo chegou à cidade de Dessau e a Bauhaus teve de ser transferida novamente para Berlim. O exército do Terceiro Reich na Alemanha consideravam os ideais da Escola de Bauhaus anti-patriotas e em 1933, mesma época em que Hitler assumia o poder e a Escola foi fechada em definitivo.
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