Contaminação no rio madeira
Por: ednac • 30/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.215 Palavras (13 Páginas) • 625 Visualizações
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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
NOME DO CURSO: TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL
CLEONICE PIMENTEL DE SOUZA DE OLIVEIRA
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA BACIA DO RIO MADEIRA EM PORTO VELHO/RO
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PORTO VELHO/RO
2015
CLEONICE PIMENTEL DE SOUZA DE OLIVEIRA
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA BACIA DO RIO MADEIRA EM PORTO VELHO/RO
Trabalho apresentado ao Curso de Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental da UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas: Poluição e Resíduos Sólidos; Química Ambiental; Recursos Hídricos; Ética, Política e Sociedade.
Professores: Rosimeire Suzuki, Jeânedy Pazinato, Kenia Zanetti, Thiago Augusto Domingos, Wilson Sanches, Tiago Garbim. Semestre: 1º e 2º
PORTO VELHO/RO
2015
LISTA DE TABELA
Tabela 1- Concentração de Hg em sedimentos de fundo do Rio Madeira...............8
Tabela 2- Valores médios de Hg e respectivos desvios padrão em cabelos de indivíduos de algumas localidades ribeirinhas dos estados de Rondônia (RO) e Amazonas (AM) na bacia do Rio Madeira................................................................11
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO.................................................................................................. 5
2 – REFERENCIAL TÉORICO............................................................................... 6
2.1- Hg em terras de agricultura:......................................................................... 6
2.2- Concentrações de Hg em sedimentos fluviais:............................................... 7
2.3 - Contaminações dos peixes e exposição humana:................................... 9
3 – CONCLUSÃO: .................................................................................................. 12
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 13
CONTAMINAÇÃO POR MERCÚRIO NA BACIA DO RIO MADEIRA EM PORTO VELHO/RO
1 - INTRODUÇÃO:
O Rio Madeira nasce com o nome de rio Beni na Cordilheira dos Andes, Bolívia. Ele desce das cordilheiras em direção ao norte recebendo então o Rio Mamoré-Guaporé e tornando-se o Rio Madeira - um rio de planície que traça a divisória entre Brasil e Bolívia. O Rio Madeira recebe este nome, pois no período de chuvas seu nível sobe e inundam grandes porções da planície florestal, trazendo troncos e restos de madeira da floresta, época em que são negociadas pelos madeireiros e transportadas à custa do rio.
Dentro os metais pesados, Hg é um dos elementos que representa maior risco á saúde humana, particularmente quando inalado sob forma de vapor ou ingerido sob forma de metil-Hg. Sua toxicologia, face aos acidentes ocorridos no Japão (1950 -1960), e Iraque (1970) dentre outros. Basicamente os efeitos deletérios que o Hg produz caracterizam-se por danos irreversíveis ao sistema nervoso central, chegando a atingir áreas do cerebelo associadas a funções sensoriais, visuais, auditivas e motoras e, em caso agudo, pode levar ao coma e á morte. Do ponto de vista toxicológico, a ingestão de alimentos contendo organomercuriais, principalmente o metil-Hg, representa o maior risco de intoxicação da população ribeirinha, enquanto que o vapor de Hg metálico, que é quase totalmente absorvido e difunde-se rapidamente através das barreiras hemoencefálica e placentária ( KOMOYO et al., 1993), representa um risco toxicológico eminentemente ocupacional.
A bacia superior do Rio Madeira foi a segunda mais importante região produtora de ouro de garimpo na Amazônia durante as duas últimas décadas do século passado. A corrida do ouro no Rio Madeira iniciou em 1975 como uma atividade individual, não mecanizada, principalmente em bancos e margens do rio, durante a estação seca. Este processo foi rapidamente seguido pela introdução de balsas, operadas em conjunto com mergulhadores, seguida da introdução de grandes dragas mecânicas, capazes de trabalhar a grandes profundidades. A atividade atingiu seu máximo durante a década de 80, quando da liberação da Reserva Garimpeira do Rio Madeira, que delimitou o setor do rio em Porto Velho e a Vila de Abunã a atividade garimpeira foi regulamentada pelas Portarias MME 1345/79 e 1034/80. Em 1985, cerca de 800 dragas e 700 balsas operavam no setor do rio entre Porto Velho e Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia. A produção total dessa operação garimpeira atingiu cerca de 9,4 toneladas anuais, resultando em emissão anual estimada Hg de cerca de 12 toneladas. Em 1979 e 1990 estima-se que cerca 87 toneladas de Hg foram emitidas para a atmosfera e o restante perdido sob forma de Hg metálico na calha do próprio rio ( LACERDA et al., 1989). Uma vez que a deposição da maior parte do Hg tenha sido depositado em solos da região ao longo do Rio Madeira. Embora a atividade na porção brasileira do Rio Madeira tenha decrescido significativamente, na porção boliviana esta atividade tem apresentado um crescimento substancial, sendo responsável pela emissão anual de 0,25 a 0,5 t, contribuindo diretamente para porção brasileira da bacia.
Uma avaliação da contaminação potencial dos recursos da bacia superior do Rio Madeira e sua população depende, não só de determinações precisas de Hg nos compartimentos ambientais, mas, principalmente, de um conhecimento razoável da biogeoquímica de seus ecossistemas, em particular dos processos biogeoquímicas que controlam a biodisponibilidade deste metal. Este aspecto é de fundamental importância, uma vez que a quantidade de Hg já depositado nos ecossistemas Amazônicos, que inclui, inclusive, o Hg das operações espanhola, durante os séculos 17 e 18, pode, sob certas circunstâncias, ser remobilizada para os ciclos ecológicos. Por exemplo, a aceleração nas mudanças do uso de terra pela agropecuária e a drenagem anual que ocorre em alguns pontos da Hidrovia do Rio Madeira, podem acelerar processos de remobilização do Hg presente em solos e sedimentos fluviais respectivamente, enquanto que características particulares de alguns ambientes da Amazônia podem criar condições ideais para a metilação do Hg (CH³Hg+), forma química mais tóxica, e de rápida acumulação através da cadeia alimentar ( LACERDA et al., 1989).
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