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CONSTRUTIVISMO SOVIETICO

Por:   •  19/6/2015  •  Resenha  •  2.108 Palavras (9 Páginas)  •  397 Visualizações

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1-INTRODUÇÃO

Surge na Rússia em 1914, o movimento estético-político mais influente na arte, arquitetura e design do século XX. Termo usado até os dias de hoje, devido a sua tendência universal permanente. Propõe uma arte abstrata, geométrica e autônoma, seguindo uma estética anti-naturalista, de ordem matemática, criando uma conexão entre arte e tecnologia. Valoriza a construção da obra em oposição à composição. Tornada objeto, a obra é materializada no espaço em busca da utilidade, da técnica, da engenharia e de novos materiais.

Movimento de ideologia revolucionária, que adquire feições concretas diante da revolução de 1917. A nova sociedade devia se posicionar diante da arte que não podia mais ser vista como elemento especial da criação humana, e sim como instrumento objetivo para a construção da nova sociedade industrial, onde o artista deveria ocupar seu lugar ao lado do cientista e do engenheiro, servindo assim a objetivos sociais e a construção do mundo socialista. A obra deixa de ser apenas uma representação e passa a ser um “objeto” potencialmente transformador, cita-se Alexei Gan: “Não queremos fazer projetos abstratos, mas tomar problemas concretos como ponto de partida”. A arte deveria fabricar “coisas” para a vida do povo, ‘construir’ ao invés de ‘compor’, havia a necessidade de usar a arte, tal como a pintura e a escultura, como partes de processos na construção de objetos utilitários buscando uma conveniência social. Optando por uma atividade coletiva em oposição ao humanismo individualista, buscavam superar os limites da arquitetura da escultura e da pintura, numa direção materialista revelando a expressividade inata dos materiais.

Não se tratava de arte abstrata, informal, intuitiva, nem de representar ou imitar o mundo sensível, mas de tornar concreto, através de projetos com estruturas formais elementares, somado aos recursos da ciência e tecnologia unindo arte, arquitetura, matemática e engenharia, revelando um novo mundo que refletisse exatamente uma estética fiel ao contexto político, social e intelectual da nova sociedade.

2- CONSTRUTIVISMOS SOVIETICO

Em meados de 1914, quando Kasimir Maliêvitch refazia o suprematismo, Vladímir Tátlin (1885 -1953) fazia suas primeiras construções, dando inicio ao movimento construtivismo (embora, no inicio, os artistas se reconheciam produtivistas), que, daí a seis anos, ocuparia o lugar do suprematismo como o estilo de maior destaque na Rússia.

O construtivismo inspirava nas idéias do cubismo e do futurismo. A exemplo deste último, celebravam a cultura mecanizada. Embora suas obras compartilhem certas características visuais, ambos são abstratos e geométricos, Maliêvitch e Tátlin, tinham idéias opostas sobre o papel da arte. Maliêvitch acreditava que a arte era uma atividade separada, livre de compromissos sociais ou políticos. Para Tátlin, por outro lado, a arte poderia e deveria exercer um impacto sobre a sociedade. Esse conflito ideológico não só impediu a existência de um movimento unificado da arte não objetiva na Rússia com também acabou por dividir os próprios construtivistas.

Figura 1: Konstantin Melnikov, Clube Rusakov, Moscou, 1927

Fonte: Livro ´´Estilos, Escolas & Movimentos, p.106

Em 1917 Tátlin havia recebido a adesão de inúmeros outros artistas, incluindo os irmãos Naum Gabo (1890-1977, Naum Neemia Pevsner) e Anton Pevsner (1884-1962), alem do casal Aleksandr Ródtchenko (1891-1956) e Varvara Stiepânova (1895-1958). Denominando-se produtivistas, eles se puseram a explorar as qualidades artísticas fieis aos meterias, tais como a forma e a cor, e a incorporar o espírito de ara tecnologia moderna.

A Revolução Bolchavique, em 1917, proporcionou-lhes uma grande oportunidade. Os produtivistas socialistas se envolveram com a criação de nova sociedade aconselhada pelos políticos do novo regime e apareciam à oportunidade de atuar com trabalhadores, cientistas e engenheiros. Ao regime, por seu lado, agradava encontrar artistas que queriam apoiar a revolução. Tátlin, em particular, participou daquela situação e seu Monumento á Terceira Internacional capta a visão tanto dos políticos quanto dos artistas. O Monumento, encomendado pelo Departamento Revolucionário de Belas-Artes em 1919, é na realidade a maquete de uma edificação para o Congresso da Terceira internacional Comunista, que seria realizado em 1921. Foi um projeto audacioso e visionário, porem jamais saiu da prancheta, pois não teria condições de ser executado em uma União Soviética tecnologicamente atrasada.

Durante o período que se seguiu imediatamente à Revolução, ocorreram intermináveis debates sobre o papel da arte e do artista na nova sociedade comunista. A torre de Tátlin, que ele descreveu como “a união de formas puramente artísticas (pintura, escultura e arquitetura) tendo em vista um propósito utilitário”, indicava uma mudança em direção a um envolvimento social ativo. Nem todos os produtivistas ficaram satisfeitos com aquilo. Em agosto de 1920 Gabo e Pevsner se afastaram. Seu “Manifesto realista”, que acompanhou uma exposição ao ar livre do trabalho de ambos, realizada em Moscou, estabelecia cinco princípios de uma arte abstrata construtivista. Muitas de suas proposições (a renuncia ao uso descritivo de cor, linha, massa e volume, o apelo para se empregar materiais industriais “reais”) eram incontestáveis, mas eles não podiam aceitar a prescrição de Tátlin no sentido de que a arte precisava ter uma dimensão política e social direta. O resultado foi uma ruptura ideológica entre duas facções dos produtivistas e a partir daí ambas se denominaram construtivista, causando confusão. Gabo menosprezou a maquete de Tátlin para o Monumento a Terceira Internacional e Tátlin, Ródtchenko e Stiepânova publicaram o “Programa do grupo produtivista”, no qual reafirmavam seu compromisso com a “arte de produção” do artista-engenheiro. Essa abordagem adequava-se melhor ao regime comunista e muitos daqueles que apoiavam a abordagem da arte “pura”, tais como Gabo e Pevsner, partiram da Rússia.

Figura 2: Vladimir Tatlin, Monumento à terceira Internacional, 1919

Fonte: Livro ´´Estilos, Escolas & Movimentos, p.106

Na Rússia, o construtivismo soviético ainda adquiria ímpeto e ganhava novos recursos. Em 5 * 5 = 25, Ródtchenko, Stiepânova, Liubov Popova, Aleksandr Vesnin e Aliksandra Ekster participaram com cinco obras

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