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A ÁGUA RIO ARAGUAIA

Por:   •  6/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.224 Palavras (9 Páginas)  •  509 Visualizações

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  1. REVISAO DA LITERATURA

3.1. Interferências de rios.

 

Esta pesquisa parte do princípio de que compreender a dinâmica das margens dos leitos dos rios é de extrema relevância para o processo de preservação e conversação, visando ao mesmo tempo um ambiente equilibrado, que seja possível conciliar desenvolvimento de tecnologias e apropriação do espaço, de forma harmônica. Pois “As áreas localizadas próximas aos rios vem sofrendo com o intenso processo de degradação em suas margens, provocada especialmente pela ocupação desordenada do homem na exploração dos recursos naturais” (OLIVEIRA & VIEIRA, 2011 p.54)

Conhecer o espaço físico hoje é extremamente essencial para o planejamento urbano, principalmente devido às questões ambientais. O município de Conceição do Araguaia possui atualmente uma população de 46.302 habitantes residentes assíduos na cidade, e localiza-se na área de ecótono Cerrado Amazônia tendo uma área de 5.829,441 km² (IBGE, 2014).

O rio Araguaia nasce perto da Parque Nacional das Emas, no município de Mineiros (GO), e deságua no Rio Tocantins, formando uma grade rede hidrográfica que une a Região Centro-Oeste ao norte do Brasil. Primeiramente ele faz a divisão entre os estados de Mato Grosso e Goiás, e segui seu percurso entre Mato Grosso e Tocantins e finalmente chega entre o Pará e Tocantins. Possui uma extensão de mais de 2.0000km. É responsável pelo abastecimento público e diluição de efluentes de diversos municípios ao longo do seu percurso.

O rio Araguaia sempre foi um atrativo turístico em Conceição do Araguaia, principalmente nos meses de junho, julho e agosto, onde os moradores locais e os turistas voltam-se para as margens do rio com o objetivo de ocupa-las, e fixam nos pontos mais privilegiados, principalmente as classes sociais mais altas, que possuem um poder aquisitivo e detém do poder para ocupar as áreas de APP. Assim "Toda a região ao longo desse magnífico rio (Araguaia) tem grande valor turístico, especialmente pela beleza de suas praias na estação da seca” (MOSS & MOSS, 2007, p. 11)

O rio Araguaia é dividido em três segmentos: alto, médio e baixo. O alto Araguaia drena uma área de 36.400 km2 e se desenvolve da cabeceira até a cidade de Registro do Araguaia. No médio curso que se estende por 1.600 km desde de Registro do Araguaia até Conceição do Araguaia, a área de drenagem aumenta drasticamente, alcançando uma área maior que 300.000 km2, onde está presente uma planície aluvial bem desenvolvida.

A distribuição espacial das chuvas mostra que na região das nascentes a precipitação alcança 1500mm anuais. Na faixa correspondente ao médio Araguaia as precipitações diminuem no sentido oeste-leste, de 1850mm para 1000mm por ano. Na parte mais norte da bacia as precipitações aumentam consideravelmente, alcançando valores superiores a 2000mm.

Segundo dados da ANA (Agencia Nacional da Água) o rio Araguaia tem picos de vazão bem definidos durante a estação chuvosa e fluxo bem inferior durante a estação seca, quando diminuem as chuvas. A grande variabilidade estacional é refletida em todos os setores do curso principal. Onde o alto curso possui valor de 16, o médio curso se caracteriza por apresentar valores entre 9 e 13 e o baixo curso, entre 17 e 18, indicando que a vazão máxima pode variar até 18 vezes em relação ao valor mínimo (Tabela 1). Essa variação é decorrência da combinação de vários fatores que englobam condições climáticas de precipitação, geologia e geomorfologia da área. Segundo Nordin & Hernandez (1989), esses valores de relação entre fluxos máximos e mínimos são característicos de rios tropicais que drenam suas bacias em áreas de clima quente-úmido.

Tabela 1: Dados hidrológicos com coeficientes médios de variabilidade de vazão para o Rio Araguaia.

[pic 1]

Fonte: Agência Nacional de Águas - ANA, 2005.

A figura 1 apresenta o posicionamento da bacia hidrográfica do rio Araguaia. Os pontos denominados mostram as sedes municipais, com destaque para o município em estudo Conceição do Araguaia.

[pic 2]

[pic 3]

Gráfico 1: Vazões máxima média e mínima mensais – Dados: INMET

São apresentados características pluviométricas nas estações climatológicas de Conceição do Araguaia. O gráfico mostra na cidade de estudo  que os meses de dezembro a maio de chuvas e junho a novembro de seca.

[pic 4]

Figura 2: Apresenta o regime gráfico de precipitação de medias

mensais da cidade Conceição do Araguaia. Fonte: INMET.

As condições climáticas que predominam na bacia Araguaia são de natureza continental tropical, devido à sua posição continental, não sofre o efeito direto da confluência intertropical. Apresenta-se semiúmido com tendência a úmido, caracterizando-se segundo Koppen, no tipo Aw, de savanas tropicais, com 4 a 5 meses secos (SIMEGO, 2002). O Araguaia apresenta um clima quente/semiúmido característico da região. Os picos de cheias se definem entre os meses de janeiro a maio, enquanto o período de decréscimo das descargas acontece entre junho e setembro.

Há durante o ano duas estações bem acentuadas: a chuvosa e a seca, com um mês de transição nas passagens de uma para outra. O período mais chuvoso da bacia compreende os meses de outubro a abril e o mais seco os meses de julho a agosto. São mais chuvosos os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, na parte central e sul da bacia, e de janeiro, fevereiro e março, na região norte da bacia.

Segundo Latrubesse e Stevaux (2002).

  1. Qualidade da água da malha urbana

De acordo com TUCCI (2004) o município consegue apenas controlar as áreas de médio e alto valor econômico com regulamentação do uso do solo, onde estabelece a cidade formal. Mesmo neste ambiente de controle do espaço urbano o desenvolvimento da infraestrutura é realizado de forma setorial, ou seja, considera apenas o sombreamento dos edifícios e o tráfego no planejamento urbano, sem avaliar o impacto da infraestrutura de água, o que tem levado aos seguintes impactos: (a) a falta de tratamento de esgoto: grande parte das cidades da região, não possuem tratamento de esgoto e lançam os efluentes na rede de esgotamento pluvial, que escoa pelos rios urbanos (maioria das cidades brasileiras); (b) outras cidades optaram por fazer as redes de esgotamento sanitário (muitas vezes sem tratamento), mas não realizaram o esgotamento pluvial, sofrendo frequentes inundações com o aumento da impermeabilização (exemplos de partes de Santiago, Barranquilla); (c) ocupação do leito de inundação ribeirinha, sofrendo frequentes inundações; (d) impermeabilização e canalização dos rios urbanos com aumento da vazão de cheia (até sete vezes) e sua frequência e prejuízos devido a inundação; (e) aumento da carga de resíduos sólidos e da qualidade da água pluvial sobre os rios próximos das áreas urbanas.

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