Arché - o Renasimento
Por: patriciaolliiver • 21/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.519 Palavras (11 Páginas) • 733 Visualizações
Arché
De onde a arquitetura renascentista retira sua excelência?
A Arché tem como significado; a fonte, a origem de todas as coisas, de onde vêm e para onde vão.
Podemos então compreender as três características fundamentais do repertório clássico, como capiteis coríntios e arquivoltas de mesmo centro, ou seja concêntricas, uma ênfase acentuada na centralização da simetria e pelo geometrismo.
A velha sacristia é um exemplo onde há substituição de um espaço hierárquico para homogêneo, com uma estrutura composta de partes do mesmo tipo.
As principais características fundamentais o renascimento são:
Enfatizar o homem e mundo humano
Enaltecer a linguagem básica com o qual o arquiteto constrói com a utilização de relações geométrico-matemáticas e racionalidade da composição.
Tal como o homem medieval, o homem renascentista acreditava num cosmo ordenado que tanto o estilo Gótico como no Renascimento permanece imitando a natureza, caracterizando assim por um momento de ruptura na linhagem da arquitetura em diversas partes:
Nos meios de produção da arquitetura
E na linha linhagem arquitetônica adotada na teorização
Essa ruptura se manifesta a partir do renascimento, uma nova atitude dos arquitetos em relação á sua arte, passando a assumirem cada vez mais como profissionais portadores de um estilo próprio. Inspiram-se na antiguidade clássica e em sua vertente arquitetônica e até mesmo um estilo próprio, de sua vida.
A beleza da arquitetura do Renascimento coincide com uma razão matemática inspirada na nova maneira burguesa de ver o universo, que substitui a racionalidade metafisico-religiosa da escolástica, características do século XIII, expressando um novo ideal.
Como garantir essa harmonia e acordo entre partes do edifício?
Através de instrumentos matemáticos de composição, como a perspectiva, a simetria e a utilização de proporções fixas e módulos que se repetem por todo o edifício dando-lhe o caráter de uma associação de partes.
Na Arché não é retirada apenas de uma natureza matematicamente ordenada, modelo e fonte autoridade das construções expressivas da época. A mimesis renascentista não so nos remete a uma beleza natural diretamentem , mas passando pela mediação dos antigos, o que nos az pensar numa segunda fonte de autoridade centrada na História. O termo surgiu com Platão que tentou definir o vocábulo em seus diálogos, em "a mais completa discussão acerca da natureza da arte que recebemos do mundo antigo" . Eram do conhecimento dos antigos e estavam expressas na racionalidade da arte clássica. Não se trata apenas da expressão da racionalidade da naturez, mas também da crença num ideal ordenador, que constrói a própria natureza, que submete a um rigoroso e afirma a racionalidade humana.
Chegamos então a uma segunda mímesis, como diz Argan: “ O dever do artista frente ao sistema é imita-lo; uma arte sistemática. Portanto se realiza nesta segunda mímesis, onde o arquiteto imita a História e encontra nela valores considerados perfeitos e eternos.
Conclui-se então que a arché do quattrocento, é retirada da natureza geometrizada e da historia e que a arquitetura daí resultante expressa um novo individuo e uma nova relação com o mundo.
O antropocentrismo renascentista nasce exatamente do desejo oposto e procura submeter a natureza – não conciliar se com ela e converter o homem em centro e polo dominador e organizador do universo.
Arquitetura e significado : O Espaço Renascentista
A cidade
A Arché renascentista é retirada da natureza geometricamente ordenada e da antiguidade clássica e aponta para a afirmação da racionalidade do homem diante ao mundo. A cidade em estilo gótico aparecia como ideal de interioridade, semelhante ao das igrejas cristãs primitivas.
A hierarquia e a diferenciação de suas partes se baseavam, principalmente em princípios simbólicos de organização com repercussões religiosas, semelhantes as catedrais. Uma cidade ideal do Alto Renascimento, é inspirado nos tratados teóricos do século XV. Enquanto a cidade do medievo era ideal na medida em que concretiza uma imagem divina , a renascentista é na medida que concretiza um ideal na forma geométrica.
