Eficiência Energética na Arquitetura

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARQUITETURA

RESENHA

INTRODUÇÃO

Esta resenha trata-se da obra “Eficiência Energética na Arquitetura” dos autores: Roberto Lamberts, Luciano Dutra e Fernando O. R. Pereira, onde será dado ênfase no Capítulo 02: “Conforto Ambiental”.

A arquitetura passou por grandes mudanças após a crise energética mundial de 1973. O condicionamento térmico natural, passou a ser uma necessidade em muitos países, tendo o objetivo de conservar energia.

Assim, o arquiteto deve projetar espaços que filtrem as condições agressivas do meio ambiente externo, conceituados de forma que suas características sejam compatíveis com o clima no qual estão inseridos.

O estudo de estratégias bioclimáticas pode auxiliar o profissional a tornar o ambiente interno da edificação mais confortável, com economia de energia através da utilização de condicionamento térmico natural.

DESENVOLVIMENTO

        O homem, como todos os animais mamíferos, é homotérmico, ou seja, a temperatura interna de seu corpo tende a se manter constante apesar das variações climáticas e também microclimáticas as quais está exposto.

        Assim, o ser humano está em constante troca de calor com o meio no qual está inserido. Esta troca de calor se dá através de quatro mecanismos: condução; convecção, radiação e evaporação. Além disso, o corpo humano produz calor internamente, através do metabolismo, que está associado com a queima de calorias dos alimentos que consome.

        A pele do indivíduo quando exposta a certas variações, “sente” através do tato, alterações das condições térmicas do ambiente quando estas ultrapassam certas faixas. Apresentando pequenas diferenças em diferentes partes do corpo.

        As trocas térmicas ocorrem através de duas condicionantes básicas: diferença de temperatura entre corpos – relacionada ao calor sensível; e pela mudança de estado de agregação – calor latente, mudança de fase sem mudança de temperatura.

        O conforto térmico, ou seja, estado mental que expressa satisfação com o ambiente térmico, é variável de pessoa para pessoa. Quando as condições do ambiente ultrapassam esse sentimento de satisfação, o corpo humano utiliza a estratégia denominada “mecanismos termorreguladores” com a intenção de compensar o sentimento de desconforto térmico.

        Os mecanismos termorreguladores, são mecanismos biológicos do corpo humanos que são ativados automaticamente em situações de frio e de calor.

        No frio, o corpo ativa alguns mecanismos para evitar perdas térmicas e aumentar a produção interna de calor, como:

1. Vasoconstrição periférica: onde os vasos capilares mais próximos da pele se contraem de forma a diminuir a temperatura superficial do corpo e, assim, diminuir as trocas de calor por radiação e por convecção com o meio;
2. Arrepio: movimentos involuntários dos músculos para a produção de calor por atrito e pequeno aumento do metabolismo;
3. Aumento do metabolismo: se após o arrepio o frio ainda for agressivo, haverá o aumento do metabolismo que pode se manifestar pelo tremor dos músculos. Assim o calor produzido internamente será maior, compensando as perdas do organismo para o meio;
4. Mecanismos instintivos: a partir daí o homem utiliza mecanismos instintivos, como: curvar o corpo para diminuir a área de exposição ao frio, esfregar as mãos, exercitar o corpo, ingerir bebida quente, e faz uso também de suas habilidades, como tecer roupas e constituir abrigos para melhor se adaptar ao meio.

No calor, os mecanismos termorreguladores, visam exatamente o contrário, incrementar as perdas térmicas do corpo e reduzir a produção interna de calor, os quais:

1. Vasodilatação periférica: no caso do calor, o primeiro mecanismo termorregulador a ser disparado é a vasodilatação periférica, incrementando perdas de calor por convecção e por radiação;
2. Suor: o segundo mecanismo disparado é também o mais importante para a sensação de conforto térmico, o suor. Os poros sempre estão produzindo suor, que vai sendo evaporado no seu interior. Tal evaporação incrementa as perdas de calor do corpo;
3. Redução do metabolismo: também pode haver a redução do metabolismo a fim de diminuir a produção interna de calor no organismo;
4. Mecanismos instintivos: os mecanismos instintivos relacionados ao calor são: procurar sombra, ventilação natural, ingerir água, abanar as mãos para ventilar o corpo. Assim como o uso de tecnologias, como: ventiladores, ar condicionado e a própria arquitetura.

As variáveis de conforto térmico, são as variáveis ambientais do meio, que se pode extrair os valores de temperatura do ar, umidade relativa, velocidade do ar e temperatura média radiante. Além destas variáveis ambientais, a atividade física e a vestimenta também interagem na sensação de conforto térmico do homem.