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AS TEORIAS DE LE CORBUSIER, PARTICULARMENTE O CINCO PONTOS DA ARQUITETURA NOVA

Por:   •  8/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.590 Palavras (7 Páginas)  •  1.031 Visualizações

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Fichamento

“As teorias de Le Corbusier, particularmente o cinco pontos da arquitetura nova – pilotis, terraço-jardim, planta livre, fachada livre, janelas na horizontal – eram do conhecimento dos jovens arquitetos brasileiros que no entanto aplicavam-no mecanicamente, como se fossem fórmulas polivalentes. Ademais, estavam atrelados à concepção restrita de que a forma derivava da função, admitindo, frequentemente, que uma correta solução dos problemas funcionais, empregando os recursos mais avançados da técnica moderna, resultaria automaticamente numa boa arquitetura.” [...] (p.90)

‘’[...]A personalidade de Le Corbusier abalou todos os preconceitos.  Seu dinamismo e criatividade não podiam submeter-se a uma rotina e a um automatismo que, contrários a seu temperamento, nunca aceitara. Embora se fundamentasse sempre numa ideologia que vinculava intimamente as três facetas de sua formação o reformador social, o urbanista e o arquiteto, não desvinculava suas atividades teóricas das práticas. [...]’’ (p.90)

“Esteta nato e profundo conhecedor das obras do passado, Lucio Costa já havia  se convertido a essa maneira de pensar; bastava apenas completar a intoxicação voluntária que se impusera ao abandonar o movimento neocolonial, para assim reencontrar sua linha natural de pensamento e a necessária segurança. O exemplo de Le Corbusier, nada complacente em relação aos estilos do passado, mas que se hesitava em se apresentar como seu legitimo herdeiro, chegando mesmo em algumas ocasiões a enaltecer a retomada da algumas técnicas de outrora, libertou-se de seus escrúpulos.” (p.90)

“Seduzido pela natureza tropical, ocorreu de imediato a Le Corbusier explorá-la e aproveitá-la como elemento complementar da arquitetura. Particularmente entusiasmado por um tipo de palmeira de tronco longo e copa muito cerrada, a palmeira imperial, percebeu a monumentalidade dos visuais por ela definido, colocando-os sistematicamente em todos os seus projetos, tanto nos croquis para o Ministério, quanto nos da cidade universitária. Embora não tenha encontrado seguidores imediatos a lição não foi esquecida, sendo retomada vinte anos mais tarde, por Lucio Costa e Oscar Niemeyer, em Brasília.” (p.91)

“As características assinaladas (dinamismo, leveza, riqueza plástica) são, portanto, contribuições indiscutíveis a créditos de arquitetos brasileiros, e foi justo ter a opinião publica visto no ministério uma expressão do gênio nacional, apesar da contribuição fundamental que inicialmente proporcionou Le Corbusier. Por outro lado, é difícil determinar o mérito de cada um dos membros da equipe no resultado final, já que foram evidentemente muito discretos a respeito. Contudo, parece não haver que a contribuição de Niemeyer foi preponderante, na concepção plástica; sob este aspecto, o testemunho de Lucio Costa é formal; O fato de ter ele abandonado, em 1940, a direção do grupo, confiando-a a Niemeyer sem qualquer contestação dos colegas, demonstra claramente reconhecerem ele sua contribuição decisiva, apesar de seu tardio e inesperável ingresso na equipe constituída em 1936.” (p.92 e 93)

“Dentre os arquitetos que de inicio se destacaram como personalidades importantes, embora não integrantes do grupo liderado por Lucio Costa, encontra-se os irmão Marcelo e Milton Roberto. Impuseram-se prematuramente e de forma significativa, ao vencerem em 1936 o concurso aberto no ano anterior para a sede social da associação brasileira de imprensa (A.B.I). Portanto, sob o ponto de vista estritamente cronológico, cabe a eles o mérito de terem concebido a executado a primeira e grande obra de Arquitetura nova no Brasil; com efeito, seu projeto é alguns meses anteriores à conclusão do projeto do Ministério da Educação e Saúde.” (p.93)

“Nunca será demais destacar a importância do prédio da A.B.I. Com efeito trata-se de um projeto elaborado antes da vinda de Le Corbusier ao Brasil, em julho de 1936. Não sofreu portanto qualquer influência resultante de um contato direto com o mestre franco-suíço, que Marcelo e Milton Roberto nem chegaram a conhecer durante as seis semanas que aquele passou no Rio de Janeiro. O edifício é pois a prova de que uma evolução original no estudo de uma arquitetura funcional já se esboçava nos primeiros meses de 1936 – anterior à estadia de Le Corbusier, cuja contribuição foi decisiva, mas correspondeu à aceleração de um processo já em marcha.” (p.94)

“Logo após obter a primeira consagração com a vitória de seu projeto para a sede social da A.B.I Marcelo e Milton Roberto conheceram um novo sucesso expressivo ao vencerem o concurso organizado em 1937 para a construção do aeroporto Santos Drumont. Mas a construção não foi imediata; iniciada em 1938, e quase paralisada, foi retomada somente em 1944, sem ter sido inteiramente concluída. O projeto premiado em 1937 foi respeitado, mas introduziram-se varias modificações, que asseguram uma simplificação dos volumes e uma maior pureza de concepção.” (p.96 e 97)

“A evolução d equipe M.M.M. Roberto para uma arquitetura tecnicamente moderna, mas plasticamente clássica já esboçada no aeroporto Santo Drumont, acentuou-se mais claramente e expressou-se melhor com o prédio do Instituto de Resseguros do Brasil, projetado em 1941 e construído em 1944. Toda a composição deste projeto foi rigorosamente determinada pelo emprego das regras clássicas e baseou-se numa serie de sistemas de proporções tiradas quer da geometria (triângulo perfeito 3,4 e 5, e secção áurea), quer da aritmética (progressão 2,4,6, utilização da razão 2 como módulo). [...]” (p.99)

“O projeto elaborado com a colaboração de quatro outros arquitetos (Jorge Ferreira, Thomaz Estrella, Renato Mesquita dos Santos e Renato Soeiro), havia vencido o concurso, apesar da insuficiência dos desenhos, assinalada pelo o júri, compensando dessa maneira o relativo fracasso da equipe formado por Paulo Camargo, Renato Mesquita e Attílio Correa Lima no concurso do aeroporto terrestre, classificada em segundo lugar. O aeroporto marítimo não teria a mesma área construída que o aeroporto terrestre e tratava-se, sob esse ponto de vista, de uma construção modesta, que pôde, aliás, facilmente ser transformada mais tarde em um clube para aviadores militares. Contudo, sua importância psicológica era enorme, pois atendia ao tráfego aéreo internacional que, na época, pensava-se que viria a se desenvolver na base de hidraviões. A obra obteve por isso prioridade absoluta, tendo sido terminada em 1938, enquanto que parte terrestre só seria concluída em 1944.” (p.103)

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