Projetar cidades a partir de um circulo, do quadrado ou de um polígono regular. Biaggio Rosseti espalhará no contexto estoniano a figura do arquiteto-capitão renascentista introduzida em Florença por Brunelleschi : os documentos atestam seu papel de coordenação em vários sites e a presença de um círculo de artesãos e ajudas que o acompanham nas obras, incluindo Alessandro Biondo e Bartolomeo Tristano. Produz um espaço urbano unificado e homogêneo. Ao superpor a linguagem geométrica do quattocentro. Rossetti introduz um sistema de eixos ortogonais que organiza todo o espaço até os limites do núcleo medieval. Ordena os balcões e as pilastras nas esquinas, de forma notável a ortogonalidade desses cruzamentos. O ideal do arquiteto procura impor-se dentro das condições naturais do terreno.
Portanto, além do geocentrismo, o plano dessas cidades releva um ponto central, geralmente ocupado por palácios do signore (senhor), com um ponto central marcado nele ou próximo dele. Em função da atividade econômica em torno da cidade, na qual se desenvolveram, sendo sede de um novo poder civil, que começa a se impor ao lado da igreja e dominar o espaço urbano. Expressando assim a crescente força da burguesia comercial na sociedade, fazendo frente principalmente o clero.
O espaço urbano persegue, uma ideal formal contida no desenho, e se compromete mais com a etapa do projeto, como um momento abstrato da criação anterior a construção, que na qual não acontecia no período medieval.
O EDIFICIO
O urbanismo enfatiza o poder civil, também a arquitetura se voltará para edifícios que refletem a uma nova ordem, resultado da grande expansão comercial e não só para igrejas e templos. Em si define e expressa a posição e o poder da família que habita no novo e mais amplo contexto burguês característico da cidade renascentista.
Segundo Alberti, isso não implica terem as igrejas perdido sua importância, cita o mesmo como igreja ideal “ deve ser o ornamento nobre de uma cidade e sua beleza deve superar toda a imaginação”.
O conceito que se aplica ao teórico se da por meio de beleza, onde o belo é a encarnação a geometria e das leis matemáticas com as quais Deus ordenou o cosmos. “ a perfeição harmônica do esquema geométrico representa um valor absoluto: tal harmonia da criação humana era o eco visível de uma harmonia celestial universalmente válida”.
Outro instrumento utilizado é a simetria. Esta não é apenas o fruto da ênfase dada ao ponto central da perspectiva do projeto, um importante regulador a ordenar homogeneamente as partes do edifício.
A homogeneização espacial, resultado da atuação de uma mesma lei geométrica por todo o edifício, é uma das mais importantes características da arquitetura renascentista na medida em que se opõe completamente à gótica e à grega e concretiza uma nova concepção matemática do universo.
O circulo aparece como símbolo de Deus presente no edifício. Tal como o centro, uno e absoluto, rege toda a composição espacial, assim também Deus regeria o universo. Por isso a cúpula imensa, torna-se o mais significativo instrumento pelo qual à presença de Deus se mostra ao mundo.
No Bizantino prevaleceram a reutilização das formas características da arte clássica. Os esquemas centralizados remontam ao Pantheon e aos esquemas romanos. Como assinala Norberg-Schulz, isso era inevitável em uma arquitetura que pretendia simbolizar a beleza e a harmonia das formas, que estaria relacionado a ordem e ás proporções equilibradas.
Contudo, no Pantheon e na arquitetura renascentista a cúpula lhe revela um universo claro e racional, disposto ao seu redor e antropocentricamente construído. Já no bizantino, ao invés dessa clareza e antropocentrismo, o caráter espacial é de espiritualidade e misticismo. Ele não se constrói ao nosso redor, mas acima de nós, marcando a diferença entre o sagrado do céu e o profano da terra.
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