Colegio Antonio Derka

Nos anos de 80 e 90, o bairro Santo Domingo Sávio foi o mais violento de Medellín, Colômbia, uma favela inacessível para aqueles que não a conheciam.

Em 2003, com a construção do metrocable, a população começou a sentir mais integrado a cidade, a partir daí deu inicio a uma série de intervenções. A escola faz parte do programa “Medellín, a mais educada” promovido pelo prefeito Sergio Fajardo, que selecionou dez arquitetos, levando em conta suas trajetórias profissionais

Uma das intervenções foram as pontes que unem dois bairros, que antigamente viviam em conflito. O terreno a 500 metros do metrocable, situado entre dois colégios antigos que eram inimigos, visava unir os dois bairros.

Algo muito presente em projetos dos arquitetos escolhidos, que desenvolvem uma arquitetura contemporânea com o contexto e o meio ambiente, foi feita uma pesquisa de elementos no local, para que os habitantes sentissem que o colégio pertencia ao local e se apropriassem dele. A idéia do projeto é um edifício onde as pessoas pudessem se encontrar e se sentissem em um ambiente familiar, uma arquitetura do local, com terraços, varandas e as ruas escalonadas.        

Os dois outros colégios pareciam prisões, com muros altos e grades, algo totalmente diferente do projeto, que visava a “escola aberta”. Devido a sua topografia acentuada com 35% de inclinação, não havia espaços públicos onde as crianças pudessem brincar jogar bola e interagir, por falta de espaço público, foi projetado o terraço jardim, a cobertura se tornou uma praça, um espaço intermediário entre bairro e escola.

A aula múltipla é o único elemento acima da praça, um espaço para os estudantes e também para a comunidade, que não interferisse no funcionamento do colégio, os elementos de madeira laminada foram pensados estrategicamente, já que o nascente e poente do sol gera muita insolação e eles ajudam a filtrar.

As salas são recuadas, gerando uma grande sacada entre as salas e a fachada, conectando o interior com o exterior, o que é uma referência no bairro, já que as pessoas são ligadas ao exterior, estão sempre nas ruas, a biblioteca é muito pequena, já que existe outra biblioteca perto.

Por conta da geometria do lote, foi definida a planta em ‘L’ do edifício, o que gera o pátio aberto, onde é desenvolvido atividades cívicas, recreativas e esportivas do colégio, ao elevar-se do solo, aparecem percursos transversais, que facilitam a conexão dos pedestres com os colégios já existentes, a idéia inicial era criar uma piscina, mas pelo custo da manutenção, foi descartado a idéia, já que o uso não seria por muito tempo.

O que dá acesso ao colégio são as ruas escalonadas que conectam os níveis do edifício, a idéia inicial era unir com um caminho já existente, o que não foi possível devido à falta de dinheiro. A obra foi finalizada em março de 2008.