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Cultura: Um conceito antropológico

Por:   •  14/12/2016  •  Resenha  •  411 Palavras (2 Páginas)  •  231 Visualizações

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A cultura pode ser definida como o conhecimento, arte, crenças, hábitos e costumes adquiridos pelo indivíduo social. Na obra, o autor discute a forma como o homem agrega a cultura, refutando o determinismo biológico e geográfico como fatores decisivos para a formação dos valores culturais.

Segundo o autor, as diferenças biológicas não interferem nas particularidades culturais dos povos. Tampouco a cultura é influenciada pelas diferenças no espaço físico que ocupa. A atuação ocorre de forma inversa, podendo as referências culturais (ou a perda delas) interferir no plano biológico. Da mesma forma a cultura influencia o espaço físico. Ao observarmos o espaço urbano, é possível perceber as manifestações das diversas culturas que ali atuam. A presença de várias culturas em um mesmo espaço geográfico identifica a cultura como seletiva. A localização geográfica onde se manifesta determinada cultura (ou ainda que a tenha engendrado) não designa a formação cultural do indivíduo.

O autor contesta a tese de estudiosos que afirmaram ser determinante na formação sociocultural do homem, o clima do seu habitat. Ora, a temperatura e os vários fatores atmosféricos não podem determinar o comportamento social do indivíduo, nem a sua predisposição física. Estas afirmações convergem para um pensamento etnocêntrico. De fato a crença nestas teorias alimentou o pensamento etnocêntrico, no qual o indivíduo centraliza a sua cultura, descentralizando as demais. Esta distância cultural é proporcional às diferenças étnicas, religiosas, linguísticas e todos os outros aspectos que compõem a construção sociocultural.

Segundo Rocha, na obra intitulada "O que é Etnocentrismo", a perspectiva etnocêntrica compreende o "meu" e o "outro". Um exemplo é a estória do pastor que deu o seu relógio a um "selvagem", que o pendurou no galho mais alto como ornamento. O pastor riu de seu relógio pendurado sem utilidade alguma. Logo depois, percebeu que teve a mesma atitude que o índio, ao pendurar em sua parede cocares, arcos e flechas. O etnocentrismo age, portanto, como o julgamento do valor da cultura do "outro" nos termos da cultura do "eu". No entanto, o autor defende que não há cultura superior ou inferior. Todas tem o seu determinado valor social.

Com a Indústria Cultural, fala-se em homogeneização ou uma padronização dos modos com base em uma referência dominante. Porém, com a globalização os costumes e valores locais transpuseram os limites geográficos promovendo assim, ao contrário do que se afirmava, uma heterogeneização cultural. É inerente compreender e assimilar os fatores construtivos de uma sociedade cultural, sem negar ou sobrepor os valores tradicionais.

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