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A RESILIÊNCIA DAS ILHAS DE CALOR URBANAS

Por:   •  3/6/2022  •  Projeto de pesquisa  •  2.470 Palavras (10 Páginas)  •  129 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO  DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO  

Programa de Pós - Graduação em Arquitetura

ANASTASIA MYTKO  

«RIO 40 GRAUS - BANGU 50 GRAUS».  

RESILIÊNCIA DAS ILHAS DE CALOR URBANAS.

Introdução.  

As ondas de calor, provocadas pelas mudanças climáticas, estão se tornando cada vez  mais prevalentes. A última década foi a mais quente da história da humanidade.  O artigo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revela que  os aumentos de temperatura, incêndios, ciclones e furacões são cada vez mais o novo  normal, e as emissões são 62% mais altas agora do que quando as negociações  internacionais sobre o clima começaram em 1990.  

De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) o planeta está agora  quase um grau mais quente do que estava antes do processo de industrialização e a  temperatura global pode aumentar de 1,5ºC a 2ºC ainda neste século.  Baseado em uma base de dados da BBC, o julho de 2019 deve ser o mês mais quente da  história – e as temperaturas em julho em quase todos os lugares do planeta foram mais  altas nos últimos 10 anos em comparação com os anos 1880-1900.  

Com o crescente aumento das temperaturas, a previsão é que o mundo continuará  esquentando. Mas quanto pode piorar?  

Se essa tendência continuar, as temperaturas poderão subir entre 3ºC e 5ºC até 2100  como está apresentando na Figura 01.  

Figura 01. Emissões e aquecimento esperado ate 2100.

[pic 1]

Fonte: Climate Action Tracker (BBC)  

As pesquisas publicadas no artigo na Geophysical Research Letters em fevereiro desse  ano indicam que em 2040 mais de 50% dos verões serão mais quentes do que em 2003 e  em 2100 as mesmas temperaturas do verão serão consideradas frias.  

O relatório do PNUMA «Um Guia Prático para Construções e Comunidades Resilientes  ao Clima», mostra que em 2050, 1,6 bilhão de pessoas que vivem em mais de 970  cidades estarão regularmente expostas a temperaturas altas extremas. Juntamente com o  "efeito de ilha de calor urbana", que torna as cidades mais quentes do que a área rural  circundante, isso coloca os moradores urbanos em alto risco.  

Atualmente há uma diversidade de fenômenos naturais que provocam desastres nas  cidades, como inundações, terremotos, tempestades e ondas de calor, no entanto, este  estudo vai investigar especificamente o fenômeno de aumento de temperaturas nas ilhas  de calor urbanas, através do caso de estudo de um bairro da Zona Oeste do Rio de  Janeiro – Bangu.

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Objetivos.  

O objetivo geral de pesquisa está focado em um dos desafios do planejamento urbano  na atualidade, no que se refere a capacidade do espaço urbano de ser resiliente aos  impactos causados pelas mudanças climáticas e, especificamente, as ondas de  temperaturas altas nas ilhas de calor urbanas.  

As questões principais deste estudo são:  

 identificar as principais definições de resiliência urbana;  

 levantar as principais abordagens teóricas-conceituais sobre o planeamento  urbano, riscos e vulnerabilidades;  

 determinar em qual medida o Bangu, como ilha de calor urbana, está em risco e  vulnerável ao aumento de temperaturas;  

 avaliar como a gestão do risco de temperaturas extremas pode ser integrada ao  planeamento urbano;  

 delinear novos projetos de resiliência para a área de ilha de calor urbana e  elaborar um plano de adaptação a mudanças climáticas;  

E objetivo central deste trabalho é:  

• Como reforçar a resiliência da cidade através do planejamento urbano e da  gestão de riscos climáticos?  

Objeto de estudo.  

O aquecimento global que está impactando o mundo todo deve provocar graves  consequências também no Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro. O análise das  condições climáticas do Estado do Rio de Janeiro feito por meteorologista da UFF  Márcio Cataldi apontou que os grandes problemas para os moradores da Região  Metropolitana serão o aumento de ilhas de calor e a diminuição média da chuva e  esclareceu: «Quando você tem as regiões de fundo da baía, onde a brisa não chega, a  ilha de calor pode agravar e a gente pode ter ondas de calor, semelhantes aos que a  gente teve na Europa e teve no Canadá nesse ano.»  

As regiões mais afetadas pelo aumento de temperatura do ar serão os municípios da  Baixada Fluminense e os bairros da Zona Oeste, como Santa Cruz e Bangu. (Figura 02)  

De acordo com esses dados, Bangu, como um dos bairros mais quentes do município,  foi escolhido como o alvo principal da minha pesquisa. Quem sabe esse nome, sem  dúvida conhece a associação que é feita entre o bairro e as temperaturas altas. Este  episódio ocorre porque durante muito tempo o bairro da Zona Oeste registrou as  maiores temperaturas do Rio de Janeiro durante o verão. Durante boa parte do verão, a  cidade do Rio costuma ter temperaturas muito elevadas, sendo assim, não é exagero  dizer que em Bangu eram registradas as temperaturas máximas do Brasil.

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Figura 02. Baixada Fluminense e bairros das zonas Norte e Oeste do Rio  

sofrerão com mudanças climáticas.  

[pic 2]

Fonte: Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU e os professores Márcio  Cataldi, da UFF, e Jílio César da Silva, da UERJ  

 Infográfico elaborado em 10/08/2021 por Elcio Horiuchi/G1  

A explicação para o calor intenso está na localização do bairro. Em uma parte da Zona  Oeste da cidade, entre Realengo e Santíssimo, há uma região que fica cercada de  montanhas: de um lado o maciço da Pedra Branca (que separa a Zona Oeste da Barra da  Tijuca); e do outro lado o maciço do Gericinó (que também é conhecido como  Mendanha e separa a Zona Oeste da Baixada Fluminense).  

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